29.02.2016 às 12h26
UESLEI MARCELINO/REUTERS
Criticado por permitir supostos abusos em relação ao ex-Presidente, no âmbito das investigações da operação Lava Jato, o ministro José Eduardo Cardozo diz que “ajuda mais saindo do Governo”
O ministro brasileiro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou que irá demitir-se, uma decisão que surge após Lula da Silva ter afirmado no sábado que irão quebrar o seu sigilo bancário, telefónico e discal no âmbito das operações Lava Jato.
O ministro afirmou estar a ser alvo de críticas “injustas tanto da direita como da esquerda”, concluindo que “ajuda mais saindo do Governo do que permanecendo no cargo”.
Na segunda-feira passada, o ministro recebera a visita de dez deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) que apresentaram uma nova reclamação relativamente às investigações efetuadas sobre Lula da Silva, solicitando-lhe que a Polícia Federal se centrasse antes na apuração das denúncias contra o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo refere o “Estadão”.
Alvo de pressões e criticas por não controlar a atuação da Polícia Federal nas investigações que tiveram como alvo o ex-Presidente e respetivos familiares, o ministro argumentara que a corporação tem autonomia, só podendo atuar em caso de violação dos direitos.
Durante a festa dos 36 anos do PT, Lula da Silva afirmou estar a ser perseguido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
A prisão de João Santana - responsável pelas campanhas de Lula e da atual Presidente Dilma Rousseff, acusado de ter recebido através de offshores 6,4 milhões de euros - também terão contribuído para o aumento das pressões do PT para a saída de Cardozo.
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