Os residentes do bairro Jonasse, no posto administrativo de Matola-Rio, província de Maputo, ainda estão a digerir o episódio da jovem que simulou estar grávida durante cinco meses (publicamos a estória na edição passada) e eis que lhes cai mais um caso fora de comum. F. Vilanculo entendeu atrair a amante para passar a partilhar a mesma cama onde ele dorme com a esposa.
A população do bairro Jonasse está a ter um Janeiro invulgar. Desta vez o protagonista é um jovem, de 25 anos de idade, pedreiro de profissão que está há algumas semanas a partilhar uma (única) cama com a esposa, de 18 anos de idade, com quem já vive há algum tempo, e a amante recém-chegada com 19 anos de idade.
O território conjugal resume-se a uma dependência de tipo um, o equivalente a um quarto e sala, onde se desenrola um esforço monumental de convivência forçada entre as duas raparigas que são bastante jovens e, por isso, surpreendem a quem toma contacto com o caso.
Tudo começou no final do ano passado quando F. Vilanculo viajou para o distrito de Vilankulo, na província de Inhambane, em missão de serviço. Foi por lá que conheceu uma rapariga de 19 anos, cujo nome não conseguimos apurar, que está a cursar enfermagem e que vivia tranquilamente com os pais.
A relação entre ambos rolou até ao dia em que Vilanculo regressou a Maputo, deixando a promessa de se casar com a jovem. Mas, para dar um cunho mais forte a esta relação, disse que era solteiro maior. Também ajuntou que tinha casa própria e uma filha que vive com a ex-companheira.
A partir de então Vilanculo passou a gerir secretamente dois lares, sendo um na Matola-Rio, onde afinal reside com a esposa, e outro na autarquia de Vilankulo. Porém, na primeira semana de Janeiro corrente, a jovem de Vilankulo, com a permissão dos pais, deslocou-se a Maputo para passar as suas férias em casa do namorado. E é aqui onde as trapaças se começaram a dar para o torto.
Depois de longas horas de viagem, a jovem, que passaremos a tratar por Maria, desembarcou no terminal da Junta, na cidade de Maputo. No local ligou para o F. Vilanculo a informar que já tinha chegado. Vilanculo disse até já. Pouco tempo depois veio e dali seguiram para o bairro Jonasse.
Maria conta que quando chegaram ninguém estava naquela casa, mas duas horas depois apareceu a outra esposa e ambas ficaram estupefactas, excepto o mentor daquela situação embaraçosa que tratou de explicar às duas que a partir daquela data passariam a partilhar tudo, incluindo o espaço para dormir.
Volvidos três dias depois desta junção, a primeira esposa levou o caso para o posto policial local, onde foram aconselhados a buscar uma solução no seio familiar. Enquanto a solução não chega, Vilanculo dorme na parte central da cama e é ladeado pelas duas jovens.
A PRIMEIRA ERA PREGUIÇOSA
F. Vilanculo continua a levar a vida tranquilamente e disse à nossa Reportagem que decidiu trazer a sua segunda mulher para aquele espaço porque a primeira, de 18 anos de idade, não dava conta dos afazeres domésticos.
Apesar de reconhecer que o quadro é delicado, Vilanculo descarta a possibilidade de arranjar outra casa para deixar uma das esposas, mas prometeu que vai reflectir o que poderá fazer nos próximos tempos.Se ela continuar a fazer barulho vou acompanhar a outra para casa, mas não quer dizer que vou-me separar dela. Elas são minhas esposas, disse.
Por seu turno, C. Fumo, mais velha, disse que o marido enganou as duas, pois quando saiu para Vilankulo disse que ia trabalhar, quando, na verdade, estava a criar outro lar. Por um lado, não foi sincero com a outra, ao não informa-la que é casado.
“Quando ele trouxe aquela moça e quis entender o que estava a acontecer e ele limitou-se a dizer que era esposa dele. Expliquei que não estava interessada em partilhar a casa com mais ninguém e desentendemo-nos a ponto dele se enervar e levantar a mão contra mim,disse.
Falando sobre como vivem desde que apareceu a sua rival, disse que vivem como podem, mas que não está satisfeita porque partilham tudo. Marido, cama, mesa. Tudo. “Ainda não informei aos meus pais. Mas é muito complicado quando chega noite. Na hora de dormir, pois nós três ficamos na mesma cama. Imagine”.
Enquanto isso, Maria encolhe os ombros e diz não saber o que fazer porque nunca imaginou que F. Vilanculo tivesse uma mulher em casa. Não sou culpada. Quando nos conhecemos ele disse que não era casado.
Abibo Selemane
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