Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Está ficando cada vez a cada dia mais claro que se desvirtuaram princípios fundacionais na arena política moçambicana.
Hoje todo um povo chora de carências existenciais. Não há dinheiro ou renda que chegue para resolver ou responder às necessidades quotidianas.
As respostas institucionais são, de forma demonstrada, precárias e inconsistentes.
Ensaiam-se respostas que foram experimentadas antes sem sucesso.
Dão-se novos nomes a exercícios elaborados nos tempos do efémero socialismo moçambicano, mas nem tem sido suficiente para alavancar a economia.
O fundamento regimental tem sido manter um controlo rígido e seguro sobre as fontes de acumulação primitiva à luz dos preceitos do ‘“empoderamento’ económico negro”.
Agora existem factos que testemunham que a estratégia não é de todo sustentável, na medida em que cria e sustenta uma impunidade vertical e horizontal.
Está ficando cada vez a cada dia mais claro que se desvirtuaram princípios fundacionais na arena política moçambicana.
Hoje todo um povo chora de carências existenciais. Não há dinheiro ou renda que chegue para resolver ou responder às necessidades quotidianas.
As respostas institucionais são, de forma demonstrada, precárias e inconsistentes.
Ensaiam-se respostas que foram experimentadas antes sem sucesso.
Dão-se novos nomes a exercícios elaborados nos tempos do efémero socialismo moçambicano, mas nem tem sido suficiente para alavancar a economia.
O fundamento regimental tem sido manter um controlo rígido e seguro sobre as fontes de acumulação primitiva à luz dos preceitos do ‘“empoderamento’ económico negro”.
Agora existem factos que testemunham que a estratégia não é de todo sustentável, na medida em que cria e sustenta uma impunidade vertical e horizontal.
Uma República não funciona sem que se respeitem as balizas republicanas.
Em Moçambique, é por demais que se vive num feudo da Comissão Política da Frelimo.
Os
seus membros estão de maneira tal agarrados ao poder que não equacionam
a praxe republicana de alternância democrática do poder.
Hoje, enquanto se discutem saídas airosas e patrióticas, abundam os que se negam a aceitar que esse é o único caminho viável.
Onde terminará o impasse negocial?
Quando
veremos compatriotas desfazendo-se das manobras dilatórias e das
tácticas de imposição para adoptarem o que produz consensos
funcionalizantes?
Vai
ser difícil obter um acordo político que avance uma agenda nacional ao
abrigo dos apetites vorazes de uma nomenclatura dominante.
A
mediatização de discursos puramente fraudulentos, promotores do
branqueamento da história moçambicana, esgota a cada dia a sua
utilidade.
Mesmo
que seja o exímio diplomas, Joaquim Chissano, a defender uma posição
nacionalista, sobressai que ele está defendendo e ao serviço do
“status”.
Vamos assumir todos que basta de embustes institucionais.
Quando
o PR preside a realizações da OJM, e quase obviamente com fundos
públicos, estamos na continuação do mesmo. Mistura-se o público com o
privado de maneira grosseira e depois não se querem consequências.
Ou se assume que partidos políticos se têm de desmarcar do gangsterismo político, ou continuaremos sem soluções palpáveis.
Cada vez que se aproxima uma consensualidade, adiam-se os factores, em defesa de um “status” medíocre e entorpecente.
Pare-se de tentar inventar a roda.
Agarremos as oportunidades de hoje e coloquemos, todos, o comboio Moçambique nos carris. (NoéNhantumbo)
CANALMOZ – 30.11.2016
TRUMP vai herdar economia mais forte dos últimos dois anos. O aumento foi revisto em alta e relacionase com alterações no consumo privado. O PIB dos EUA no terceiro trimestre foi revisto em alta para 3,2%, o ritmo mais forte em dois anos, superando as expetativas dos analistas que previam um crescimento de 3%. A primeira estimativa apontava um crescimento de 2,9%. A nova estimativa foi anunciada ontem pelo Departamento do Comércio e está relacionada com o crescimento mais acentuado no consumo privado, com os gastos das famílias – representação de 70% do PIB – a aumentarem 2,8% no terceiro trimestre. As exportações contribuíram com 0,87pp para o PIB, no segundo trimestre nos 1,4%.
