Povo feito "mampara"
Acho ridículo que se insista num "assunto" que nunca foi assunto de facto. Na verdade, o que se pretende é que os moçambicanos continuem a ser um povo "mampara" ( = parvo), tal como sempre durante 500 anos de dominação estrangeira. E agora até é interessante que alguns veteranos de luta de libertação nacional—por sinal anacrónicos—estejam a favor do neocolonialismo, como forma de se vingarem do abandono a que se vêem devotados em razão da sua rabugice.
Vem isto a propósito do facto de um grupo de empresas moçambicanas constituídas para assegurar a protecção da costa e das águas marítimas sob jurisdição da República de Moçambique ter contratado uma dívida comercial na ordem de 1,4 mil milhões de dólares americanos junto a certas instituições financeiras internacionais, dívida essa que foi SABIAMENTE avalizada pelo Governo de Moçambique, contanto que a protecção da costa e das águas marítimas nacionais é assunto de soberania do Estado.
Ocorre que quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) tomou conhecimento dessa operação, executada de forma soberana pelo Governo de Moçambique, decidiu suspender o "apoio" financeiro a este país. Essa decisão do FMI foi imitada por outros "parceiros de cooperação" lá do Ocidente. A justificação apresentada para a suspensão do "apoio" financeiro a Moçambique é de que o Governo deste país «ocultou» a informação sobre a avalização da dívida comercial do grupo de empresas referido acima pelo Estado moçambicano. Para eles (esses "parceiros de cooperação" lá do Ocidente, o FIM e o Grupo Banco Mundial inclusos), essa omissão de informação indicia "corrupção". Droga!
Essa justificação é de muito esfarrapada, ó moçambicanos! Com efeito, o verdadeiro motivo da suspensão do "apoio financeiro" a Moçambique por aqueles "parceiros de cooperação" é que a criação do grupo de empresas referido acima limita oportunidades de negócio desonesto que certas companhias empresariais lá do Ocidente vêm desenvolvendo na costa e nas águas marítimas moçambicanas. O mote da decisão de suspender o "apoio financeiro" a Moçambique é infligir o golpe contra a economia deste país, golpe esse que resulta em que a moeda nacional se desvalorize acentuadamente, de modo que as exíguas reservas financeiras que este país detém não sejam capazes de sustentar os custos das transacções comerciais externas envolvendo empresas nacionais.
Poupando outros detalhes, a consequência directa deste golpe aplicado pelos "parceiros de cooperação" lá do Ocidente contra Moçambique, para o cidadão comum, é que o custo de vida aumenta, porque os preços de todos os produtos e serviços essenciais aumentam ante a incapacidade do mercado de emprego de aumentar os salários na proporção de subida dos preços, uma vez que o consumo interno neste país (Moçambique) supera a produção nacional. Ora, com o custo de vida a subir e a "imprensa independente"—financiada pelos ditos parceiros de cooperação lá do Ocidente—a espalhar a mensagem FALSA de que a subida do custo de vida se deve à má gestão dos negócios do Estado pelo Governo de Moçambique, um fenómeno subtil chamado "corrupção", as pessoas ficam zangadas com o seu Governo e exigem a sua destituição. Isto é o que os "parceiros de cooperação" querem: a mudança de regime, requerida na crença de que com outras pessoas ( = outro partido) a governar Moçambique, a vontade dos "parceiros de cooperação" será respeitada em detrimento da vontade dos moçambicanos.
E qual é a vontade dos "parceiros de cooperação"…? E as vontades dos moçambicanos qual é?
Bem, a vontade dos "parceiros de cooperação" é render mais com investimentos mínimos; é fazer negócios desonestos com o Estado moçambicano, para que sejam eles (investidores estrangeiros) a ganhar em detrimento dos moçambicanos. E a vontade dos moçambicanos é assegurar que os seus recursos naturais sejam explorados de forma rentável e sustentável, para que a renda dai decorrente possa ser aplicada para tirar Moçambique do ciclo de endividamento externo empobrecedor. O que se está a assistir hoje em Moçambique é—nada mais, nada menos—a guerra destas duas vontades entre si. A crise financeira que Moçambique está a atravessar é fabricada pelos nossos "parceiros de cooperação" ocidentais para desvalorizar a nossa moeda (o metical) e, com isso, desvalorizar os recursos naturais (e.g. carvão, gás, minérios de metais, pedras preciosas, florestas, terra arável, fauna marinha, …) que este país detém, para que eles os possam "comprar" a preços muito baixos; dai o uso de " " em "apoio" e "parceiros de cooperação".
