Na última semana, Dilma Rousseff disse que o Brasil tem um “veio golpista adormecido”
Por Reuters e Agências de Notícias – de Brasília:
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que está sendo julgada no processo de impeachment em tramitação no Congresso por um “corrupto”, em citação direta ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dilma voltou a dizer, em cerimônia para a entrega de residências do programa Minha Casa Minha Vida em Salvador, que o processo de impedimento contra ela equivale a um golpe, uma vez que não cometeu qualquer crime, ao contrário daqueles que buscam o impeachment, segundo ela.
– Como não acharam nenhum outro motivo, como aqueles que me acusam praticaram, como os crimes que eles praticaram, crimes de corrupção, do que são acusados. Eles vão ter que responder. Eles têm acusação. Eu não tenho – disse Dilma.
– O mais estranho é que quem me julga é corrupto. Essa pessoa, que é o presidente da Câmara, é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta no exterior. É acusado pela Procuradoria-Geral da República – completou.
Na última semana, Dilma Rousseff disse que o Brasil tem um “veio golpista adormecido” e que não houve um presidente após a redemocratização do país que não tenha tido um processo de impedimento no Congresso Nacional.
– Se nós acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu país no regime presidencialista a partir de Getúlio Vargas, nós vamos ver que o impeachment sistematicamente se tornou um instrumento contra os presidentes eleitos. Tenho certeza que não houve um único presidente depois da redemocratização do país que não tenha tido processos de impedimento no Congresso Nacional. Todos tiveram – afirmou Dilma, em entrevista a veículos estrangeiros no Palácio do Planalto.
Dilma também ressaltou que se crise econômica fosse argumento “para tirar presidente da República não teria um único presidente da República nos países desenvolvidos que sobrevivesse à profunda crise econômica com desemprego”. Para ela, não é por causa da crise econômica que está ocorrendo a crise política.
A presidenta destacou que a crise atual está acontecendo pelo fato de a eleição de 2014 ter sido vencida por uma margem estreita, de pouco mais de 3 milhões de votos. A petista recebeu 54 milhões de votos.
– Essa eleição perdida por essa margem tornou no Brasil a oposição derrotada bastante reativa a essa vitória e por isso começaram um processo de desestabilização do meu mandato desde o início dele. Este meu segundo mandato, há 15 meses, tem o signo da desestabilização política – afirmou.
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