PRESIDENTE TRUMP
Em direto/Trump defende decisão: “Há muitos tipos maus por aí”
Caos nos aeroportos depois da ação decidida por Trump de proibir entrada em solo americano de cidadãos de sete países de maioria muçulmana. O Presidente já se defendeu no Twitter.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO
Momentos-chave- Fundação Champalimaud ajuda cientistas impedidos de viajar para os EUA
- Theresa May diz que visita de Trump ao Reino Unido se mantém
- Restrições à imigração: factos não suportam tese de Trump sobre terrorismo
- Trump vai anunciar nome para o Supremo Tribunal amanhã: deverá ser anti-aborto e pró-armas
- Donald Trump: "Os maus teriam invadido o país"
- De onde são os refugiados admitidos nos EUA em 2016?
- Parlamento iraquiano pede ao governo que proíba entrada de americanos no país
- Trump diz que tudo corre bem...e o que não corre é culpa dos outros
Atualizações em direto
Fundação Champalimaud ajuda cientistas impedidos de viajar para os EUA
A Fundação Champalimaud ofereceu-se para ajudar os cientistas afetados pela ordem executiva de Trump que impede a entrada nos EUA a refugiados e a cidadãos de sete países de maioria muçulmana.Numa declaração publicada na sua página na Internet, escrita em inglês, a fundação declarou estar “profundamente perturbada” com as notícias recentes que dão conta de cientistas retidos na Europa devido à nova política de imigração do presidente norte-americano Donald Trump.“Encorajamos os cientistas afetados por esta ordem [executiva] que possam estar retidos na Europa a contactar-nos. Faremos todos os esforços para dar resposta às vossas necessidades aqui, no Centro Champalimaud, em Lisboa, Portugal”, lê-se na nota divulgada pela instituição.LusaTheresa May diz que visita de Trump ao Reino Unido se mantém
A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou esta segunda-feira que o convite para o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitar este ano o Reino Unido “se mantém”, apesar dos protestos públicos contra as medidas migratórias impostas por Washington.Theresa May emitiu estas declarações depois de se reunir em Dublin com o seu homólogo irlandês, Enda Kenny, para discutir a situação dos respetivos países perante a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).Na conferência de imprensa à saída do encontro, Kenny indicou que o Governo irlandês está em “desacordo” com a política de imigração de Trump, ao passo que May disse que Londes tem “uma abordagem diferente” e, embora sem mais pormenores, confirmou que a visita do chefe de Estado norte-americano prevista para este ano “se mantém”.LusaRestrições à imigração: factos não suportam tese de Trump sobre terrorismo
Donald Trump assinou uma ordem executiva onde, em linhas gerais, impede a entrada de refugiados nos Estados Unidos por pelo menos 120 dias e impõe um apertado controlo às pessoas que tentem entrar nos Estados Unidos vindas do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Síria, Sudão e Iémen. O objetivo (assumido) é garantir as condições de “segurança” e combater a infiltração de “terroristas do Estado Islâmico” até que seja desenhado outro programa com regras mais apertadas. Mas serão estes os países que mais riscos representam para a segurança dos Estados Unidos? Os factos parecem não suportar a tese do Presidente norte-americano.De acordo com o New America, um grupo de reflexão (think tank) que reúne informações sobre atividades terroristas nos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001, nos últimos 15 anos, 94 pessoas foram mortas nos Estados Unidos, na sequência de ataques perpetrados por jihadistas. Nota: todos os ataques mortais foram perpetrados por cidadãos norte-americanos ou com autorização de residência.Os dados do New America mereceram o destaque do PolitiFact, uma organização que se dedica a apurar a veracidade das afirmações produzidas pelos vários protagonistas políticos, que conta com o testemunho de vários especialistas em segurança interna. Outro dado importante: desde o 11 de Setembro, ninguém nos Estados Unidos morreu vítima de um ataque perpetrado por alguém que tenha deixado algum destes sete países.Os especialistas deixam, no entanto, outro dado a ter em conta: houve pelo menos três ataques não-mortais cujos autores eram do Irão ou da Somália.Ainda assim, os factos parecem não comprovar a tese apresentada por Trump para suportar as medidas de restrição impostas.Guterres espera que refugiados voltem a ser prioridade da administração de Trump
