sábado, 26 de novembro de 2016

Confiança política

Elisio Macamo


Em Fevereiro deste ano escrevi sobre algo que chamei de “xigunfucracia”. A reflexão concentrou-se em aspectos do trabalho do Centro de Integridade Pública, mas a questão que abordava era geral. Dizia respeito à tendência de apostar em soluções pontuais para problemas estruturais o que, conforme escrevia nesse texto, a longo prazo produzia um tipo de complexidade que simplesmente piorava os problemas do país. A recente decisão do Chefe de Estado de nomear um Reitor para a Universidade Pública fora da proposta feita pelo Concelho Universitário dá-me a oportunidade de voltar a esse assunto da “xigunfucracia”. Rapidamente, nesse texto de Fevereiro escrevi o seguinte:

“’Xingufu’ é o nome que se dá a uma bola de futebol feita de trapos, borracha, capim, plásticos, enfim, tudo o que a miudagem sem bola de verdade apanha por aí para jogar com os pés. Parece óptima solução para um problema pontual. O problema do ‘xingufu’ é que não dura muito tempo. E pior, por causa das suas características bem particulares o futebol que ele produz não é necessariamente o futebol, mas uma versão aproximada em resultado de todos os ajustes que temos de fazer para nos adaptarmos às características bem específicas da bola artesanal: não salta, não rola bem, não dói quando bate o corpo, não corta bem o ar, pode se desfazer a qualquer momento, etc. ... O termo ‘xingufucracia’ refere-se a um conjunto de pessoas (no aparelho de estado e nas organizações da sociedade civil) que alimentam toda uma máquina de gestão dum país baseada na proliferação de ‘xingufus’ que (acham que) resolvem problemas específicos tipo corrupção, desigualdade de gênero, crianças da rua, pobreza, vulnerabilidade, conflitos, etc. Para tudo que é problema existe uma ‘solução’ artesanal, cuja principal motivação é dar a impressão de que aborda o problema ao mesmo tempo que justifica o nascimento e proliferação de agências (ou indivíduos) cuja razão de existência é a disponibilização dessas ‘soluções’. Governar passa a ser ter agências ou estratégias especialmente vocacionadas para essas coisas. Os problemas que resultam da aplicação de soluções ‘xingufu’ não são vistos como manifestação dessas soluções, mas sim como problemas típicos do desenvolvimento, o que justifica mais soluções ‘xingufu’. O problema da ‘xingufucracia’, porém, é que ela a curto e médio prazo torna o processo de gestão de relações sociais mais complexo pela proliferação de soluções simples para tudo que consegue se impor como problema. E não só. Os ‘xingufu’ obedecem a uma economia política própria que exige a sua constante reprodução por meio da tendência natural de exagerar o problema para justificar a existência da instituição que com ele lida”.

A forma como o termo “confiança política” é usado no nosso país tem tudo para produzir os efeitos nocivos da “xingufucracia”. A “confiança política” produz um outro país que é parecido com o nosso, mas nâo é exactamente a mesma coisa. Quero destacar dois aspectos que me fazem crer que a importância da “confiança política” a médio e longo prazo vá dar ao país mais problemas do que soluções. Um problema é institucional e outro é etico.

O problema institucional é o que, curiosamente, justifica o recurso à “confiança política”. Ao que tudo indica, existe a crença na ideia de que certos cargos públicos devem ser ocupados por pessoas da confiança do Chefe do Estado. Dum modo geral, não existe argumento contra a importância de o Presidente trabalhar com pessoas da sua confiança. O problema, porém, é que a insistência nessa prerrogativa pode também ser um voto de desconfiança ao aparelho de Estado. Dito doutro modo, sendo o aparelho de Estado algo que (devia) funciona(r) na base de regras claras com a bênção da legislação a insistência em trabalhar apenas com aquelas pessoas a quem se confia sugere falta de confiança na objectividade do aparelho de Estado e leva, até, a supor que o Chefe de Estado e o seu homem ou mulher de confiança queiram trabalhar à revelia dessas regras.

