Para o próximo sábado, em Maputo
O Parlamento Juvenil, através do “Painel de Monitoria do Diálogo Político para a Paz”, que foi criado por si, organiza uma acção popular pela paz e contra a deterioração da economia.
Esta acção surge da preocupação com o prolongamento da guerra e com a falta de responsabilização no caso das dívidas ocultas, e está convocada para o próximo sábado, 27 de Agosto, com concentração às 7h00, na estátua de Eduardo Mondlane, no Alto-Maé, na cidade de Maputo.
Para o lançamento da iniciativa, esta manhã, às 9h00, uma conferência de imprensa, na Associação ACAM, situada na Rua Eusébio da Silva Ferreira, no Bairro da Mafalala, na cidade de Maputo.
O encontro com a comunicação social vai servir para a apresentação geral do programa e para esclarecimentos sobre este movimento civil.
Espera-se que seja conhecido o itinerário da marcha, as motivações da mesma e a atitude que deverá nortear o comportamento dos participantes.
Segundo uma nota do Parlamento Juvenil recebida ontem na nossa Redacção, a marcha surge como recomendação da Conferência Nacional “Pensar Moçambique”, que juntou cerca de 400 pessoas em Maputo, em sinal de indignação com o nível grave do abuso e violação dos Direitos Humanos nesta conflito armado que está a transformar cerca de 25 milhões de vidas humanas em meras estatísticas aterrorizadoras, onde ao direito à vida é atribuída cor partidária por causa de diferendos políticos. Os organizadores declaram que acreditam num esforço sincero de procura de uma paz duradoura e sustentável.
Há opiniões que consideram que as autoridades policiais vão reagir de forma violenta, como tem sido habitual.
O Governo tem repelido sistematicamente este tipo de iniciativas. Mas os organizadores dizem que todos os procedimentos legais para a realização da marcha foram observados e esperam um movimento pacífico.
Moçambique vive uma das piores crises económica e financeira da sua história. O facto está ligado a elevadas dívidas privadas – que depois foram inscritas como sendo públicas, pelo Governo da Frelimo chefiado por Armando Guebuza – e ao conflito político militar que afecta principalmente a região centro do país. (Eugénio da Câmara)
CANALMOZ – 24.08.2016
No Sábado irei a marcha. E através desta, venho convidar a todos meus amigos desta rede e seus amigos para que também vão.
As razões são tipicamente minhas.
As razões são tipicamente minhas.
1-Vou à marcha porque não a considero anti-governamental. É UMA MARCHA onde os cidadãos exercem o seu direito de acção popular e principalmente uma acção cívica. Vou dizer ao envolvidos na guerra (Renamo e governo) que o povo não está a gostar do que estão a fazer, principalmente ao matar através da guerra, os cidadãos indefesos. Aqui há duas falhas: um que não consegue manter a ordem e segurança e por esta via proteger o cidadão e outro, que de forma furtiva, destrói vidas e bens.
2-Se Dhlakama e seus homens armados fossem boa gente, eu também iria marchar até Santinjira para dizer o mesmo que direi no sábado. Mas Santunjira é um terreno perigoso. E eu preciso de viver ainda. Lá, os homens armados matam. Por isso não irei. Irei aproveitar os holofotes das câmaras de TV e Rádio e da imprensa para dizer a todos que estão no caminho errado. E que a história deste país provou que a única alternativa à Paz é a própria Paz.
3-Também irei dar um recado especial a Dhlakama: neste mundo existem muitas pessoas injustiçadas. Se todos agissem como ele, o ARMAGEDDOM chegava cedo. Ou seja, grande parte deste mundo está em Paz porque as pessoas injustiçadass, que são a maioria - incluindo a maioria dos moçambicanos - procuram resolver os seus problemas de outra forma. Dhlakama e seus amigos militares devem parar com esta guerra, pois, para além deles, que são poucos, prejudicam de forma irremediável a maioria.
4-Ainda sobre o ponto anterior, imagina que se cada um injustiçados pelos regime da Frelimo decidisse iniciar a sua guerrilha (que não é tão difícil), quantas guerrilhas teriamos? Uns foram expropriados aquando das nacionalizações; outros baleados; outros familiares mortos a tiro; os Simango ficaram órfão em tenra idade; cada um dos 25 milhões de moçambicanos perdeu pelo menos um familiar ou conhecido. Imagina todos estes revoltando-se contra o Governo da Frelimo! Morriamos todos.
5-Também para Dhlakama, vai outra mensagem: a guerra é a forma mais imbecil de resolver ou pretender resolver conflictos. Só assaltantes sem criatividade enveredam por esta via. O mesmo que digo em relação a Frelimo.
6-Ao governo da Frelimo, uma simples mensagem: vocês governam este país sozinhos desde 1975. A melhor forma de sonhar em continuar a governar é pensar seriamente na descentralização. Aproveitem enquanto os partidos políticos da oposição ainda estão na sua tenra fase de organização para se antecipar aos conflictos e à derrota. Se continuarem com a guerra até próximo ano irão perder as eleições municipais e nas gerais, serão claramente um partido rural como o ANC.
Vamos à marcha, cada um com sua razão e todos em prol da Paz e da cidadania.
Até lá.
Até lá.
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