Inquirição envolto em “ses” MPM, 30 NOV – Envolto em secretismo, o encerramento, anteontem, da série de audições em torno de dívidas contraídas pelo governo-Guebuza suscita uma série de especulações. Quis o destino que Armando Guebuza enfrentasse, cara-a-cara, Eneas Comiche, este presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), eles que aparentemente andaram de costas voltadas. Quis o destino que os papéis se invertessem, passando o chefe de ontem, a ser alvo de inquirição liderada pelo subordinado de ontem, hoje, o chefe da operação. Nem com isso, o respeito instituição prevalecente, não fosse Armando Guebuza e Eneias Comiche ‘gentleman’ de se lhe tirar o chapéu, longe das baixarias que costumam ser presenciadas em sedes plenárias aqui e em algumas províncias. Quando Comiche, edil do Conselho Municipal de Maputo, de repente se viu forçado a interromper o promissor ciclo de revolucionar a cidade capital, muitas vozes ecoaram, apontando o dedo a Guebuza, mas nada se provando que o presidente tivesse influenciado directamente a não continuidade do economista. Pelos vistos, nada porém que afectasse tanto Guebuza quanto Comiche, isto do ponto de vista público, porque entre as quatro paredes consta “parecer” que o cenário não podia ser tão desolador que, dizem as vozes, chegou a evidenciar. Mas a CIP não é apenas o Comiche. É verdade que nela está uma mão cheia de frelimistas e tão apenas uma gotinha da oposição, mas isso nada mostra que Guebuza tenha escapado ao “encostão” contra a parede. Uma coisa é certa. A malta da CIP não andou aos champanhes com o antigo presidente. Em causa, a credibilidade de cada membro da CPI, em representação dos eleitores, embora estes copiosamente colocados a leste das prioridades em situações similares. Por duas vezes consecutivas eleito presidente da República, Armando Guebuza não foi além disso porque a Constituição da República assim não permite, pois de contrário teríamos o homem na Ponta Vermelha e todas estas iniciativas que o crucificam não aconteceriam. Ou seja, há alguma aldrabice em muitos dos processos de escolha. O Chefe de Estado acaba por não ser eleito pela maioria dos moçambicanos, antes pelos partidários da Frelimo, numa espécie de eleições primárias. Se Guebuza se tornou presidente de Moçambique deveu-se à força interna da Frelimo, primeiro passo fundamental para que tal acontecesse, pois uma vez chumbado, nem sequer teria chegado onde chegou em duas ocasiões. E se tivesse continuado na Ponta Vermelha, na mesma o escândalo teria vindo a público, se atentos de que sua evolução partiu da imprensa internacional e só depois se espalhou internamente, o suficiente para forçar Nyusi a abrir o livro. Outro “se”. Se a imprensa internacional não tivesse depoletado o escândalo, continuaria nos segredos dos deuses, mesmo o governo-Nyusi sabendo da sua existência, pela força da costela que os une. Nestes casos, a informação costuma vir de fora de portas, dos que a detém internamente. Por via disso, em nada surpreenderia que alguém dissesse que a fonte do Wall Street Journal é moçambicana perfeitamente identificada com o assunto que hoje mexe connosco. Mas se, desta vez, as presidenciais tivessem sido ganhas por Dhlaka
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ma ou Simango, mesmo rebentando, o escândalo teria impacto diferente. Rapidamente haveria de se entender estar-se em presença da caça às bruxas, e desse modo poucos perceberiam os esclarecimentos vindos do inquilino da Ponta Vermelha. Nesta ordem, ainda bem que tudo acontece sob gestão da Frelimo, até pelo mo
do como as ‘makas’ internas são resolvidas, de rigor na disciplina partidária, sempre em obediência ao critério de que roupa suja é lavada em casa, não na via pública. Há, no entanto, que reconhecer a perícia dos mentores da engenhosa estratégia, ao extremo de até os tipos do Fundo Monetário Internacional terem sido
ludibriados, incluíndo o pessoal ligado às três instituições financeiras que “botaram” o dinheiro, em mais de 2.2 milhões de dólares. Que tamanha perícia. Hoje a CIP deve proceder à entrega do relatório final das inquirições realizadas. Por perceber, o comportamento de Venâncio Mondlane na sessão de anteontem, ele que em nome do Movimento