Em princípio, se as tarefas e os objectivos estão claros não devia importar muito quem está à frente desde o momento que seja competente e saiba respeitar as regras. Portanto, quando o Chefe de Estado aparentemente ignora a recomendação que a própria instituição faz e impõe outra pessoa, não está apenas a documentar a sua confiança política no felizardo, mas sim a sua desconfiança em relação a essa instituição e a todo o sistema administrativo do país. Como isto é Moçambique e muita gente participa nestas discussões sempre em defesa das suas cores partidárias ou contra as cores que odeia vejo-me na obrigação de recordar que critiquei Guebuza quando nomeou a desgraça que por pouco não afundava a UEM também nas mesmas circunstâncias. Critiquei, como agora o faço, justamente essa prerrogativa presidencial e destaquei a importância de serem os órgãos universitários a decidirem quem deve ser o seu timoneiro.

O problema institucional tem outras implicações. Não conheço muito bem a sua origem, mas imagino que haja duas vertentes. Uma é a do absolutismo monárquico que cultivava a ideia de que o serviço público era, na verdade, o serviço ao monarca. Essa ideia era hostil à ideia do bem público, algo que só dentro dum conceito político republicano pode servir de regulador da política. A outra vertente é marxista que tem uma relação difícil com a diferença de opinião. Todo aquele que não pensa como eu não inspira confiança, logo, não lhe pode ser confiado nenhum posto.

Embora não seja forçoso que assim seja, esta postura pode ajudar a promover o seguidismo, o famoso lambe-botismo e a total ausência de crítica ao chefe porque crítica, por mais construtiva que possa ser, será sempre vista como afronta e desvio de objectivos.Tudo isto pode contribuir (acho que contribui) para tirar a política do contexto institucional e colocá-la na informalidade das relações pessoais, maquinações partidárias, etc. o que transforma o sistema político numa gigantesca rede neo-patrimonial. Isso pode, a curto prazo, dar tesão ao chefe, mas a longo prazo torna-o impotente, pois governar passa a ser a gestão destes arranjos todos cuja complexidade cada vez mais o vai ultrapassar.

Há também um problema ético que tem merecido muita atenção na filosofia do direito. Sucintamente, o problema surge quando se torna necessário justificar uma decisão tomada em prol do bem público. Normalmente, quando um funcionário público dá um despacho positivo a um requerimento ele justifica a sua decisão na base da conformidade do pedido com os procedimentos e, indirectamente, com o interesse público. Mas nem sempre é assim. Que tal se o seu chefe se opõe a um despacho positivo e os méritos do caso não são suficientemente claros para justificar apenas essa decisão? Aí o funcionário vai decidir com base no reconhecimento da autoridade do seu chefe, por exemplo. E é aí onde se levanta o problema ético.

O chefe tem direito moral à autoridade, mas direito moral à autoridade não é autoridade moral. Isto é, quando o chefe ignora o parecer dos seus subordinados – e, como é hábito entre nós, sem nenhuma necessidade de explicar porquê – ele pode ficar com aquela sensação de que ele é que manda, mas a longo prazo está a retirar autoridade moral a si próprio. A interpretação da regra segundo a qual o Presidente nomeia o Reitor da universidade pública com base na recomendação do Concelho Universitário como a prerrogativa do Presidente de escolher quem ele quiser é uma rejeição grosseira da confiança institucional que o Chefe de Estado devia ter interesse em promover. Essa rejeição põe em causa a sua própria autoridade moral.

A questão ética agudiza-se um pouco. O que devem fazer aqueles que foram preteridos, incluindo os estudantes desse estabelecimento? Obedecer ao comando? Rejeitá-lo? Resisti-lo com os pés, isto é fazendo guerrilha institucional? A partir do momento em que o Chefe de Estado toma uma decisão que não respeita a vontade da instituição este problema automaticamente se levanta. De certeza que ele pensa, e é provavelmente encorajado a pensar, que como ele é o chefe os outros vão ter que cumprir as ordens. Este tem sido o grande calcanhar de aquiles dos nossos chefes como aliás a gente vê com a infeliz e ineficaz actuação das nossas Forças de Defesa e Segurança. Parecem pensar que basta dar ordens para serem cumpridas. O que acontece na prática, porém, é que as coisas não andam e, suponho, por vezes as coisas não andam simplesmente porque as pessoas não deixam andar por pirraça e porque recusam autoridade moral ao chefe. Não é correcto nem justo, mas quem governa tem que saber lidar com isso.

