Estado de saúde começa a ser descrito como “instável”
O Secretário-Geral da Renamo já deve ter sido transferido para o Hospital Centurion na África do Sul, local onde Manuel Bissopo deverá ser submetido a uma intervenção cirúrgica para a extração da bala que está alojado em parte do seu corpo.Até ao fecho desta edição, Bissopo não tinha ainda sido transferido, mas uma avioneta fretada pela Renamo estava já no Aeroporto Internacional da Beira, depois de despachada da África do Sul.
Conforme dissemos na edição desta quinta-feira, a intervenção cirúrgica deveria, em princípio, ter tido lugar exactamente na noite do dia do baleamento (quarta-feira), na clínica da cidade da Beira para onde a vítima foi transferida logo após o baleamento.
Entretanto, o pessoal médico recusou- se a realizar a operação alegando falta de condições adequadas para o tipo de intervenção que deve ser feita.
A indicação exacta do local onde a bala está alojada continua confusa, mas, o que se diz é que o projéctil se foi alojar em local considerado sensível.
“A bala não se pode movimentar, senão ele morre” – disse uma fonte do partido, sem indicar exatamente onde a bala está alojada.
Depois da indicação da impossibilidade de se realizar a operação na cidade da Beira, a Renamo iniciou démarches que pudessem assegurar a pronta transferência de Bissopo para África do Sul, mas a operação não foi possível por questões meramente logísticas.
O Hospital Central da Beira, a maior unidade sanitária da região centro do país, até tem capacidade para realizar o procedimento necessário, mas a Renamo recusou-se a transferir o seu dirigente para aquela unidade sanitária. A Renamo teme que o simples facto de os dirigentes daquela unidade sanitária serem conotados com o partido no poder poderá, por si só, ser motivo “para matarem o nosso Secretário-Geral”.
Ao longo da noite de quartafeira, os responsáveis da clínica da cidade da Beira ainda tentaram pressionar a família e a Renamo a transportar a vítima para o Hospital Central da Beira, mas o partido de Afonso Dhlakama recusou-se sempre temendo a vida do seu dirigente.
Polícia ainda às cegas
Em discurso genuíno ou induzido, as autoridades policiais na cidade da Beira continuam simplesmente com o discurso habitual: “Estamos a trabalhar no sentido de esclarecer as circunstâncias em que o crime aconteceu”.
Daniel Macuacua, porta-voz da Polícia da República de Moçambique ao nível da província de Sofala, conseguiu dizer simplesmente que a investigação policial recuperou, no local, três invólucros de balas disparadas de uma arma de guerra do tipo AKM.
Entretanto, testemunhas que presenciaram a ocorrência, falaram de pelo menos sete tiros, dos quais dois atingiram o Secretario-Geral da Renamo e outros tantos atingiram mortalmente o seu ajudante de campo, que morreu instantaneamente no local.(D. Bila)
MEDIA FAX – 22.01.2016
As suspeitas contra a Polícia e a sua versão
Caso “Manuel Bissopo”
Enquanto se digere com algum sentimento de alívio as informações de que o quadro clínico do secretário-geral da Renamo melhorou bastante, estando fora de perigo, começam também a ser construídas várias teorias sobre os suspeitos do atentado contra Manuel Bissopo, que resultou na morte de um dos seus guarda-costas.
Depois de terem sido colocadas a circular informações sobre a presença de um carro da Polícia no local do crime instantes antes dos disparos, a Polícia está num exercício de provar a sua inocência, tarefa que está a ser difícil, quando se junta o facto de agentes da Polícia fardados e à paisana terem sido vistos na sede da Renamo enquanto o secretário-geral deste partido dava a conferência de imprensa.
Os referidos agentes desapareceram sem deixar rasto logo depois de ter sido anunciado o fim da conferência de imprensa. Sob esta nuvem de suspeita, o porta-voz do Comando
Provincial da PRM, Daniel Macucua, veio a público na manhã de ontem, na Beira, informar que os agentes da PRM que foram vistos na sede da Renamo estavam a fazer o seu trabalho normal. “Os agentes da Polícia estavam a fazer o seu trabalho normal. Ali via-se uma movimentação estranhas de pessoas e viaturas, foi por isso que estavam lá”, declarou o porta-voz da Polícia.