Democrático de Moçambique (MDM), desde cedo, exigiu que Armando Guebuza fosse parar à cadeia na sequência do escândalo de dívida. Quem corou ou foi levado pelo ressentimento durante a sessão? Ou terá vingado a concertação de estratégia havida entre os membros da CIP antes da audição? redacção
MPM, 30 NOV – Millennium Bim, Moza Banco e o BCI, acabam de dar sinais inequívocos de contrariar o cenário negativo resultante da mais recente intervenção do Banco de Moçambique (BM) sobre o Nosso Banco, segundo, e Moza Banco, primeiro. Desse modo, o Millennium bim abriu um novo balcão no distrito de Mocuba, na província da Zambézia, dando assim mais um passo importante no seu processo de expansão e modernização da sua rede. Com esta inauguração, o Banco conta já na sua rede com 175 balcões, sendo o de Mocuba o 8.º na província da Zambézia. Este novo balcão foi cons
MPM, 30 NOV - O embaixador da Rússia em Moçambique, Andrey Kemarsky, visitou ontem a CTA, mantendo encontro com o Conselho Directivo, iniciativa descrita como de cortesia inserida no quadro da estratégia da agremiação empresarial que visa a diversificação dos parceiros de cooperação, de modo a “trazer de volta os investimentos ao país”. Sendo uma plataforma cuja missão é contribuir para um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento do sector privado, a CTA está a trabalhar com diversas instituições nacionais e estrangeiras, no sentido de promover as oportunidades de negócios existentes em Moçambique de modo a trazer de volta os investimentos ao país, assim como atrair novos investidores, o que contribuirá, por conseguinte, na geração de emprego e produção da riqueza para o bem-estar dos moçambicanos. Após o encontro com o diplomata russo Andrey Kemarsky, o Presidente da CTA, Rogério Manuel, disse ser intenção da sua organização abrir outras janelas de cooperação de modo a trazer investidores a Moçambique. CTA usa russos para recuperar investimentos No encontro, foram discutidos vários assuntos ligados às oportunidades de negócios existentes nos dois países. “Há seculos que a Rússia trabalha na área de hidrocarbonetos e tem muita experiência que pode partilhar connosco. Já temos alguns investidores russos aqui em Moçambique mas achamos que é preciso aumentar mais e diversificar as áreas de actuação. Agora vamos começar a organizar seminários de negócios, aqui e na Rússia, juntando empresários dos dois países como forma de trazer outros investidores russos a Moçambique”, disse Rogério Manuel, para quem, “devido a conjuntura económica não favorável vivida pelo país, a CTA está a procurar formas de diversificação dos parceiros, razão pela qual tem vindo a receber embaixadores de diversos países acreditados em Moçambique, entre outros parceiros de cooperação”. O Embaixador da Rússia, Andrey Kemarsky, enalteceu o papel desempenhado pela CTA na promoção das oportunidades de negócios existentes em Moçambique. “Temos uma experiência muito rica do passado e pensamos que podemos aproveitar isso para fazer face aos actuais desfios impostos sobretudo no campo económico. Temos alguns exemplos de investimentos russos em Moçambique feitos na área mineira e outras”, sublinhou Andrey Kemarsky. As relações de amizade e cooperação entre Moçambique e Rússia vêm desde o ano da independência nacional, mas estavam mais focadas na ajuda humanitária e no campo político. Entretanto, nos últimos anos, os dois países têm intensificado contactos empresariais. As condições favoráveis para expandir e fortalecer a cooperação mutuamente benéfica têm-se desenvolvido nas áreas do comércio, mineração, siderúrgica, petroquímica, agricultura, e projectos de energia e infraestruturas. xg e redacção Banca reverte cenário truído no âmbito da parceria estabelecida com os Correios de Moçambique, que visa a instalação de balcões ou de agentes bancários nos postos dos Correios. Este ano foram já inaugurados 4 balcões em instalações dos Correios, nomeadamente, em regiões que estavam desprovidas de serviços bancários. Enquanto isso, o BCI agendou para esta quarta-feira a assinatura do Protocolo de Parceria com a Associação dos Vendedores e Importadores/Exportadores do Sector Informal De Moçambique, Mukhero, tendo em vista desenvolver um “relacionamento e compromis
