As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Renamo voltaram a confrontar – se na tarde desta Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2016, na localidade de Honde no Posto Administrativo de Catandica, Distrito de Báruè na província de Manica resultando em 2 feridos por parte das forças governamentais. De acordo com o director do Serviço Distrital de Saúde em Báruè, Armando Castigo o Hospital Distrital de Catandica, registou dois feridos dos quais um agente foi baleado gravemente no joelho e o mesmo está sendo atendido. Castigo avançou ainda que o outro agente, vítima do tiroteio está fora de perigo. Segundo uma fonte das FADM tudo isto aconteceu por volta das 14horas quando os agentes estavam sair de Chimoio para Catandica. De salientar que o primeiro tiroteio foi registado no último Sábado (20) pelas 11 horas, na mesma localidade ferindo 2 membros da PRM.
DESABAFO DE UM MILITAR
"Mano Cambuma: seu esforço de informar ao Moçambique e além fronteiras e a seu estilo, é moderno e contemporâneo. Graças às TICs a gente se conhece e é pena que o nome que uso no facebook é real e daí que tenho limitações em bem contribuir. Contudo, de uma vez por todas, tenha fé naquilo que eu contribuo e naquilo que lhe dou no imbox hoje e sempre que for oportuno. Cá em Nacala, as bases Naval, aérea, CFFE (Centro de Formação de Forças Especiais) e na Base de depósito de material bélico da Matola, há um forte descontentamento por vários motivos.
1 - Grande parte recebe magros salário.
2 - Há jovens recém formado a no estrangeiro e que ostentam potências e salários invejaveis e chorudos em detrimento dos antigos, mesmo sem a prática.
3 - Com esta guerra, os chefes e sobretudo os da contabilidade, viraram agiotas (vendedores de dinheiro a juros), até deram cartões de ATMs de militares e efectuam levantamentos nas altas noites ja que o processo é moroso e demorado, empobrecendo cada vez mais aos " pequenos militares". Outro sim, ja não há efectivo mesmo para guarnecer as bases. Todo o efectivo foi há bastante tempo, movimentado a guerra e nunca volta, nao se sabendo até aqui, os seus paradeiros.
Todas essas unidades, activaram o alarme se estágio 2 que redumidamente significa estar de plantão e piquete, nas suas bases ao invés de estar em casa e na povoação, como sempre. Isso porque se o País está em guerra, segundo eles, há que primeiro requalificar patentes(salários) de cada um deles para depois expo-los em combate. E clamam que alguém venha em público declarar "guerra" e nunca lhes expor em guerra sem que a mesma seja declarada... Enfim, este é o resumo e se ainda daqui pretender alguma informação, me consulte e vamos a essa causa! E são mais ou menos estas dores.
Abraços."
Homens armados da Renamo atacaram hoje duas colunas de viaturas escoltadas pelos militares em dois troços da N1, a principal estrada de Moçambique, ferindo uma pessoa e danificando pelo menos três veículos, disse à Lusa fonte policial.
Cerca das 10:00 (menos duas horas em Lisboa), uma coluna de 90 viaturas foi metralhada na zona de Zove, no distrito de Chibabava, quando fazia o sentido Save-Muxúnguè, tendo uma pessoa sido atingida com gravidade e a viatura em que seguia sofrido danos ligeiros, declarou à Lusa Sididi Paulo, oficial de informação no comando da Polícia da Republica de Moçambique (PRM) da província de Sofala.
Uma hora depois, na zona de Nfuza, mais de 300 quilómetros a norte de Muxúnguè, no segundo troço das escoltas militares na N1, uma coluna de 61 viaturas que fazia o trajecto Nhamapadza-Caia foi parada com tiros, tendo duas viaturas sofrido danos ligeiros.
Uma testemunha deste ataque disse à Lusa que também um blindado das forças de defesa e segurança, que fazia a escolta neste troço, ficou imobilizado pelos disparos, mas a polícia não confirma este relato.
"Estes são os primeiros ataques às colunas perpetrados por homens armados da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana)", assinalou a porta-voz da PRM.
As forças de defesa e segurança, disse Sididi Paulo, responderam "prontamente a estes ataques nos dois troços" e permaneceram no local para permitir que as escoltas decorram de forma tranquila.
As forças de defesa e segurança, prosseguiu, continuam engajadas para "repelir" os ataques dos homens armados da Renamo, assegurando que está em curso um trabalho para "garantir a ordem e tranquilidade públicas nestes locais".
As forças de defesa e segurança reactivaram na semana passada as escoltas militares obrigatórias no troço Save-Muxúnguè, província de Sofala, devido uma nova vaga de emboscadas e ataques desde o dia 12 de Fevereiro que atribuem à Renamo.
No sábado foi montada um dispositivo similar num segundo troço da N1, no percurso Nhamapadza-Caia, também em Sofala, e que foi palco recente de violentos ataques a viaturas civis, segundo informou a Polícia.
Nos dois troços de cerca de cem quilómetros cada, as forças de defesa e segurança garantem escoltas em colunas com os militares distribuídos entre as viaturas, mas chegam relatos de sucessivos atrasos devido a problemas logísticos das autoridades.
Esta medida já tinha sido aplicada no troço Save-Muxúnguè, entre 2013 e 2014, na última crise política e militar entre Governo e Renamo, e, apesar disso, foram registados vários ataques que deixaram um número desconhecido de mortos e feridos, incluindo civis, e fortes danos na economia do país.
Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de outubro de 2014.
Esta é a pior crise em Moçambique desde o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, assinado a 05 de Setembro de 2014 pelo ex-Presidente Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, colocando termo aos ataques na N1.
A violência política voltou no entanto a Moçambique a seguir às eleições, agravando-se nos últimos meses, com acusações mútuas de ataques, raptos e assassínios.
A Renamo pediu recentemente a mediação do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e da Igreja Católica para o diálogo com o Governo, que se encontra bloqueado há vários meses.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tem reiterado a sua disponibilidade para se avistar com o líder da Renamo, mas Afonso Dhlakama considera que não há mais nada a conversar depois de a Frelimo ter chumbado a revisão pontual da Constituição para acomodar as novas regiões administrativas reivindicadas pela oposição e que só retomará o diálogo após a tomada de poder no centro e norte do país
AYAC (HB/EYAC) // EL
Lusa – 23.02.2016
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