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, veio recordar que os Estados Unidos têm “uma grande tradição” de proteção de refugiados. “A proteção dos refugiados deve ser garantida. O acesso dos refugiados a um lugar onde estejam seguros é extremamente importante”, disse o português, numa conferência de imprensa em Adis Abeba, Etiópia, onde participou na abertura da cimeira da União Africana (UA).“Os Estados Unidos têm uma grande tradição na proteção de refugiados, espero que esta medida seja apenas temporária”, afirmou Guterres, depois de ter sido questionado sobre a interdição de entrada a cidadãos de sete países de maioria muçulmana, decretada na sexta-feira passada pelo novo Presidente norte-americano, Donald Trump.Entre os países que constam da lista, há três africanos — Líbia, Somália e Sudão — e Guterres apresentou a presença na cimeira da UA para reforçar que os países do continente africano são os que acolhem a maior população de refugiados no mundo.“As fronteiras africanas continuam abertas para todos os refugiados que necessitam da sua proteção, enquanto as fronteiras em muitos outros países estão a ser fechadas, incluindo nos locais mais desenvolvidos do mundo”, lamentou Guterres, perante o plenário da União Africana.Por outro lado, sobre uma possível revisão das relações entre os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas admitida por Trump, o secretário-geral da ONU reconheceu que é um assunto “preocupante”, mas disse acreditar que seja possível encontrar uma solução através de um “diálogo construtivo” em que participa de forma direta.LusaTrump telefonou a Justin Trudeau
Donald Trump ligou esta segunda-feira ao primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, para expressar a sua solidariedade para com as vítimas do ataque de hoje contra uma mesquita, na cidade do Quebec.De acordo com uma nota emitida por fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro canadiano, citada pela Associated Press, Trum “expressou as suas condolências” e ofereceu-se para, enquanto Presidente dos Estados Unidos, “oferecer qualquer assistência” ao país vizinho.Nesta conversa telefónica não terão sido referidas outras questões laterais. Recorde-se que Trudeau foi um dos primeiros a reagir à ordem executiva assinada por Donald Trump que impede a entrada de refugiados sírios em território norte-americano. No Twitter, o primeiro-ministro deixou claro que o Canadá estará disponível para receber “aqueles que fogem de perseguições, terrorismo e guerra”.Trump vai anunciar nome para o Supremo Tribunal amanhã: deverá ser anti-aborto e pró-armas
Donald Trump vai anunciar a sua escolha para o Supremo Tribunal esta terça-feira, sabendo, de antemão, que o escolhido deverá ser um juiz conservador, anti-aborto e contra restrições ao controlo de armas.Esta questão é vista como determinante para a política dos Estados Unidos: recorde-se que, depois da morte súbita do juiz conservador Antonin Scalia, o Supremo Tribunal ficou dividido entre quatro conservadores e quatro juízes liberais. A escolha de Trump fará, ao que tudo indica, inclinar o tabuleiro a favor dos conservadores.Pouco tempo depois de Antonin Scalia ter morrido, Barack Obama nomeou Merrick Garland, um juiz liberal moderado, para preencher a vaga, mas os republicanos usaram a maioria no Senado para travar esta nomeação. Recorde-se que o cargo de juiz do Supremo Tribunal é vitalício, pelo que a escolha de Trump influenciará a política norte-americana nos próximos anos.- O secretário da Defesa Jim Mattis quer que Trump introduza excepções à proibição de entrada de iraquianos nos Estados Unidos. Segundo o The New York Times, Mattis vai enviar uma lista com nomes de iraquianos que serviram com militares americanos no país.