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salvador raimundo Xícara de Café Xícara de Café EM 94 fizemos parte dos que, em Marínguè, testemunharam a desmobilização de Afonso Dhlakama e dos generais da Renamo, no quadro do Acordo Geral de Paz. Após a aterragem, num improvisado aeródromo construído por homens e mulheres da Renamo, a breve caminhada que nos levou ao local do cerimonial. Estampadas nas árvores, fotografias de Joaquim Chissano e símbolos da Frelimo, nos deixa boquiabertos, uma vez o território ser de forte influência da Renamo. Desde logo, a ideia de que aquilo não passava de uma estratégia que visava confundir quem “consumisse” o colorido quadro, como se do lado de lá vingasse o pluralismo de ideias, a livre expressão, um mundo onde as pessoas podiam falar à vontade; onde a criançada podia brincar e rir às gargalhadas; gozar a vida como ela, efectivamente, é. Não demorou para o esclarecimento destas e de outras dúvidas. Enquanto se aguardava a chegada de Dhlakama e dos generais, fomos dar uma volta à pacata vila-sede de Marínguè. Muita criançada faminta, isolada e quase nenhuma envolvida em brincadeiras. As pessoas que lá se encontravam – homens e mulheres, muitas mulheres – se esforçavam em dar a entender estar tudo bem. Mas pelo seu olhar, se percebia que aquela gente estava com as mentes “acorrentadas”, expressamente proibida de fazer vingar as suas ideias, num contraste com que víramos momentos antes. Nos aproximamos de uma menina, por aí 12 anos de idade – hoje deve ter 25 anos –, deu mostras de querer falar, conversar, mas num leve olhar para os lados, rapidamente percebeu de que não devia fazer isso. À nossa volta, muitos olheiros. Apressou o passo indo se esconder atrás do que restava de uma parede, e a partir desse ponto, não se fartava de nos olhar atentamente, sem gesto visível. Nesse instante, percebemos que ela contraiu ferimentos num dos pés e a necessitar de assistência. Um fio de lágrimas desce em nós, rosto abaixo... De volta ao local do cerimonial, muitos preparados para a despedida da vida militar de Dhlakama e dos seus generais. Estes se fizeram em motorizadas perfiladas por entre caminhos estreitos, fintando árvores e arbustros, tal como Dhlakama, exímios motoqueiros, prontos para a fuga em situações de guerra. Motorizadas de aspecto novo e da mesma série, o que afasta qualquer cenário de terem sido roubadas numa confrontação. Entre os presentes, antigo colega, que sumira quando em gozo de férias em Inhambane. Nos alerta para sermos discretos, por ser parte deles. Tomaz Salomão, a representar o governo, na troca de conversa, de costas para o discurso de Dhlakama, diz-nos que conhecia aquela zona, e lamenta cantinas transformadas em ruínas. Torcemos o nariz em desacordo, mas o Tomaz insistia conhecer aqueles edifícios, quando em estado novo, não de destruição. Puxamos pelos botões e concluímos. Maldita política…X
so de cooperação entre ambas entidades, atravez do estabelecimento de relações com vantagens para ambas as partes”. Paulo Sousa, presidente da Comissão Executiva do BCI, e Sudecar Novela, presidente da Associação Mukhero, serao os signatários do memorandoá, que ainda visa a formalização dos negócios dos mukheristas inscritos na associação e a criação de produtos que permitam proporcionar aos seus membros, o acesso a soluções de financiamento do Banco “em condições especiais”. Já o Moza Banco inaugurou ontem quatro novas agências nas cidades de Maputo e Matola, designadamente, agência Machava-sede, agência Jardim; agência COOP e a agência Praça dos Trabalhadores. João Figueiredo, PCA, diz que a abertura destas agências “tem um significado especial, na medida em que representa um passo firme e seguro no sentido de alcançarmos a missão que temos pela frente”.
