A Polícia de Manica, centro de Moçambique, descobriu na quarta-feira um esconderijo com munições de "artilharia pesada", numa antiga base da Renamo em Mucuti Um, Moha, distrito de Sussundenga, disse hoje à Lusa fonte policial.
No esconderijo, situado na cadeia de montanhas da reserva de Chimanimani, foram encontradas 11 munições de morteiro de 82 milímetros e uma arma de tipo Mauser com cinco munições, em bom estado de conservação, disse Elsídia Filipe, porta-voz do comando da Polícia de Manica.
"É material operacional e podia ser usado", precisou Elsídia Filipe, sobre um armamento de "potencial risco" depositado a cerca de 50 quilómetros a sul da sede distrital de Sussundenga.
A porta-voz disse que a descoberta vai ser investigada, uma vez que esconderijo de armas corresponde a uma antiga base militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), e onde recentemente foram relatados novas movimentações do braço armado do maior partido de oposição.
"Já temos pistas em relação relativamente aos autores desta ação, até porque este ponto, onde foi encontrado [o armamento], foi base da Renamo no último conflito militar, mas ainda não podemos afirmar de forma categórica que foram eles [Renamo]", explicou Elsidia Filipe.
O material bélico, que hoje foi apresentado a imprensa na sede distrital de Sussundenga, foi recolhido e depositado "num local apropriado".
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas, em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da mineira brasileira Vale.
Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.
A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder há mais de 40 anos) de ter cometido fraude no escrutínio.
As partes voltaram ao diálogo em Maputo, na presença de mediação internacional, mas não são conhecidos avanços.
AYAC (HB/PMA/EYAC) // EL
Lusa – 01.09.2016
Sem comentários:
Enviar um comentário
MTQ