Retrospectiva política
2015 inaugura um novo ciclo político. Inicia a oitava legislatura e Filipe Nyusi assume as funções de Presidente da República. Tal como os seus antecessores, Nyusi tem como desafio político negociar a estabilidade do país com a Renamo. Afonso Dhlakama reivindica vitória nas eleições de 2014 e, por isso, exige a partilha do poder. A Frelimo não cede e a crise política arrasta-se por todo o ano e transita para 2016. Mas não foi só a crise que marcou 2015.
Janeiro começa com tomadas de posse, desde logo dos membros das 10 assembleias provinciais, a 07 de Janeiro. Mas nem todos os 811 assentos ficaram ocupados naquela data, pois os 249 eleitos pela Renamo boicotaram a cerimónia em sinal de protesto contra alegada fraude nas eleições de Outubro de 2014.
A 13 de Janeiro, era a vez dos deputados eleitos para a oitava legislatura ocuparem os seus lugares na Assembleia da República, numa cerimónia dirigida pelo então Presidente cessante, Armando Guebuza. A nota dominante da sessão foi o boicote dos 89 deputados eleitos pela Renamo.
Dois dias depois, a 15 de Janeiro, Filipe Nyusi era investido para o cargo de Presidente da República, numa cerimónia que marcou a segunda transição de poder político de forma democrática. A partir daquela data, Moçambique passava a contar com o primeiro Presidente sem protagonismo na luta pela independência e com dois antigos Chefes de Estados, nomeadamente Armando Guebuza e Joaquim Chissano. Logo após a sua investidura, o quarto Presidente da República fez um discurso que rompia com o passado e relançava esperanças de um novo ciclo político para o país.
No dia 19, Filipe Nyusi empossou o seu primeiro Governo composto por 22 ministérios e encabeçado por Carlos Agostinho do Rosário, nomeado primeiro-ministro.
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