E assim a “xigunfucracia” vai espalhando os seus tentáculos por todo o sistema, emperrando as coisas, criando atritos desnecessários e comprometendo o bem público que cada vez mais cai fora do campo de visão da política. E no meio de tudo isto, é preciso também dizer, estão aqueles que pactuam com a secundarização da confiança institucional a favor de vitórias pírricas da confiança política. Neste caso está em causa a pessoa que se deixou instrumentalizar pelo Chefe de Estado aceitando um posto que lhe é confiado na base dum cuspo na cara dos órgãos da UP. Tudo quanto sei dele diz-me que não lhe falta competência técnica para valorizar o posto, mas enquanto não soubermos as razões que levaram o Chefe de Estado a nomeá-lo – e a ele aceitar – eu pelo menos vou ter dúvidas em relação à sua idoneidade moral e seu compromisso com a sanidade institucional. A confiança institucional não depende apenas de o Chefe de Estado diminuir o recurso à confiança política. Depende também de as pessoas terem a coragem de dizer “não” quando o interesse público está em jogo.




Arcenio Cuco Será que é possível um "não" em Moçambique? Penso que o medo de ser encostado, esquecido de vez, preterido das próximas indicações ou nomeações tende a impossibilitar um "não" nestes casos.
Gosto · Responder · 1 · 22 h


Elisio Macamo um "não" é sempre possível e deve haver quem diga "não". justamente por ele significar tudo isso que sugere é que ele é importante.


Cristiano Matsinhe Se me lembro, quando jogávamos xingufo, sonhávamos com xikumba, a bola de couro. Eventualmente, temos acesso a xikumba mas, as regras que regem a jogada de xigunfo, poderão ter sido transferidas e apropriadas no campo de xikumba, mantendo a possibilidade de o dono da bola, a bel prazer, usar a prerrogativa de suspender o jogo e recolher a bola sob o pretexto de ajustar o elástico ou a corda com que se tecia tal xingufo. Por falar em instituição, o que se estabeleceu como cultura institucional é justamente isso, deferir ante a vaga noção de “prerrogativa do chefe” que, a outros olhares, parece reproduzir a arbitrariedade, essa zona de penumbra onde reina o que se supõe ser a “confiança” política ou de outra natureza, essa dimensão subjectiva que atira a gestão da coisa pública para um mundo de incerteza, onde a única certeza é que quase nada é certo e, a previsibilidade dos actos permanece escassa.
Gosto · Responder · 3 · 22 h


Elisio Macamo risos. no fundo, o problema é esse mesmo da transferência das regras dum jogo para outro campo. quando falo da necessidade de abordar a questão da corrupção doutras maneiras, refiro-me a este tipo de coisas.
Gosto · Responder · 1 · 20 h


Amilcar Frederico Pereira Mas o jogo com essa bola animava, era mas justo, não tinha árbitros nem donos de bola que não sabiam jogar.
Gosto · Responder · 2 · 20 h


Elisio Macamo hmmm, os mais fortes kenhavam ou pisavam forte até se estragar...


Télio Chamuço O problema, é que, na realidade prática, não existe estrutura "institucional". Existe, sim, estrutura "pessoal(izada)".
As coisas não são feitas com base no bom-senso [colectivamente aceite], mas sim com base na vontade e bom/mau humor [individualmente apetecido] de quem decide.
40 anos de independência e ainda andamos nisto...
Gosto · Responder · 2 · 22 h


Elisio Macamo a estrutura existe, mas está numa luta terrível contra essa personalização. onde a "confiança política" é rei, essa estrutura dificilmente sobreviverá. mas se calhar é um equívoco do próprio presidente. se calhar ele não sabe que essa prerrogativa não significa direito de nomear quem quiser. e se for esse o caso, é ainda mais grave.
Gosto · Responder · 1 · 20 h


Télio Chamuço O nosso PR tem experiência governativa suficiente (já foi ministro) para saber sobejamente quais são os critérios e postura institucional recomendáveis que deveriam ser observados no acto de nomeação. Portanto, estamos diante do cenário que o Professoradjectiva de "ainda mais grave"...
Quanto a estrutura, sendo a componente institucional subjugada ao livre arbítrio e propósitos pessoais, é como se aquela primeira não existisse.



