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Escrito por Adérito Caldeira em 26 Janeiro 2017 |
Rogério Zandamela, o Governador do Banco de Moçambique, disse nesta quarta-feira(25) que as medidas restritivas tomadas pela instituição que dirige, desde Setembro passado, já estão a surtir o efeito desejado, que se pode notar pela taxa de câmbio que inverteu o ciclo de depreciação e assim deverá manter-se até ao fim de 2017. Zandamela prevê que os preços dos produtos não aumentem mais, todavia é pouco provável que baixem.
Em jeito de balanço do ano transacto Zandamela declarou que, “o aperto monetário conjugado com medidas monetárias de maior rigor do lado da despesa pública permitiram retirar muita liquidez do sistema bancário, alterando a tendência dos indicadores macro-financeiros e forçando a alteração das expectativas dos agentes económicos sobre a perspectiva económico-financeira do curto e médio prazo”.
“A nossa avaliação mostra que o mercado assumiu o espírito das medidas de restritividade que tomamos tendo a taxa de câmbio invertido o ciclo de depreciação que vinha registando e consequentemente a inflação anual recuando em Dezembro, após pico de cerca de 27% registado em Novembro, abrandamento que poderá manter-se nos próximos meses, até final de 2017 e além”, prognosticou o Governador na abertura do 41º conselho consultivo do Banco de Moçambique que decorre na cidade da Matola.
Dirigindo-se a quadros sénior do BM, Rogério Zandamela, disse que as “perspectivas para 2017 são de um optimismo moderado, não obstante os riscos de conjuntura doméstica e internacional que subsistem”. “Se os factores de risco que temos identificados não forem severos e as instituições vocacionadas de implementar as políticas desenhadas julgamos realizar os objectivos de inflação média de 14% no fecho do ano e um crescimento ao redor de 5,5%”, acrescentou.
Naquele que foi o seu primeiro discurso num conselho consultivo o Governador prometeu que, “o Banco de Moçambique continuará a orientar a política monetária de forma prudente e flexível, tomando as medidas que se mostrarem necessárias em tempo oportuno para salvaguardar os objectivos de estabilidade macro-económica e estabilidade financeira”.
“A par da correlação da política monetária e fiscal estamos solidários, e confiantes, que o Governo implementará com sucesso medidas arrojadas de consolidação fiscal bem como reformas estruturais profundas que se mostrem adequadas ao resgate da reputação e da credibilidade do País e das suas instituições nos planos internacional e doméstico. Continuaremos a fazer o que nos compete para a retoma do programa com o Fundo Monetário Internacional, a condição para o retorno dos fluxos de capitais multilaterais e privados”, concluiu Rogério Zandamela.
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