O facto oculto nesta coisa de "apoio" é que Moçambique não está a receber nenhum apoio vindo dos seus "parceiros de cooperação" lá do Ocidente. A "cooperação" ocidental não passa de uma fachada; é um mecanismo ardil de pilhagem de recursos naturais ou de colonização económica. E a saída que existe para (nós moçambicanos) evitarmos esta armadilha não é sermos "meninos bonitos", mas sim temos que ser espertos e saber aproveitar janelas de oportunidade para agregar valor comercial aos nossos recursos naturais. Só assim, trabalhando árdua e inteligentemente, podemos esperar que um dia Moçambique saia do ciclo de endividamento externo empobrecedor.
A criação do grupo de empresas referido acima tem que ser vista no âmbito de uma estratégia para agregar valor aos nossos recursos naturais. Eu estou até a pensar que teria sido muito melhor se, paralelamente às negociações dos contratos para a exploração de hidrocarbonetos e de florestas, por exemplo, tivéssemos tido a ideia de contrair empréstimos "secretos", com o aval do Estado, para a criação de fundições de ferro e aço, refinarias de gás e petróleo, e de fábricas de plásticos e demais produtos petroquímicos, só para mencionar alguns exemplos. Os nossos "parceiros de cooperação" lá do Ocidente, quais sejam o FMI e o Grupo Banco Mundial, nunca nos vão dar emprestado dinheiro para a criação destas indústrias. O trabalho desses nossos "parceiros de cooperação" é abrir avenidas para facilitar a vinda de companhias ocidentais para instalar indústria transformadora em Moçambique, da qual o Estado moçambicano pouco colha (e.g. Mozal)!
Vamos lá deixa de ser um povo que se deixa fazer "mampara ", phaaa! Tornar-nos um povo "mampara" é que os órgãos de comunicação social "independentes", quais os que publicam "notícias" como as ilustradas na imagem e na ligação aqui partilhadas, são financiados para fazer. Cuidado!
http://opais.sapo.mz/…/40942-lagarde-diz-que-fmi-suspendeu-…
Acho ridículo que se insista num "assunto" que nunca foi assunto de facto. Na verdade, o que se pretende é que os moçambicanos continuem a ser um povo "mampara" ( = parvo), tal como sempre durante 500 anos de dominação estrangeira. E agora até é interessante que alguns veteranos de luta de libertação nacional—por sinal anacrónicos—estejam a favor do neocolonialismo, como forma de se vingarem do abandono a que se vêem devotados em razão da sua rabugice.
Vem isto a propósito do facto de um grupo de empresas moçambicanas constituídas para assegurar a protecção da costa e das águas marítimas sob jurisdição da República de Moçambique ter contratado uma dívida comercial na ordem de 1,4 mil milhões de dólares americanos junto a certas instituições financeiras internacionais, dívida essa que foi SABIAMENTE avalizada pelo Governo de Moçambique, contanto que a protecção da costa e das águas marítimas nacionais é assunto de soberania do Estado.
Ocorre que quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) tomou conhecimento dessa operação, executada de forma soberana pelo Governo de Moçambique, decidiu suspender o "apoio" financeiro a este país. Essa decisão do FMI foi imitada por outros "parceiros de cooperação" lá do Ocidente. A justificação apresentada para a suspensão do "apoio" financeiro a Moçambique é de que o Governo deste país «ocultou» a informação sobre a avalização da dívida comercial do grupo de empresas referido acima pelo Estado moçambicano. Para eles (esses "parceiros de cooperação" lá do Ocidente, o FIM e o Grupo Banco Mundial inclusos), essa omissão de informação indicia "corrupção". Droga!
Essa justificação é de muito esfarrapada, ó moçambicanos! Com efeito, o verdadeiro motivo da suspensão do "apoio financeiro" a Moçambique por aqueles "parceiros de cooperação" é que a criação do grupo de empresas referido acima limita oportunidades de negócio desonesto que certas companhias empresariais lá do Ocidente vêm desenvolvendo na costa e nas águas marítimas moçambicanas. O mote da decisão de suspender o "apoio financeiro" a Moçambique é infligir o golpe contra a economia deste país, golpe esse que resulta em que a moeda nacional se desvalorize acentuadamente, de modo que as exíguas reservas financeiras que este país detém não sejam capazes de sustentar os custos das transacções comerciais externas envolvendo empresas nacionais.