Elisio Macamo sem dúvidas. quando a experiência é adquirida dentro duma cultura política hostil a essas coisas é como se não existisse...


Celia Meneses Em Maputo?
Gosto · Responder · 1 · 21 h


Elisio Macamo quem me dera!


Emidio Beula Pobre Elísio, certamente não imagina quão difícil é " recusar uma missão".
Gosto · Responder · 2 · 20 h


Faizal Jamal Será que é difícil mesmo? A não ser que tenha rabo preso no sistema...

Não vejo problema nenhum em dizer não quando se vê que a coisa está errada e põe em causa a sua própria "persona" em saias desajustadas... Agora se nalgum momento têm pactuado com algumas mesquinhez do sistema claro que porque não quer se ver na capa dos "badboy jornal" acaba se sujeitando.


Elisio Macamo risos. sim, missão patriótica. entendo.
Gosto · Responder · 1 · 20 h


Mario Joao Gomes Sr. Prof ..um nao na terra nestes casos quer dizer que se passa para o outro lado da barricada.????.. nao me lembro de alguem que k o tenha feito.... e para o fazer ha que ser politicamente e financeiramente independente. ..talvez o professor seria capaz de dizer nao..o resto tenho duvidas .. . E ainda acho mais ....pessoas como o prof. Ferrao e o proprio Elisio serao mais uteis no sector privado ...longe da politica..

Abraco.


Elisio Macamo conheço gente que disse "não". é possível. e se não fosse, então teríamos que concordar que o problema somos nós todos, não só o chefe.
Gosto · Responder · 20 h


Mario Joao Gomes Sr. Prof. ..poucos .... e devem ser independentes. .e muito corajosos. ..
Gosto · Responder · 20 h


Elisio Macamo mas é o que precisamos. não é preciso que todos sejam assim. poucos, com o tempo, podem fazer a diferença.
Gosto · Responder · 20 h


Mario Joao Gomes Sr. True ....V


Mario Joao Gomes Sr. True ....mas sao tao poucos ainda que o nao ainda nao eh bem percebido. ...esse eh um dos problemas ... ou eh entendido tipo o tipo esta a armar se ou a gingar. ..


Adriano Simão Uaciquete Um dos prolemas do nossa Perola do Indico eh que para uns dois mais dois eh igual a seis, para outros, dois mais dois eh igual a oito. Mas para si meu caro Elisio Macamo, dois mais dois eh igual a abrir parentese, um mais um, fechar parenteses, mais, abrir parenteses, um mais um, fechar parentes eh igual a dois mais dois igual a quarto. Obrigqdo mais uma vez pela luz...
Gosto · Responder · 1 · 20 h


Elisio Macamo tive que reler...
Gosto · Responder · 20 h


Adriano Simão Uaciquete Assim tambem obrigam muitas vezes os teus textos: iluminam mais quando o fazemos sempre....
Gosto · Responder · 1 · 20 h


Elisio Macamo risos.


Mauricio Domingos Matsinhe Agora temos a possibilidade de ter a bola de xikumba, mas o grande problema surge porque ela é emprestada e a qualquer momento o dono pode leva-lá pura e simplesmente porque tem que ir tomar banho, bem antes do final do jogo. Assim também esta a acontecer na nossa politica. Há muito trabalho descontinuado porque o chefe foi substituído. O novo inicia um novo processo. O novo/antigo por vezes não é do consenso da máquina administrativa, mas todos são obrigados a passar-lhe a bola, mesmo que não esteja em condições de receber a bola. É esta imposição que por sua vez vem dar aso aquilo que assistimos na função pública. Não ha motivação e acima de tudo o cumprimento de ordens é feita de uma maneira cega. Há medo de se criticar algo, mesmo que seja positiva sob o risco do dono da bola lhe mandar sair e ser marginalizado
Gosto · Responder · 2 · 20 h · Editado


