domingo, 28 de fevereiro de 2016

Casal homicida condenado a pesadas penas de prisão


 | 26/02/2016
Artur Gomes foi condenado, nesta tarde de sexta-feira, a 23 anos e três meses de cadeia por homicídio e roubo. Já a sua mulher, Júlia Lobo, vai presa por 18 anos e quatro meses. Ambos ficam ainda obrigados ao pagamento de uma indemnização superior a 111 mil euros.
 
O casal foi considerado culpado, pelo coletivo de juízes do Tribunal de Penafiel, dos crimes de roubo e homicídio, num caso que terminou com a morte de Sónia Soares.
Artur Gomes e Júlia Lobo vão ainda enfrentar um segundo julgamento, no qual estão acusados do assassinato de uma septuagenária de Joane, em Famalicão. Este processo, que levou a que Armindo Castro, sobrinho da vítima, fosse condenado a 12 anos de prisão, está em fase de inquérito, depois de Artur Gomes ter confessado a sua autoria.
No que respeita ao crime que ocorreu na Lixa, Felgueiras, os juízes deram como provado que, motivado por problemas financeiros, o casal decidiu assaltar a vizinha e concretizaram o plano previamente delineado em abril de 2014. Nessa altura, os dois subiram ao terceiro andar de um prédio situado no lugar de Caramos e esperaram que Sónia Soares abrisse a porta. Em seguida, forçaram a mulher de 39 anos a deitar-se na cama do seu próprio quarto. Sempre com Júlia Lobo a vigiar, Artur Gomes usou alguns panos para manietar a vítima e ambos obrigaram-na a revelar o local onde tinha escondido o dinheiro. Também lhe retiraram dois anéis.
Esses bens e os cerca de 400 euros roubados foram levados da casa por Júlia Lobo, enquanto Artur Gomes ficou no quarto a matar Sónia Soares. Segundo os magistrados, o homem de 47 anos espetou uma faca de cozinha, repetidas vezes, no pescoço da comerciante.
Após cometerem os crimes, Artur Gomes e Júlia Lobo foram, juntamente com a filha de oito anos da mulher, almoçar e ver um jogo de futebol a casa do pai do homicida.
Na leitura do acórdão, o juiz-presidente destacou o "modo desumano" como foi praticado um crime contra uma "pessoa indefesa". "Foi um crime bárbaro que choca qualquer pessoa", acrescentou. O magistrado sustentou, de igual modo, que a pena de Artur Gomes foi, apesar de pesada, atenuada devido à confissão que fez. Primeiro à GNR, o que permitiu descobrir o crime, e depois durante o julgamento. "Se o senhor não tivesse colaborado tinha apanhado a pena máxima", garantiu.
O acórdão conhecido nesta tarde deixou Cristina Costa Moura, advogada da família de Sónia Soares, "satisfeitíssima". "Foi feita justiça", alegou. Já Elisabete Teixeira, defensora de Artur Gomes, considerou a pena "demasiado pesada". "Ainda vamos analisar o acórdão, mas em princípio vamos recorrer. É injusta a distinção de penas entre os dois arguidos", afirmou.
ARTIGO PARCIAL

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