Poupando outros detalhes, a consequência directa deste golpe aplicado pelos "parceiros de cooperação" lá do Ocidente contra Moçambique, para o cidadão comum, é que o custo de vida aumenta, porque os preços de todos os produtos e serviços essenciais aumentam ante a incapacidade do mercado de emprego de aumentar os salários na proporção de subida dos preços, uma vez que o consumo interno neste país (Moçambique) supera a produção nacional. Ora, com o custo de vida a subir e a "imprensa independente"—financiada pelos ditos parceiros de cooperação lá do Ocidente—a espalhar a mensagem FALSA de que a subida do custo de vida se deve à má gestão dos negócios do Estado pelo Governo de Moçambique, um fenómeno subtil chamado "corrupção", as pessoas ficam zangadas com o seu Governo e exigem a sua destituição. Isto é o que os "parceiros de cooperação" querem: a mudança de regime, requerida na crença de que com outras pessoas ( = outro partido) a governar Moçambique, a vontade dos "parceiros de cooperação" será respeitada em detrimento da vontade dos moçambicanos.
E qual é a vontade dos "parceiros de cooperação"…? E as vontades dos moçambicanos qual é?
Bem, a vontade dos "parceiros de cooperação" é render mais com investimentos mínimos; é fazer negócios desonestos com o Estado moçambicano, para que sejam eles (investidores estrangeiros) a ganhar em detrimento dos moçambicanos. E a vontade dos moçambicanos é assegurar que os seus recursos naturais sejam explorados de forma rentável e sustentável, para que a renda dai decorrente possa ser aplicada para tirar Moçambique do ciclo de endividamento externo empobrecedor. O que se está a assistir hoje em Moçambique é—nada mais, nada menos—a guerra destas duas vontades entre si. A crise financeira que Moçambique está a atravessar é fabricada pelos nossos "parceiros de cooperação" ocidentais para desvalorizar a nossa moeda (o metical) e, com isso, desvalorizar os recursos naturais (e.g. carvão, gás, minérios de metais, pedras preciosas, florestas, terra arável, fauna marinha, …) que este país detém, para que eles os possam "comprar" a preços muito baixos; dai o uso de " " em "apoio" e "parceiros de cooperação".
O facto oculto nesta coisa de "apoio" é que Moçambique não está a receber nenhum apoio vindo dos seus "parceiros de cooperação" lá do Ocidente. A "cooperação" ocidental não passa de uma fachada; é um mecanismo ardil de pilhagem de recursos naturais ou de colonização económica. E a saída que existe para (nós moçambicanos) evitarmos esta armadilha não é sermos "meninos bonitos", mas sim temos que ser espertos e saber aproveitar janelas de oportunidade para agregar valor comercial aos nossos recursos naturais. Só assim, trabalhando árdua e inteligentemente, podemos esperar que um dia Moçambique saia do ciclo de endividamento externo empobrecedor.
A criação do grupo de empresas referido acima tem que ser vista no âmbito de uma estratégia para agregar valor aos nossos recursos naturais. Eu estou até a pensar que teria sido muito melhor se, paralelamente às negociações dos contratos para a exploração de hidrocarbonetos e de florestas, por exemplo, tivéssemos tido a ideia de contrair empréstimos "secretos", com o aval do Estado, para a criação de fundições de ferro e aço, refinarias de gás e petróleo, e de fábricas de plásticos e demais produtos petroquímicos, só para mencionar alguns exemplos. Os nossos "parceiros de cooperação" lá do Ocidente, quais sejam o FMI e o Grupo Banco Mundial, nunca nos vão dar emprestado dinheiro para a criação destas indústrias. O trabalho desses nossos "parceiros de cooperação" é abrir avenidas para facilitar a vinda de companhias ocidentais para instalar indústria transformadora em Moçambique, da qual o Estado moçambicano pouco colha (e.g. Mozal)!
Vamos lá deixa de ser um povo que se deixa fazer "mampara ", phaaa! Tornar-nos um povo "mampara" é que os órgãos de comunicação social "independentes", quais os que publicam "notícias" como as ilustradas na imagem e na ligação aqui partilhadas, são financiados para fazer. Cuidado!
http://opais.sapo.mz/…/40942-lagarde-diz-que-fmi-suspendeu-…
Gostei bastante da sua intervensao ilustre Cumbana.Gostaria, que me esclarecesse o seguinte;qual a melhor forma de sairmos dessa situacao.
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