Universidades europeias apelam a Trump para rever proibição a muçulmanos
A Associação Europeia de Universidades pede uma revisão imediata da ordem executiva do Presidente norte-americano, Donald Trump, destinada a impedir a entrada no país de cidadãos originários de sete estados muçulmanos.A EUA, na sigla em inglês, manifestou-se “profundamente preocupada” com a ordem emitida por Donald Trump e as “imediatas e desnecessárias consequências” nos investigadores internacionais, universidades e estudantes.Para a organização, esta medida não só “afeta injustamente a vida das pessoas”, como é “potencialmente danosa” para a livre circulação de pessoas e ideias, a pedra de toque no ensino superior e investigação, lê-se no comunicado emitido hoje pela organização. “Embora as preocupações de segurança do Presidente Trump possam ser justificadas, isto é brincar à política com o mundo do conhecimento e com a vida dos académicos e dos estudantes”, afirma Lesley Wilson, secretária-geral da associação, citada no comunicado.Para a responsável, “uma grande economia do conhecimento” como é a dos Estados Unidos “não pode permitir-se encerrar”. “Não é apenas eticamente errado, é também um enorme obstáculo à circulação vital do talento global”, acrescenta.As universidades já estão a sofrer as consequências no seu pessoal e alunos, indica a EUA, referindo que a medida será “extremamente problemática em vários setores”. As restrições a viajar, agora direcionadas a países sitiados, estão a afetar o movimento de estudantes e professores envolvidos em parcerias académicas, conferências, visitas de investigação no terreno e programas internacionais de estudo em universidades e comunidades à volta do mundo, incluindo na Europa.A associação apela ao Presidente norte-americano para rever ou reformular esta ordem executiva para evitar qualquer ameaça à livre circulação de pessoas e conhecimento e para que a nova administração tenha consciência da importância suprema da mobilidade global e da abertura à sociedade como um todo. A Associação Europeia de Universidades representa mais de 800 universidades em 47 países.LusaDiplomatas norte-americanos contra política de Trump
Mais um protesto contra as restrições à política de imigração impostas por Donald Trump. De acordo com a página Law Fare, um blog que se dedica a escrutinar as decisões que se prendem com a Segurança Nacional dos Estados Unidos, centenas de diplomatas e funcionários de embaixadas norte-americanas estão a subscrever um memorando onde criticam abertamente a decisão do novo Presidente norte-americano.O documento, que mereceu o destaque do The Guardian, pode ser lido na íntegra na página Law Fare. Aqui fica um excerto:Uma política que fecha as nossas portas a mais de 200 milhões de viajantes legítimos na esperança de impedir um pequeno número de viajantes que pretendem prejudicar os norte-americanos não vai tornar o nosso país mais seguro. Além disso, esta política contraria os valores norte-americanos fundamentais de não-discriminação (…) Existem soluções alternativas para diminuir o risco de ataques terroristas que são mais eficazes e estão de acordo com o Departamento de Estado [norte-americano] e com os valores americanos”.- Os prémios dos atores de Hollywood, os Actors Guild Awards, que aconteceram este domingo à noite em Los Angeles, foram dominados pelos discursos anti-Trump. Quase todos os premiados aproveitaram o palco para criticar as decisões do presidente americano sobre refugiados e imigrantes.
See Julia Louis-Dreyfus, Mahershala Ali and David K. Harbour's fiery anti-Trump #SAGAwards speeches rol.st/2kG5bVv
The most inspiring anti-Trump speeches including Stranger Things, Kerry Washington and Emma Stone #SAGawards buff.ly/2kJKMlx Trump atira-se à indignação dos democratas
O Presidente dos EUA continua a reagir no Twitter à indignação da população e dos democratas (e alguns republicanos) à sua decisão, acusando os democratas de não se indignarem “quando os empregos estavam a ‘fugir’ do país”.Recorde-se que Donald Trump defendeu enquanto candidato que a taxa de desemprego nos EUA era muito superior à taxa de desemprego que o Departamento do Trabalho – o Ministério que publica estas estatísticas – publicava. Segundo Donald Trump, o Desemprego nos Estados Unidos era superior a 40%.No entanto, os números oficiais mostram uma cenário completamente diferente. A taxa de desemprego tem vindo a cair de forma consistente desde que atingiu o seu máximo na segunda metade de 2009. Em dezembro, a taxa de desemprego nos EUA estava nos 4,7%, ligeiramente acima dos 4,6% de novembro, os melhores registos desde o final de 2007.Caos "é um preço baixo a pagar" pela segurança, admite conselheira de Trump