Desde que “iniciei funções no Moza Banco a minha principal preocupação e dos meus pares da administração, tem sido de normalizar a instituição, e o facto é que através de um conjunto de medidas implementadas, neste curto espaço de tempo, já temos resultados objectivos, tanto a nível interno, assim como na relação com os nossos clientes e os diferentes Stakeholders”, Figueiredo A abertura das novas agências é a reafirmação do compromisso do Moza, em aproximar-se cada vez mais dos clientes e do público em geral, oferecendo produtos e serviços de qualidade, inovadores e que vão de encontro as suas necessidades e expectativas. Pese o momento desafiante que o Moza atravessa, mantem-se relevante no sector financeiro nacional, com uma estrutura orgânica bem definida, com processos internos consolidados, sistemas tecnológicos sofisticados, “uma vasta rede de infra-estruturas e sobretudo, um quadro de colaboradores”, Figueiredo. redacção
MPM, 30 NOV - A empresa Telecomunicações de Moçambique (TDM, SA) vai proceder ao reajuste do tarifário do seu serviço telefónico internacional, com efeitos a partir de amanhã, quinta-feira, 1 de Dezembro, segundo nota de imprensa enviada ao ET. O reajuste tarifário visa colmatar os custos inerentes à provisão do serviço, tendo em conta os diferentes destinos para onde o tráfe
TDM reajusta tarifário telefonico internacional go internacional da empresa é escoado, atendendo ao momento em que o tarifário em vigor foi fixado, ou seja, há mais de uma década. red Expresso da tarde anos 20 Primeira ou renovação de subscrição do Expresso da Tarde, referente ao ano 2017, já decorrem, bastando contactar-nos pelos endereços constantes.
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JORGE Ferrão acaba de ser exonerado da Educação e Desenvolvimento Humano, cedendo o seu lugar a Conceita Sortane, naquela que constitue terceira maior mexida de Filipe Nyusi na esfera governativa, face ao primeiro lote divulgado em Janeiro do ano passado. Pedro Couto, dos Recursos Minerais e Energia, foi o segundo a ser exonerado do cargo, para ir ocupar a presidência do Conselho de Administração da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Letícia Klemes foi a eleita para substituir Couto, agora coadjuvada por Augusto Fernando. Abdurremane Lino, Justiça, foi o primeiro a sair. A estas três mexidas de vulto, outras tantas de vice-ministros. Na gíria desportiva, equipe que não ganha jogos está sujeita a sucessivas mexidas, suficientes até que o grupo comece a jogar bem e a somar pontos, alegria da massa adepta, habitualmente insatisfeita com os maus resultados. Argumento válido para as mexidas que têm sido encetadas pelo presidente Nyusi, à maior para vice-ministros. De todas as mexidas, a mais caricata é a que envolve o Ministério da Economia e Finanças. Depois de Nyusi tirar Amélia Nkhare, deixando Adriano Maleiane refém de um auxiliar directo, o presidente acabaria por recuar nas suas decisões, não correndo atrás de Nakhare – parece melhor identificada com o actual cargo –, antes
Resenha governativa no ano prestes a terminar(1) Nyusi mexe-mexe que não se farta mandando de volta Maria Isaltina Lucas, antiga secretária permanente, comhecedora profunda dos cantos da casa, desta feita para ocupar a nobre pasta de vice-ministra de Adriano Maleiane. O lado caricato desta encenação é que Maleiane estava convencido de que poderia funcionar sem se apoiar em nenhum lado, mas acabando por se arrepender e pedir que fosse acompanhado na difícil tarefa de ministerial a economia e as finanças moçambicanas, sobretudo numa altura em que a pessão é fora de série, devido aos efeitos colaterais que a dívida oculta tem proporcionado. A presente edição serve, tão somente, de ponta-pé de saída do que se pretende realizar, resenha do desempenho do governo-Nyusi.
