domingo, 27 de março de 2016

Jihadistas, salve-se quem puder



Por José Inácio Werneck, de Bristol, EUA:
Os jihadistas se infiltraram na Europa para praticar atentados
Os jihadistas se infiltraram na Europa para praticar atentados
Como derrotar um inimigo que, para começo de conversa, já entra em cena para morrer?
Os americanos derrotaram os kamikazes japoneses.
Mas para tanto tiveram  que soltar duas bomba atômicas.
Donald Trump e Ted Cruz soltariam bombas atômicas sobre o ISIS?
Onde?
É um alvo difuso e misturado a uma população civil que é também vítima deles, como a população na Europa e nos Estados Unidos.
O Ocidente está numa guerra que não terá fim ou ao menos não terá fim tão cedo.
É também uma guerra que não se iniciou ontem. Iniciou-se há muitos séculos.
É possível dizer que se iniciou ao tempo das Cruzadas.
Para não irmos tão longe, fiquemos no Sykes-Picot  Agreement, de 1915, quando o Reino Unido e a França  prometeram independência às nações árabes que eram ocupadas pelo Império Otomano, em troca do apoio deles na Primeira Guerra Mundial.
Basta assistir ao filme Lawrence of Arabia.
As promessas não foram cumpridas, regimes títeres foram instalados, fronteiras arbitrariamente estabelecidas, o petróleo em que a região era e é rica passou a fluir em benefício das grandes corporações ocidentais.
O problema foi agravado com a Questão Palestina, cuja solução parece cada vez mais distante. Seguiram-se a Guerra do Canal de Suez, a Guerra dos Seis Dias, a Guerra do Yom Kippur.
Israel é vista como uma ponta-de-lança ocidental a ocupar uma extensão cada vez maior de território muçulmano.
O Ocidente encontra-se também emaranhado entre os xiitas, liderados pelo Irã, e os sunitas, liderados pela Arábia Saudita.
A invasão do Iraque, país dividido entre xiitas e sunitas, por George W. Bush só fez piorar – e muito – as coisas.
Donald Trump e Ted Cruz acham que vão resolver este assunto na marra, com bombas atômicas?
Com jihadistas espalhados pelo Ocidente, dispostos a se explodirem?
Salve-se quem puder.
José Inácio Werneckjornalista e escritor, trabalhou no Jornal do Brasil e na BBC, em Londres. Colaborou com jornais brasileiros e estrangeiros. Cobriu Jogos Olímpicos e Copas do Mundo no exterior. Foi locutor, comentarista, colunista e supervisor da ESPN Internacional e ESPN do Brasil. Colabora com a Gazeta Esportiva. Escreveu Com Esperança no Coração sobre emigrantes brasileiros nos EUA e Sabor de Mar. É intérprete judicial em Bristol, no Connecticut, EUA, onde vive.
Direto da Redação é um fórum de debates, editado pelo jornalista Rui Martins.

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