António Saraiva, presidente da CIP, falou numa “bomba-relógio” na economia portuguesa, pelos níveis de incumprimento bancário.
A frase
O contexto
Desde que o primeiro-ministro, António Costa, defendeu a criação de um “veículo de resolução” do crédito malparado dos bancos têm-se repetido os alertas sobre as ondas de choque que os elevados níveis de incumprimento bancário provocam no financiamento da economia. A Comissão Europeia também já abriu a porta à discussão. E ainda na terça-feira o tema voltou a surgir numa conferência, a decorrer em Lisboa, sobre o sector bancário, onde o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou que um mecanismo “baseado num jogo de garantias e contra-garantias” ajudará a minimizar o impacto da participação dos bancos nesse veículo de titularização desses activos, como crédito malparado.
Na véspera, numa entrevista ao Jornal de Negócios, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, deu a sua visão sobre o peso do crédito malparado, e o efeito na actividade das empresas, considerando que 20 mil milhões de euros de empréstimos em incumprimento numa economia é uma “bomba-relógio debaixo dos pés”. “Se não se encontrar um instrumento que retire da banca este volume de crédito e dê às empresas a possibilidade de amortizarem a sua dívida, ou alongando prazos, ou transformando dívida em capital, ou outro instrumento qualquer, se isto não for feito, as empresas dificilmente irão obter crédito junto da banca”, afirmou.
Os factos
António Saraiva está a referir-se a todo o crédito malparado registado no balanço das instituições financeiras, que ronda de facto 20 mil milhões de euros entre empréstimos das empresas e dos particulares. Ao todo, no final de Março, o Banco de Portugal contabilizava 20.147 milhões de euros de crédito vencido, relativo a situações em que o devedor não respeitou os prazos de amortização do empréstimo.
Dois terços são incumprimento por parte das empresas (13.580 milhões de euros). A estes somam-se 6567 milhões de euros de crédito vencido dos particulares (famílias e instituições sem fins lucrativos). É nas empresas que o problema é mais visível (por comparação ao volume do crédito concedido). O rácio de incumprimento é de 16,4%, correspondentes aos 13.580 milhões de euros em 82.805 milhões concedidos. E 30% das empresas têm crédito em incumprimento.
Numa economia em que a quase totalidade do tecido empresarial é constituído por micro-pequenas e médias empresas, o problema salta à vista: nas micro, 25,8% do montante dos empréstimos são crédito malparado; nas pequenas, o rácio é de 14,7%; e nas médias está nos 12,4%. Nas grandes empresas, o valor é mais baixo, correspondendo a 3,9% do crédito. Mas entre as empresas exportadoras tem vindo a aumentar, representando já 5,9% do crédito concedido. Quanto aos particulares, o rácio de incumprimento é de 5,1% (6567 milhões de euros em 128.777 milhões concedidos).
Em resumo
O crédito malparado totaliza 20.147 milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal de Março. Quando referiu este valor, António Saraiva somou o montante relativo a empresas e famílias.
ResponderEliminarsaudação.
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