A conselheira de Donald Trump, Kellyanne Conway, considera que o caos causado pelas recentes medidas anti-imigração decididas pelo Presidente dos EUA são “um preço baixo a pagar” por uma segurança maior.Numa entrevista à Fox News, Kellyanne Conway desvalorizou o impacto que essas medidas restritivas podem ter na vida dos cidadãos, nomeadamente a separação forçada de famílias, como se tem assistido nas últimas horas. “Toda esta ideia de que as famílias foram separadas e estão todos afastados uns dos outros é temporária”, disse ontem à Fox News. E, para o demonstrar, recordou que cerca de 300 pess0as foram travadas ou impedidas de embarcar ainda nos seus países de origem.Sobre a decisão de alguns juízes federais, que travaram algumas das restrições, Conway disse ter a informação das autoridades de que, quem estivesse detido, seria libertado assim que se comprovasse que “não haveria qualquer ameaça ou perigo para o país”.EUA reforçaram contingente militar no Iraque em setembro
No Iraque, onde o Parlamento já se levantou contra a proibição de Donald Trump e pediu uma medida a impor uma resposta à letra, os Estados Unidos ainda têm cerca de 5.000 soldados em terras iraquianas, apesar do anúncio da retirada feito ainda Barack Obama.O contingente foi reforçado em setembro do ano passado com mais 600 soldados, destacados para dar apoio logístico e informação às forças de segurança iraquianas na ofensiva para retomar o controlo da cidade iraquiana de Mossul às forças do Estado Islâmico.- Entretanto, a Delta, a companhia de que falava Donald Trump, anunciou o cancelamento de mais 110 voos devido a problemas com o seu sistema informático, depois de já ter cancelado 170 voos no domingo. A companhia pediu desculpas aos seus clientes, mas avisou que podem ser cancelados mais voos.A falha do sistema, que aconteceu algumas vezes nos últimos meses, deixou os passageiros de alguns voos à espera durante horas nas pistas dos aeroportos norte-americanos, criando constrangimentos em aeroportos que servem de hub, tal como Nova Iorque ou Atlanta.
Donald Trump: "Os maus teriam invadido o país"
Reagindo às críticas de que a aplicação demasiado célere das leis limitativas da emigração tinha lançado os aeroportos do país num caos, Trump disse, através do Twitter, que se tivesse permitido algum espaço entre o anúncio das medidas e a sua aplicação “maus tinham invadido o [nosso] país”. Trump rematou com o aviso: “Há por aí muitos ‘tipos’ maus”.Trump anuncia primeiro nome do Supremo amanhã às 20h de Washington
O Presidente dos Estados Unidos já escolheu o primeiro nome para o Supremo Tribunal. A revelação, mais uma numa primeira semana frenética, acontece terça-feira, em Washington, às 20h, uma da manhã em LisboaEste novo nome será o sucessor do falecido Antonin Scalia, que esteve mais de três décadas no Supremo, editou vários livros e era respeitado dos dois lado do muro político. Ficou conhecido pelas suas posições conservadoras que passavam, entre outras coisas, por um apoio à consolidação do poder executivo do Presidente. Fontes próximas do processo de transição disseram à estação de televisão CNN que a lista de Trump estará já reduzida a aenas três nomes: Neil Gorsuch, do Tribunal de Recurso de Denver, uma instância próxima do nosso Tribunal da Relação; William H. Pryor Jr., parte do Tribunal de Recurso do 11º circuito – formado pelos estados de Alabama, Florida e Georgia – e Thomas Hardiman, do 3º circuito do Tribunal de Recurso, referente aos estados de Delaware, New Jersey e PennsylvaniaEUA já tinham apertado o controlo ao Irão, Iraque, Sudão e Síria em maio
As restrições a alguns destes países não são novas. Em maio deste ano, os EUA começaram a impôr restrições no acesso a vistos a todos aqueles que quisessem aceder a território norte-americano e que tenham viajado para o Irão, Iraque, Sudão e Síria depois de março de 2011 – com exceção de diplomatas e militares – e aos cidadãos destes quatro países.Este grupo deixou de poder pedir um visto de turista pela Internet – mais rápido e mais barato – e passou a ter de fazer este pedido nas respetivas embaixadas e consulados. Quem já tinha pedido, e tinha conseguido, as autorizações de viagem também conhecidas como ESTA e tiver dupla nacionalidade, de um destes dois países, viu o seu ESTA revogado.