Elisio Macamo repare que a questão da continuidade é que coloca o problema da confiança institucional. é porque precisamos de instituições fortes que devemos apostar mais nas que existem para que a mera substituição dum chefe não crie sobressaltos.
Gosto · Responder · 20 h


Mauricio Domingos Matsinhe Concordo, mas o maior problema das nossas instituições é que elas andam a reboque do chefe. Este tem full power para fazer e desfazer, mesmo que isso fira com as regras institucionais. O que interessa não é a instituição como tal, mas sim como esta pode servir ao chefe que lhe colocou no posto. Até agora não há nenhuma vontade politica para mudar o cenário, porque ainda nos beneficia.
Gosto · Responder · 20 h · Editado


Elisio Macamo concordo que esse é um problema sério. não creio, contudo, que a questão seja só falta de vontade política. pode também ser que o chefe não saiba. sabe, há pouco menos de dois séculos quando os europeus exigiam o sufrágio universal, a ideia parecia absurda aos monarcas. aliás, entre nós essa ideia foi absurda há menos de 30 anos.


Eusébio A. P. Gwembe Temos que arranjar um meio termo. No acto das candidaturas o PR propõe os seus para passarem pela eliminatória. O PR ajuda a banalisar os processos democráticos no lugar de os tornar mais fortes. Triste!!! O insucesso dos "confiados" será o insucesso do chefe.
Gosto · Responder · 4 · 20 h


Elisio Macamo risos. mas o problema é justamente esse. o insucesso legitima a procura do chefe pela pessoa certa. quem aceita esse tipo de desafio banaliza-se e aceita ser tratado como mero peão.


Elsa Hunguana A "xigunfucracia" já espalhou os seus tentáculos Prof Elisio Macamo. A questão de assumirmos que não se pode dizer "não" pode suscitar outro debate. Isso lembra me um ex professor a quem perguntamos qual era o papel do sociólogo na nossa sociedade e respondeu nos: "o sociólogo tem duas alternativas na nossa sociedade, ou entra no sistema, deixa se instrumentalizar e vive bem ou desempenha seu papel de cientista social e vive na pobreza"..... não acho que tenha. que ser assim mas sinto que a nossa sociedade cultiva a cada dia essa ideia de que não se deve dizer "não" em nome da defesa da "filosofia" de confiança politica
Gosto · Responder · 2 · 18 h


Elisio Macamo típico do sociólogo. ao invés de responder à pergunta que lhe colocaram respondeu a uma outra que ele próprio inventou, nomeadamente que alternativas tem o sociólogo? brincadeira... a luta contra a "confiança política" devia ser priorizada!
Gosto · Responder · 2 · 18 h


Elsa Hunguana Quer essa ideia de confiança política de certo modo enraizada nos círculos de poder político quer a tal filosofia de que não se pode recusar podem ser subterfúgios, no primeiro caso para "socializar" o nepotismo e no outro para se colocar numa situação de "vítima" kkkkk
Gosto · Responder · 1 · 18 h


Elisio Macamo Elsa, assino por baixo. tenho vindo a dizer isso aqui. as pessoas têm opção. se acham que não têm, sao parte do problema, não da solução.
Gosto · Responder · 1 · 18 h


Faizal Jamal Nos tempos que correm dizer não eu acho que é a coisa mais fácil...

O que nos prende ao sistema, mesmo não querendo é o nosso passado individual, os esquemas e o CV que fomos construindo nesse mesmo sistema...

Para aquele que têm seu nome e honra dentro dos carris, não deve nem teme...


Edson Godinho Boa Tarde Prof., lamento o facto, mas sao as peripecias da nossa "xigungunfucracia", mas o mais grave ainda eh o facto do proponente levar a alta velocidade o nome de toda a sua familia a lama e sem dar conta.....estas coisas de (....) no uso das minhas competencias nomeio x e y animam pah. Analisando doutro lado, devo dizer que recem nomeado tera muitas dificuldades para levar a bom porto a UP, que alias nunca esteve bem.....
Gosto · Responder · 1 · 18 h


Elisio Macamo bom, se terá ou não, veremos.
Gosto · Responder · 18 h


Edson Godinho Prof, quando as bases sao cancerigenas so podemos esperar cancro, pois esta claro que o visado traz uma agenda diferenten da instituicao que pelo andar dos eventos nao promete apoio (institucional)....
Gosto · Responder · 18 h


Elisio Macamo certo. o prognóstico faz sentido, mas veremos. se calhar ignorou-se a escolha da up por uma razão que não conhecemos, mas que é respondida por esta nomeação...