Género, Criança e Acção Social Como tem sido tradição desta casa, iniciamos a análise ao comportamento de instituições do governo durante o ano que termina, começando com o Ministério do Género, Criança e Acção Social, de Cidália Manuel Chaúque Oliveira. O Ministério do Género, Criança e Acção Social é a imagem da sua titular, Cidália Chaúque. Tão discreta que muitos moçambicanos sabem da sua existência, e os que sabem, não testemunham a relevância da instituição no interesse maioritário da população moçambicana. A crise de tesouraria es
calou também a instituição, obrigada a reajustar os programas internos de actuação, atravez de parcerias com instituições e organismos de fora de portas. Numa altura em que a questão do género em Moçambique vira polémica, o governo devia assumir papel de destaque atravez de acções concretas, lá onde a sensibilização é mais necessária, acabando por relegar tais iniciativas a grupos da sociedade civil, tal como fim-de-semana em Chókwè, província de Gaza, onde um desfile de difusão da mensagem contra os que atentam contra a mulher. Esta casa ainda não percebeu, com exactidão, o real papel do governo face à problemática que a criança tem estado a enfrentar no seu quotidiano. Não se faz referência específica àquela criança que se encontra nas zonas de conflito armado, mas toda ela, incluíndo a das grandes cidades. Com “ene” problemas que crianças do primário ao secundário enfrentam – casos de consumo de droga e de violência – nunca foi testemunhada a presença da instituição de Cidália Chaúque a contribuir em “alguma coisa que seja”. Isto para além de muitas das raparigas serem alvo de acções atentatórias, com forte tendência de elas mudarem de rumo. Para muitas das iniciativas nem sequer é preciso ir buscar dinheiro nos cofres do Estado, até porque inexistente, bastando parcerias
inteligentes que unem o útil ao agradável. Posto isto, se calhar a Acção Social tenha sido o sector que fez diferença durante o ano que termina. O contrário seria de condenar, uma vez a Acção Social possue já uma estrutura há décadas desenhada e actuante, faltando apenas pequenos retoques. Neste particular, o governo terá contribuído sobremaneira na eliminação de focos de roubalheira, visto que no passado se sucediam casos de roubo, deixando os pensionistas de mão no queixo e outra estendida, à espera do mísero dinheiro entretanto desviado por claques de criminosos a soldo do próprio governo. Chaúque diminuiu esse estado de coisas. Para o ano há que melhorar em varidíssimos aspectos, nomeadamente na vertente de comunicação, atravez da criação de um sector especializado que estabeleça a ligação entre o ministério e a comunicação social. É que o Ministério do Género, Criança e Acção Social tem realizado programas interessantes, mas não do domínio dos moçambicanos.
Ministério dos Combatentes Eusébio Lambo Gumbiwa é seu titular. São conhecidas as várias digressões que o homem e sua equipe tem estado a realizar em quase todas as províncias, incluíndo o interior das mesmas, na tentativa de interagir com os combatentes, no seu todo. Há relato de iniciativas geradoras de renda, patrocinadas pelo governo ou atravez de associações locais dos combatentes.
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Este ano diminuiu consideravelmente o protagonismo do Ministério dos Combatentes na questão de indivíduos da Renamo que teriam se entregue as fileiras do governo, ainda bem, porque nada convincentes. Para trás, igualmente, a gestão de conflitos atinentes às pensões de reforma, nomeadamente o valor monetário das mesmas, mérito da malta comandada por Eusébio Lambo. Lambo percebeu que não é recorrendo a violência que se pode estancar a crise, sim, recurso a inteligência e ao diálogo permanente. É dos poucos ministérios que se tem revelado, no conjunto dos chamados “pequenos”.
Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional Designação comprida e que abarca quatro áreas interessantes do conhecimento, nem com isso ainda sobrevalorizadas pela esmagadora maioria dos moçambicanos. É enorme o esforço desencadeado pela malta liderada por Jorge Olívio Penicela Nhambiu, disso resultando que o número de moçambicanos que sabem da existência da instituição tem vindo a crescer, ano após ano. Ainda esta semana o governo anunciou pretender ver numa única rede, todas as iniciativas de investigação, por forma a facilitar o desempenho das suas realizações. As inúmeras iniciativas públicas organizadas ou co-organizadas pelo governo, ajudam a expansão do con
hecimento da instituição e das áreas nela desenvolvidas, ou de apoio ao contributo, junto de camadas jovens. O ensino superior e técnico profissional continuam áreas problemáticas, devido essencialmente à qualidade do ensino e do produto final destinado ao mercado do trabalho. Durante o ano, o governo intensificou vigilância junto a instituições do ensino superior, culminando com o encerramento de algumas faculdades ou estabelecimentos, pesem polémicas de ocasião. Havia necessidade de disciplinar o sector e isso o governo tratou de fazer, acabando por a maior despesa recair sobre o estudante. Nestes casos, os promotores de ilegalidades deviam ser exemplarmente penalizados. O governo peca pela lentidão com que entra em acção, ao deixar que os processos se alastrem até que as aulas iniciem e só a meio do ano lectivo é que decide mandar fechar as portas. Assim não dá, pois os estudantes acabam perdendo o ano, a exemplo do que se passou na província de Manica, com o fecho do estabelecimento de ensino, por irregularidades. Esta casa aprecia, muito, o trabalho que tem sido desenvolvido pela equipe ministerial de Nhambiu.
Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas Agostinho Salvador Mondlane tem experiência ministerial desde os tempos de Joaquim Chissano, altura que coadjuvou Roberto White nas Obras Públicas e Ha
bitação. Vale a pena referenciar o episódio que se deu nos corredores do ministério, envolvendo White e Mondlane, tendo ficado gravado em certas mentes, porque apaixonante. Depois esteve no governo-Guebuza, como vice do actual presidente, Filipe Nyusi, no Ministério da Defesa Nacional. Uma relação que se prolonga, agora, pela primeira vez, Agostinho Mondlane ocupando pasta ministerial, do Mar, Águas Interiores e Pescas. Apesar da vasta experiência ministerial, somente no segundo ano é que Mondlane mostra serviço. Atravez da co-combinação com José Pacheco, exibiu as potencialidades do sector numa exposição demonstrativa num distrito da província de Manica. As embarcações adquiridas com fundos da polémica, continuam estacionadas passam anos, à espera que avancem iniciativas que visem colocar as máquinas operacionais. A indicação de Mondlane para o sector não deve estar isolada da aquisição deste equipamento. Seja como fôr, a espera continua longa. Ao longo do ano, aumentou a olho nu o número de iniciativas geradoras de pescado, sendo que até as comunidades rurais se organizaram e criaram pisciculturas que têm ajudado sobremaneira na renda familiar. Esta casa testemunhou algumas das iniciativas em Lionde, Chókwè, província de Gaza. Porém, são inúmeros os desafios enfrentados pelo Ministério, para resposta aquém.
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Celso Ismael Correia, ministro, de indicação-surpresa, embora
o seu nome já circulasse nos corredores. Depois de um início arrasador, a instituição tem vindo a perder protagonismo. Correia foi a Paris exibir o seu programa, de agenda global, acabando por arrecadar de estâncias internacionais considerável fatia monetária, ainda contribuíndo para que Filipe Nyusi recebesse prémio internacional. Atravez dos DUAT’s, Correia movimentou ‘meio-mundo’, com toda a gente atrás do documento. Cedo acabaria por ser motivo de desavenças a vários níveis, numa controversa que ainda promete. É que existem casos em que os legítimos proprietários de terrenos acabam ‘golpeados’ pelos chico-espertos, que ‘abocanham’ espaços daqueles, desde que exibindo o DUAT. Uma situação que sugere análise profunda, ou mudança de estratégia, de modo a evitar este estado de coisas. Na vertente ambiental, o governo devia adoptar uma atitude mais agressiva face aos projectos de investimento que têm vindo a disparar, proibindo onde é preciso e abrindo espaço onde os procedimentos se mostrem cumpridos, mas tudo isso em tempo útil. É plausível a intensa troca de informação entre o ministério de Pacheco e o de Correia, na vertente desenvolvimento rural, durante anos na Agricultura. De resto, Celso Correia precisa recuperar a animosidade de início do mandato. s
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