- O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália considerou que a União Europeia “não está em boa posição” para criticar as políticas anti-imigração de Donald Trump, uma vez que também “ergueu muros” durante a crise dos refugiados. Em entrevista ao diário Corriere della Sera, o ministro Angelino Alfano afirmou que a Europa “não está em boa posição para dar opiniões sobre as escolhas dos outros”.Ou será que queremos esquecer que também nós, na Europa, erguemos muros?”, questionou o chefe da diplomacia italiana.Durante a crise de migração de 2015, perante um fluxo de dezenas de milhares de pessoas que fugiam do Médio Oriente em guerra, os países balcânicos fecharam as fronteiras com a Hungria, erguendo vedações para impedir a entrada de migrantes. Alfano, que até dezembro era ministro do Interior (Administração Interna), salientou – no entanto – que a Itália adotou uma posição diferente quanto aos refugiados e migrantes.“A Itália, como ‘campeã mundial’ de salvamento de migrantes que atravessam o Mediterrâneo e do respetivo acolhimento nas nossas costas”, pode atestar que a “segurança e a solidariedade podem coexistir”, realçou. “A nossa visão é diferente (da de Trump) e até agora tem-se mostrado bem-sucedida no que toca a segurança”, acrescentou Alfano.Lusa
Quem está dentro, quem está fora da proibição
A administração de Donald Trump garante que esta não é uma medida tomada para impedir muçulmanos de entrar no país e, de facto, não proíbe uma religião de entrar, mas antes os cidadãos de sete países.De fora fica o país com maior população muçulmana do mundo, a Indonésia, e os países de onde eram originários os terroristas do 11 de setembro e a liderança da Al-Qaeda: Egito, Arábia Saudita, Líbano e Turquia.Outras duas ausências são o Afeganistão, um dos países considerados mais perigosos para os norte-americanos, e o Paquistão, onde Osama Bin Laden esteve escondido durante anos depois do 11 de setembro.O Paquistão é um tradicional aliado dos Estados Unidos, ainda que numa relação com muitos altos e baixos, na luta contra o terrorismo. A Arábia Saudita é dos mais antigos aliados dos EUA na região, apesar de a relação ter esfriado durante a administração Obama, e o Egito também o foi durante décadas, quando Hosni Mubarak estava no poder.É do Egito que saíram aqueles que são considerados os pais do fundamentalismo islâmico, entre eles Sayyid Qutb, que chegou a liderar a Irmandade Muçulmana e que foi executado, depois de condenado pelo assassinato do presidente Abdel Nasser. Ayman al-Zawahiri, número dois de Bin Laden na Al-Qaeda em setembro de 2001, e que agora assumiu a liderança do movimento terrorista desde a morte de Bin Laden por tropas americanas no Paquistão, também é de origem egípcia.Outros países que ficam de fora, e que têm sido evidenciados pela imprensa norte-americana, são os países do Médio Oriente onde Donald Trump tem negócios.Turquia e Egito são, aliás, dois dos países sobre os quais o Departamento de Estado dos EUA emitiu um aviso à sua população para não viajar, já que são dois países perigosos para cidadãos norte-americanos, precisamente, devido à ameaça terrorista.Turquia, Egito, Arábia Saudita e Azerbaijão são alguns dos países na região onde Trump tem negócios e que não foram afetados pela ordem. A organização de Donald Trump não tem negócios nos outros sete.- A proibição da entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países maioritariamente muçulmanos, aprovada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, é “ilegal e mesquinha”, disse o alto-comissário das Nações Unidas dos Direitos Humanos.Zeid bin Ra’ad Zeid al-Hussein declarou, na rede social Twitter, que “a discriminação pela nacionalidade é proibida pela lei dos direitos humanos”, acrescentando que “a proibição dos Estados Unidos também é mesquinha e desperdiça os recursos necessários para o combate apropriado ao terrorismo”.Lusa
- O The New York Times escreveu um editorial violento contra a decisão de restringir a entrada de refugiados e imigrantes do Irão, Iraque, Síria, Líbia, Somália, Sudão e Iémen. O artigo, publicado no sábado, usa palavras como “cobarde”, “perigoso”, “xenofobia” e “islamofobia”.
- Mais de um milhão de pessoas tinham assinado, até meio da manhã, uma petição contra a visita de Estado do Presidente norte-americano ao Reino Unido, em protesto contra o seu decreto anti-imigração.
- António Guterres, secretário geral das Nações Unidas, criticou o encerramento de fronteiras, dias depois dos EUA as terem fechado durante 90 dias a habitantes de países de minorias muçulmanas.
- O Governo português manifesta “muita preocupação” com a proibição de entrada nos Estados Unidos de nacionais de sete países, incluindo refugiados.
- Numa decisão inédita, Trump promoveu um conselheiro político ao principal fórum de aconselhamento do presidente em matérias de segurança. Coordenador das agências e militar mais graduado fica de fora.