Xavier Jorge Uamba Prof em Moçambique se alguém diz não ao cargo que está sendo nomeado/indicado corre risco de ficar fora do campo por muito tempo, nem aquele xingufo que não anima não vai ter oportunidade de chutar, fica totalmente interdito de jogar. Logo sem confiar outra coisa nada pode lhe restar senão aceitar jogar esse xingufo mesmo sabendo que não vai durar muito e a qualquer momento pode se estragar.
Entretanto as vezes quando aceita jogar xingufo, ao se comprar xicumba que tanto é cobiçado você fica na linha porque aceitou jogar xingufo quando não havia xicumba. Vai merecer confiança.
Gosto · Responder · 1 · 17 h


Elisio Macamo se o problema é o medo de não ser mais considerado, então essa pessoa é o problema.
Gosto · Responder · 17 h


Xavier Jorge Uamba Eu entendo que o problema reside aí, pois se formos a ver a maior parte dos dirigentes que temos fazem muitos sacrifícios para ganharem uma determinada nomeação mesmo sabendo que tem capacidades suficientes.
Há dias estava conversar com alguém que é Chefe dos Serviços Municipais de um determinado bairro. Ele disse-me que precisa de arranjar um terreno com muita urgência para dar o primeiro secretário da frelimo para garantir que não lhe exonera do cargo que ocupa. Em Moçambique quem decide é partido, mesmo assuntos técnicos dentro do partido.
Gosto · Responder · 17 h


Elisio Macamo não, não é o partido que decide. é a falta de espinha dorsal que decide.


Mussa Abdula Já faz parte da nossa cultura, este tipo de situações. Não entendo como é que essas nomeações ocorrem dentro das instituições de ensino, mas se de facto o ex Ministro foi o único estranho no grupo escolhido pela conselho universitário não é justo, mas também não é mau. Nunca ocupei nenhum cargo político, mas a história nos mostra que os cargos em Moçambique giram em função de confiança.
Portanto, o problema do Chingufo é a ausência dessa durabilidade, mas é uma solução aceitável para problemas pontuais, apenas é uma questão dos jogadores terem o cuidado de não meterem o Chingufo na água sob risco de vir a doer no decurso do jogo. É uma suposição, porque este tipo de bola usei na infância. Mas será que o PR ao nomear o reitor fora dos parâmetros tratados pela universidade infringiu a lei? O que diz a lei em relação a nomeação aos reitores? Será que existe a lei? Se existe porque a infringiu?
Gosto · Responder · 17 h


Sara Fuller Maswanganhe Confesso que gosto desta decisão, a UP estava mesmo a precisar. Acreditem.
Gosto · Responder · 16 h


Elisio Macamo agora fiquei curioso. precisar em que sentido?
Gosto · Responder · 15 h


Sara Fuller Maswanganhe Qualidade de ensino.
Gosto · Responder · 15 h


Elisio Macamo ok.


Estevao Mabjaia Da decisão do PR em "ignorar" os nomes/candidatos propostos ou da decisão de nomear o ex ministro da educação? Se esta última, como é que ela garante ou traduz-se (n)a tão almejada melhoria da qualidade de ensino na UP e não só?
Outra questão ainda não necessariamente ligada à anterior: enquanto ministro, será que o novo reitor melhorou a qualidade de ensino no país, em particular o ensino universitário?
Gosto · Responder · 1 · 13 h · Editado


Eusébio A. P. Gwembe Curıoso estou! Em que medıda Ferrao ıra melhorar a qualıdade do ensıno na UP? Para ser maıs precısoö de que forma?
Gosto · Responder · 1 · 13 h · Editado


Elisio Macamo é por isso que desisti dessa discussão Estevao Mabjaia, parece um beco sem saída.