Enquanto se digere com algum sentimento de alívio as informações de que o quadro clínico do secretário-geral da Renamo melhorou bastante, estando fora de perigo, começam também a ser construídas várias teorias sobre os suspeitos do atentado contra Manuel Bissopo, que resultou na morte de um dos seus guarda-costas.
Depois de terem sido colocadas a circular informações sobre a presença de um carro da Polícia no local do crime instantes antes dos disparos, a Polícia está num exercício de provar a sua inocência, tarefa que está a ser difícil, quando se junta o facto de agentes da Polícia fardados e à paisana terem sido vistos na sede da Renamo enquanto o secretário-geral deste partido dava a conferência de imprensa.
Os referidos agentes desapareceram sem deixar rasto logo depois de ter sido anunciado o fim da conferência de imprensa. Sob esta nuvem de suspeita, o porta-voz do Comando
Provincial da PRM, Daniel Macucua, veio a público na manhã de ontem, na Beira, informar que os agentes da PRM que foram vistos na sede da Renamo estavam a fazer o seu trabalho normal. “Os agentes da Polícia estavam a fazer o seu trabalho normal. Ali via-se uma movimentação estranhas de pessoas e viaturas, foi por isso que estavam lá”, declarou o porta-voz da Polícia.
Afastar toda a suspeita
Num exercício considerado como visando afastar toda a suspeita que pesa sobre a Polícia, Daniel Macucua trouxe uma nova teoria sobre o atentado. Segundo a Polícia, os membros da Renamo dispararam contra os assassinos, e estes responderam, causando a morte de um dos guarda-costas, e os ferimentos de Bissopo.
O porta-voz do Comando Provincial da PRM citou alegados trabalhos de peritagem da PIC e diz que houve troca de tiros. Mas testemunhas dizem que os malfeitores não deram tempo de reacção aos guardas da Renamo, pois foi apenas uma descarga de balas para alvo identificado.
A Polícia diz que estão em curso trabalhos de base com vista a neutralizar os presumíveis criminosos. (José Jeco, na Beira)
CANALMOZ – 22.01.2016
Dércio Tsandzana
11 hrs ·
“Diálogo sem Diálogo”
A nossa Paz parece estar longe de ser restabelecida. São vários episódios que reforçam a minha dúvida de que o país voltará a ter Paz efectiva a curto prazo.
Na semana passada ouvimos Afonso Marceta Dhlakama a dizer que a Igreja Católica já havia se mostrado aberta ao diálogo e por parte de Jacob Zuma recebeu indicações de que este podia aceitar o mesmo convite.
Contudo, esta semana, em alguns jornais ficamos a saber que a Igreja Católica desmente essa hipótese (neste momento) e refere que não há contactos nesse sentido e o discurso do líder da Renamo é baseado em contactos antigos, embora se mostre aberta a colaborar caso exista um novo modelo de diálogo.
O mesmo sucedeu com Jacob Zuma durante a cimeira da SADC onde em contacto com Filipe Nyusi garantiu não ter familiaridade com o dossier da Paz em Moçambique.
Isto é simplesmente preocupante, parece que nem mediadores conseguimos arranjar para resolver os nossos próprios problemas, mas, quero estar enganado e espero que haja algo nos bastidores.
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Comments
Paulo Gundana O dialogo ja deixou de ser alternativa a tensao politica - militar no pais. O resto sao falacias pois a pratica ja diz tudo ...
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Nordino Judite Ao meu ver, muito mais do que usar os métodos científicos para resolução dos conflitos é necessário que haja boa vontande em ambas partes e lembrarem se do seu compromisso com o povo Moçambicano antes dos interesses pessoais ou partidários...
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Nassone Pedro Tongai é mais uma prova de que o lider da renamo é mentiroso
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Dércio Tsandzana Nassone Pedro Tongai, será? Esse dialogo já nos provou ser muito surpreendente. Afonso Marceta Dhlakama não me parece que quisesse falar só por falar.
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Hassan Osman Os últimos acontecimentos indicam claramente que não existe Vontade Política para o Diálogo.
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Dércio Tsandzana O futuro se mostra deveras INCERTO.
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Hassan Osman Infelizmente funcionamos como Bombeiros não se tomam medidas de prevenção e ao sinal de Fogo vai-se a correr. Será que se está mesmo a espera disso? Ao longo dos Tempos ficou claro que a Guerra só prejudica!