- Procuradores-gerais de 16 estados condenaram o decreto anti-imigração do Presidente Donald Trump que prometeram “combater com todos os meios disponíveis”.
- Da Alemanha ao Reino Unido, passando pelo Canadá e culminando nas maiores empresas tecnológicas, como o Facebook e a Google, todos estão contra o decreto anti-imigração de Trump.
- A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, lamentou que “o mesmo país que recebeu como escravos” muitos africanos tenha agora proibido a entrada de refugiados deste continente. Dlamini-Zuma denunciou a política de imigração do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra cidadãos de sete países de maioria muçulmana, que qualificou como “um dos maiores desafios à união e solidariedade” de África, durante a uma intervenção na cimeira anual da UA, que hoje começou na capital da Etiópia.O mesmo país que recebeu como escravos muita da nossa gente durante o comércio transatlântico de escravos decidiu agora proibir a entrada de refugiados de alguns dos nossos países. O que é que vamos fazer em relação a isto?”, perguntou a presidente da Comissão da UA aos chefes de Estado presentes no evento.
De onde são os refugiados admitidos nos EUA em 2016?
Dos sete países de maioria muçulmana, quatro estão entre os dez países de origem de onde chegaram mais refugiados aos Estados Unidos no ano passado. Síria, Iraque, Somália e Irão estão as dez nacionalidades de onde chegaram mais refugiados aos EUA, mas o país origem de onde chegaram mais refugiados até foi a República Democrática do Congo.Dos quase 97 mil refugiados que entraram nos EUA no ano passado, a maior parte foi realojada nos Estados do Texas e da Califórnia, com sensivelmente o mesmo número de pessoas. Nova Iorque foi o terceiro Estado que mais refugiados recebeu.Parlamento iraquiano pede ao governo que proíba entrada de americanos no país
O Parlamento iraquiano aprovou hoje uma resolução onde pede ao Governo para responder à letra à proibição norte-americana e proibir a entrada de norte-americanos no país que continua em guerra, com uma forte presença militar norte-americana, mas também de empresas norte-americanas que têm negócios na reconstrução do Iraque.O Irão já tinha deixado a mesma ameaça, mas vai permitir que os norte-americanos que já têm vistos possam continuar a entrar no país. No Sudão, o governo mandou chamar o embaixar norte-americano em Cartum para lhe dizer que esta decisão passava uma mensagem negativa pouco depois de os EUA terem aliviado as sanções económicas sobre o regime.- A ação do Presidente dos EUA foi assinado na tarde de sexta-feira e começou a gerar mais problemas no sábado. Nela, a administração norte-americana proíbe durante quatro meses a entrada de refugiados em solo americano, suspende indefinidamente o programa para receber refugiados sírios, e bloqueia durante três meses a entrada de cidadãos de sete países predominantemente muçulmanos: Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen.As ordens chegaram com indicações, aparentemente contra o conselho legal das agências responsáveis, para proibir a entrada no país de cidadãos com autorizações legais de residência, os chamados green card. O regressos destes cidadãos aos EUA terão de ser avaliados caso a caso, diz a Homeland Security.Uma providência cautelar aceite por uma juíza federal em Brooklyn, Nova Iorque, permitiu bloquear parte das medidas desta ação executiva de Donald Trump, como deportar muitas das pessoas que ficaram presas nos aeroportos norte-americanos, mas não resolveu o problema.
Trump diz que tudo corre bem...e o que não corre é culpa dos outros
Bom dia.Nos Estados Unidos, Donald Trump já acordou e reagiu prontamente à celeuma do fim de semana. A ordem executiva que assinou e que suspendeu o programa de realojamento de refugiados nos Estados Unidos e colocou restrições à entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana – Irão, Iraque, Síria, Sudão, Somália, Iémen e Líbia -, incluindo (pelo menos inicialmente) as pessoas com autorização de residência, provocou o caos nos aeroportos , protestos e reações um pouco por todo o mundo.Aos olhos de Donald Trump, está tudo a correr bem. E o que não está é culpa dos outros. Neste caso, dos sistemas informáticos da companhia aérea norte-americana Delta, dos manifestantes que protestaram contra a sua decisão e até, em jeito sarcástico, pelas lágrimas do senador democrata Chuck Schumer.
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