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Escrito por Agências em 23 Setembro 2016 |
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, defendeu esta quinta-feira que as pessoas que entram ilegalmente na Europa devem ser expulsas para campos fora da União Europeia, dando como exemplo "uma ilha" ou "a costa norte de África".
"Os que entram ilegalmente deviam ser reunidos e levados, não para outros países [da UE], mas para fora da União", disse Orban numa entrevista ao portal de informações húngaro Origo.hu.
Os que fossem expulsos podiam apresentar pedidos de asilo em "grandes campos de refugiados", construídos, financiados e guardados pela UE fora do território europeu, precisou, sugerindo "uma ilha" ou a costa norte-africana como localizações potenciais.
Os migrantes deveriam permanecer nesses campos até que um país aceitasse acolhê-los, acrescentou.
A ideia desenvolve a proposta que Orban fez em abril, a que chamou "Schengen 2.0", que passava por reforçar a defesa das fronteiras europeias e lidar com os refugiados fora do território europeu.
Viktor Orban, um dos mais fortes opositores à política migratória da UE, ordenou há um ano a construção de vedações de arame na fronteira sul da Hungria para manter os migrantes fora do seu país.
O primeiro-ministro conservador fez também aprovar legislação que criminaliza o atravessamento ilegal da fronteira e restringe os critérios para a concessão de asilo.
Em 2015, cerca de 400.000 migrantes atravessaram território húngaro a caminho da Europa ocidental, mas o número caiu significativamente depois do fecho da fronteira. A expulsão de migrantes, defendeu Orban, é "a única solução que é boa para toda a gente": "Tanto para nós, que ainda não temos problemas, como para países como a Alemanha, que já têm problemas".
A Hungria prepara um referendo sobre o sistema de quotas aprovado pela UE para a distribuição de refugiados sírios e iraquianos pelos Estados-membros. A Hungria não recebeu até ao momento qualquer refugiado ao abrigo desse sistema.
A consulta, que se realiza a 2 de Outubro, questiona os eleitores sobre se estão de acordo que a UE ultrapasse os parlamentos nacionais em matéria de migrações. As sondagens indicam que cerca de 70% dos eleitores apoiam a posição do governo -- o "não" -, mas que a participação pode ficar aquém dos mais de 50% necessários para que o resultado seja válido.
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