Depois dos celulares, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano continua a dar nas vistas e nos últimos dias não se falou em outra coisa a não ser a polémica das ditas "max-saias".
Quando vi a notícia veio-me um espanto porque não conseguia perceber os reais fins para que se adoptou tal decisão. Fiquei ligeiramente de fora para acompanhar o debate que ia se desenrolando, mas percebi que nem as pessoas que defendem ou estão contra conseguem trazer argumentos bastantes sobre tal porque o assunto merece um profundo debate.
Eu penso que esta não passa de mais uma medida que o nosso ilustre ministro tenta adoptar para fugir ou se desculpar dos níveis baixos da qualidade da nossa educação, com destaque para a hecatombe dos exames finais de 2015.
Elevar os níveis do aproveitamento não se vai fazer com este tipo de medidas paliativas e infundadas que em nada ajudam o nosso processo de ensino, pois não há uma relação directa comprovada/evidenciada entre saias curtas e baixo aproveitamento.
Não podemos tentar justificar maus comportamentos de algumas raparigas com a questão da saia, mesmo com calças ou tais "max-saias" se elas forem mal comportadas irão continuar.
E mais, esquecemos que não são só as alunas que fazem parte do processo, mas os professores também. O que se vai pedir as professoras que usam saias/batas curtas?
Não vi nenhum estudo de base ou inquérito feito para adoptar tal medida na Cidade de Maputo, por isso digo que essa é uma decepcionante desculpa para fugir do problema, sem contar que interfere na vida privada dos estudantes.
Há quem fale de moralização do sector da educação, até pode ser. Mas, convenhamos que as saias são uma gota no oceano, o problema é muito mais profundo. Não conheço nenhum país do mundo onde as sais ajudaram as raparigas a passar de classe.
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