Emilio Maueie O PR tem seus homens (quadros) de confiança política. Dizes a médio e longo prazo vai dar problemas ao país. O primeiro problema é que esses confiados politicamente também têm seus confiados políticos que, por sua vez, se não os tiverem, irão confiar politicamente aos outros. Por fim, é todo o Estado que gravita em torno de confiança política. O segundo problema já está no seu post. É que esta situação torna-se areia movediça para o próprio PR, impossibilitando-o de marchar com firmeza.
Gosto · Responder · 1 · 16 h


Pedro Banguine A necessidade de colocar "pessoas de confiança política" é que fez com que as recomendações do Conselho Universitário não vingassem para a última escolha. Penso que nas próximas vezes os Conselhos Universitários das Universidades Públicas devem, antes de propor os "reitoráveis", consultarem o próprio chefe, qual é a sua "lista" de confiados para ser escolhido um ao estilo de "par ou ímpar?", tal como escolhíamos o campo nos tempos de "xingufu".
Gosto · Responder · 2 · 15 h · Editado


Eusébio A. P. Gwembe Essa e tambem a mınha opınıao. Taver Elisio Macamo? Assım acabamos com propostas ımprodutıvas do Conselho Unıversıtarıo.


Elisio Macamo par ou ímpar, risos.
Não gosto · Responder · 2 · 15 h


Xavier Jorge Uamba O problema não é presidente pensar dessa ou de outra forma. O que deve acontecer é basear-se nos estatutos que existem ao nível das instituições. O presidente da despacho dos pareceres dos seus subordinados, neste caso devia ter se baseado na lista do Conselho Universitário ponto final.


Lyndo A. Mondlane Professor recorda aquele seu comentario na explanada em alicante??? Pois te entendo ainda mais.....
Gosto · Responder · 1 · 15 h


Elisio Macamo eish, esta minha memória... falo tanto!
Gosto · Responder · 1 · 14 h


Lyndo A. Mondlane Sobre aquela indicacao recusada....
Gosto · Responder · 1 · 14 h


Elisio Macamo ah, ok. pois. é isso mesmo.
Gosto · Responder · 1 · 14 h


Eusébio A. P. Gwembe Ja estão a conversar em codıgos, Lyndo A. Mondlane?
Gosto · Responder · 2 · 14 h


Elisio Macamo uku zwe, Lyndo.
Gosto · Responder · 2 · 14 h


Lyndo A. Mondlane Kkkkk por isso
Gosto · Responder · 1 · 14 h


Alvaro Simao Cossa Elisio Macamo A ku Swe tItiti Lyndo A. Mondlane kufana nimbeveve
Gosto · Responder · 2 · 14 h


Lyndo A. Mondlane Kakakak cumpro.. Mas os mbeveves de aqui tem Facebook..


Elisio Macamo hahaha.


Tiago Tendai Chingore Fala e não o entendem prof. Kkkkk
Gosto · Responder · 1 · 14 h


D C Batone Batone Kiiii.... Ou as Universidades estarão a serviço dos políticos, ou ao serviço dos magnatas bilionários, ou a cargo da Santa Sé ou outra religião. Mas, a independência destas será ainda um mito, principalmente neste MOZPROBLEM.
Gosto · Responder · 14 h


Estevao Mabjaia O Conselho Académico da UP usou de critérios que suponho tenham sido meramente de índole académica. Já o PR parece ter apenas usado apenas das "suas competências" ou outros quiçá confiança "política" para nomear o novo reitor.
Havia espaço para o PR devolver - com a devida fundamentação - a lista à procedência, solicitando revisão?
Porquê é que deve ser o PR a nomear um reitor universitário (uma posição que se pretende meramente académica) quando as universidades têm conselhos universitários/académicos? Não deveria ser prerrogativa das universidades nomearem reitores dentre académicos? Qual é a missão dos reitores universitários? É política, académica/científica, etc.? A este ritmo o PR pode nomear quem quiser ou "confiar", académico ou não, para dirigir uma academia!
Gosto · Responder · 13 h


Xavier Jorge Uamba Enquanto a educacao permanecer nas maos dos estado ainda iremos assistir essas situacoes. O bom seria passar-se a educacao para maos dos privados, a educacao deve ser gerida por privados ponto final.

Sem comentários:

Enviar um comentário

MTQ