VIVA AO DIÁLOGO
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Francey Zeúte Bem colocado, caro Tsandzana. Entretanto, eu gostava de poder perceber e bem os fundamentos que suportam a tese de que os mediadores nacionais nao servem para facilitar este dialogo. Nao me interessa quem 'e que defende a sua substituicao, mas que justifiquem o porque de os terem que substituir pela igreja catolica e Jacob Zuma.
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Dércio Tsandzana Sobre a sua questao Francey Zeúte, o Ericino de Salemafez uma explanação no Jornal Savana Mediacoop. Porem, sou da opinião que as soluções internas valem mais do que as externas.
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Francey Zeúte Defendo também a mesma ideia. Ao mesmo tempo, sem ser uma opinião externa aos envolvidos no dialogo, gostava e ate devíamos exigir que fundamentassem o porque da substituição dos nacionais.
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Dércio Tsandzana Hassan Osman, funcionamos "ad hoc" aqui. Arranjos momentâneos!
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José de Matos A nacionalidade dos mediadores nao é muito importante, o importante é serem imparciais, competentes e comprometidos com a causa da Paz! Os actuais mediadores/observadores de certeza que nao serao utilizados, depois dos acontecimentos de Zipinga e do cerco na Beira, em que ficaram silenciosos, perderam toda a credibilade! A Igteja Carolica ja manifestou disponibilidade para contribuir e Zuma ainda nao fez qualquer declaracao sobre o assunto, mas o dialogo so ira acontecer se houver um compromisso e empenho serio das duas partes para a resolucao do conflito!
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Dércio Tsandzana José de Matos, amigo, com que bases afirma que a Igreja Católica aceitou, leu noticias desta semana - Magazine e Savana? Contudo, não sei se os mediadores não podem ser os nacionais se formos a lembrar quem propôs tais mediadores e hoje os enxota.
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José de Matos Aceitou disponibilidade, varias vezes, nao implicitamente desrta vez porque o pedido nao foi formal, ate porque a outra parte teria de concordar!
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Dércio Tsandzana Certo, percebo, apenas estava a falar do que disse Dom João sobre tal pedido da Renamo Resistência Nacional Moçambicana.
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José de Matos Esta noticia é relativamente recente, Dércio Tsandzana:
O Papa Francisco desfia a igreja católica em Moçambique a continuar a trabalhar em prol da manutenção da Paz e união dos povos.
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Francey Zeúte Caro José de Matos, aos mediadores nacionais não falta competência, compromisso com a paz como tambem nao foram parciais em momento algum. Ou tem duvida em relação a esses pontos?
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José de Matos Francey Zeúte, nao é questao de competencia, é questao de credibilidade, e os da Igreja Catolica, por exemplo, sao nacionais.
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Emanuel Anti-Heroi Nkojola Rezemos para uma Paz efectiva.
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Nildo Guambe Ha quem nao esta com pressa de dialogar, ou pelo menos nao quer concensos imediatos...
Nao sei que garantia tem o "lider" em relacao a imparcialidade da igreja catolica, mas pareceu me que o mesmo pediu "parcialidade" ao Zuma na medida qque referiu se as consequencias da guerra para SA caso o dialogo nao produza resultados satisfatoruos para a Renamo...
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Alcidio Do Rosario Por mais que tenhamos os melhores negociadores do mundo, se não houver vontade das partes nao lograremos os nossos intentos.
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José de Matos Dércio Tsandzana e Francey Zeúte, vejam esta noticia :
http://noticias.sapo.mz/info/artigo/1464161.html
Dhlakama: Igreja Católica e Zuma disponíveis para mediar crise em…
NOTICIAS.SAPO.MZ
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Dércio Tsandzana Grato José de Matos, por acaso já tinha visto a notícia, mas, como podes ver quem o diz aí é o próprio Dhlakama e não a igreja. Eu hoje cito palavras do próprio Dom João da igreja católica.
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Francey Zeúte Com quem Dhlakama tem estado a contactar?
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Dércio Tsandzana Com quem? Uma questão que não sabemos até aqui responder.
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José de Matos Segundo Dhlakama, a África do Sul respondeu através da sua embaixada em Maputo e a Igreja já se pronunciara publicamente através do arcebispo da Beira.
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