“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” 1Co 10: 23
Viva,o XLI aniversário da nossa Independência Nacional! Durante as longas noites que antecederam essa grande efeméride, (Independência Nacional), com maior intensidade nos últimos cinco anos da década de Sessenta, o Colonialismo Português, intensificou muito a sua função de despejar a todo o custo a cultura da Metrópole nas colónias. Uma dessas formas foi trazer colonos para as “Províncias Ultramarinas”, para disseminarem as chamadas “Casas de Pasto”, (eufemismo de Restaurantes inspirados nas tradicionais Casas de Pasto Lisboetas dos finais do século XIX, início do século XX). Aqui chamavam-nas de “Clubes Nocturnos”. Lourenço Marques, ou “LM” para os Radiófilos, (hoje Maputo), era o nome atribuído a um navegador e comerciante português que, segundo os estudiosos da História do nosso País, teria sido o primeiro Europeu que, por volta de 1544, teria feito o reconhecimento de toda a região que confinava com a Baía que circunda a Capital do nosso País, (hoje Baía de Maputo). Vinha eu dizendo que funcionavam nesta cidade, algumas “Casas ou Clubes Nocturnos”, quais, os mais famosos localizavam-se na baixa da cidade, concretamente na Rua Araújo, (hoje Rua de Bagamoyo). O “Topázio”, teria sido a maior de todas, de tal sorte que sobreviveu cerca de dez anos após a nossa Independência. A fama desses “Clubes”, provinha da peculiaridade dos espectáculos que lá se realizavam, por terem características das exibidas nos “Lupanares” que como alguns devem saber, diferentemente dum verdadeiro “Clube Nocturno” onde toca-se e consome-se boa música e boa comida e realizam-se espectáculos de grande qualidade, nos quais o público aplaude alegremente, rí e dança até aos dias de hoje, ao contrário disso, dizia eu, os espectáculos dos “Lupanares ou Bordéis”, as mulheresmenos favorecidas afluíam iludidas em ganhar um dinheiro fácil vendendo os seus dotes corporais.No tal “Topázio”, realizavam-se stripteases, que em Inglês literalmente significa: "provocação ao se despir". É um acto do comportamento sexual, em que alguém (geralmente mulheres), dança lenta e sugestivamente, com uma música a servir de fundo. Acto contínuo, vai libertando-se das suas vestes completamente de maneira provocante e sexualmente excitante, executando movimentos Pornográficos, (não Eróticos). Obviamente, enquanto quase a totalidade das nossas danças são executadas com Erotismo, (desde Tufo à Marrabenta, passando por, Timbila com a sua “makharra”, Zorre, Njole até Xingombela, só para citar como exemplos), nada têm no entanto de Pornográfico. Conquanto o Erotismo incita, seduz massageia o imaginário, a Pornografia (porque é luciferino), choca, cria impacto no íntimo mais profundo do desejo sexual. Digamos que enquanto a Pornografia é profana, é alienação e degenerescência e está voltada para o vulgar, o escrachado, aquilo que é dito ou feito sem um pingo de pudor, sem crivo de racionalidade, censurável, com imagens ou cenas obscenas de apelo ao sexo, pelo contrário, o Erotismo tem as suas raízes no sagrado e é, por assim dizer, uma pornografia obediente e limitada. Tendo dito isto, convido-vos para juntos analisarmos, o conteúdo e os gestos dos cantores jovens, (principalmente delas), que as Televisões fazem-nos o “grande favor” propalar. Uma displicente rapariguinha, apresenta-se-nos nos ecrãs de tanguinha a tapar-lhe apenas o ânus, começa a abanar o seu tremendão traseiro soliloquiando: “Eu sou boa, boa, boa, boa, boa, coma-me, coma-me, engula-me”. Boa em quê? Comer-te e engolir-te como minha pobre “ninfa”!? Que pressa tem para se prostituir tão cedo, meu Deus!? Onde andam os Progenitores dessas depravadas!? E, onde anda a ética e deontologia dos profissionais das Televisões!? Qualquer lixo pode ser apresentado nas Televisões!? Ou as TVs, já são Prostíbulos públicos!?
Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com
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