Estas foram as palavras do Deputado
da Assembleia da República Carlos
Manuel na plenária desta Quinta-
-feira, 26 de Novembro, no decurso
de mais uma sessão daquele órgão.
Para melhor entendermos o pronunciamento
daquele parlamentar,
procedemos a transcrição integral da
intervenção:
“Senhores Deputados
Caros convidados
Excelências
Agradeço a concessão da palavra
e ao iniciar a minha intervenção,
dirijo-me ao Senhor
Ministro das Obras Públicas e Habitação
e pretendo saber que pecado
fora cometido pelas populações dos
distritos de Mogovolas, Moma, Larde,
Angoche, Liupo e Mogincual, porquê
não melhorar as vias de acesso
naqueles distritos?
Sabe que logo após as primeiras
chuvas estes ficarão sem estradas?
Se for a dizer algo que está sendo
feito para minimizar o problema, estaria
faltar a verdade ao povo, pois
a verdade no terreno é que não há
nada sendo feito naqueles distritos.
Nacala está sem água porque as
condutas da barragem para a cidade
não foram reabilitadas incluindo a estação
de tratamento deste precioso
líquido.
Senhor Ministro de Recursos Minerais
e Energia, para quando o fim
deste martírio de sucessivas crises
de energia eléctrica na província de
Nampula? As populações que têm a
sorte de possuir este bem, têm sofrido
cortes constantes, destruindo os
seus electrodomésticos e sem nenhuma
restituição por parte da empresa
e mais, quando a EDM é solicitada
para repor a avaria, os técnicos nunca
aparecem e quando aparecem pedem
valores pela reparação.
Excelências
Ultimamente, nesta casa somente
fala-se de desarmamento das ditas
forças residuais da RENAMO. Gostaria
de citar aqui e agora o que vosso
chefe Guebuza ao celebrar
a fraudulenta vitória disse: “foi uma
vitória arrancada para garantir a sobrevivência
da Frelimo”. Estas palavras
são da RENAMO? Não, Guebuza
não é da RENAMO. São palavras do
dirigente da Frelimo que na altura era
presidente do partido, pois a vossa vitória
só foi possível porque a Frelimo
tem sob sua alçada as FDS, que em
vez de servirem ao povo, são usadas
para fins e interesse partidário.
Os apelos que fazemos é que devem
deixar de usar estas forças como
vosso braço armado. Desarmem-se
primeiro, que os outros seguirão o
vosso exemplo, já que dizem ser um
partido maduro.
Como se não bastasse, vêm ao
público dizer que ganharam eleições.
É assim como se ganham eleições?
Roubando votos, alterando editais,
sujando votos dos outros candidatos
e fazendo enchimento de urnas?
Alguns de vós até armaram seus
filhos, andaram agredindo população
no bairro do Zimpeto. No passado
não distante a vila Olímpica andou
aos tiros, guarda da casa do chefe
foi violentamente agredido pelo
melhor filho daquele (a) membro da
Comissão Política, que vergonha!
Que governo é esse que usa forças
armadas para fazer emboscadas,
queima casas e celeiros das
populações, não é terrorismo de
Estado? Acham que é dessa forma
que vão desarmar a RENAMO?
Enquanto continuarem com
este tipo de comportamento,
partidarizando tudo que é do Estado,
jamais a RENAMO aceitará partilhar
esses desmandos.
Dizer a senhora Presidente da
Assembleia da República que tem
dívida com o povo moçambicano, pois
no dia 25 de Setembro a senhora era a
Presidente da República em exercício.
Daí que o povo está a espera de um
pronunciamento seu relativo ao
ataque, mortes de cidadãos, suas
causas, objectivos, motivações que
levaram àquela atitude macabra pela
FDS num país que se diz civilizado, que
até anda a apregoar reconciliação
em outros países tais como Lesotho,
Madagascar, Burundi, Uganda entre
outros.
Que moral tem vosso chefe de dirigir
a troika da Paz e Segurança da SADC
quando ele mesmo manda matar o
líder da oposição do seu país?
Que escola tem ele superior a
Chissano e Guebuza que governaram
12 e 10 anos respectivamente,
coabitando com a RENAMO sob
protecção dos seus homens ao abrigo
do AGP e não fizeram a vergonha
como dos dias 12, 25 de Setembro e 9
de Outubro em Manica e Sofala?
Porquê não cumprir com os acordos
de Roma e de 5 de Setembro para
resolver o problema duma vez por
todas e deixar de fazer-se de Rambo?
Porque “o homem maligno não terá
galardão, e a lâmpada dos ímpios se
apagará. “Provérbios 24:21.
Porque o tempo é padrasto, termino
convicto que Deus saberá fazer
justiça aos ímpios que teimam em se
manter no poder por via de “vitórias
arrancadas”.
Mais não disse. Fim de citação.
Editorial
GOVERNO DE INCOERENTES,
INCONSISTENTES E MENTIROSOS
A incoerência, a inconsistência, a incompetência e
as mentiras, são marcas de um auto-presidente e um
Governo que arrancaram o poder ao povo moçambicano,
mas que agora estão em profunda crise. O país está em
coma profundo.
Um presidente e seu governo que em 11 meses perderam
legitimidade e popularidade, se bem que alguma vez eles
próprios acreditaram que tivessem alguma aceitação,
não fosse na confiança pela fraude e manobras dos
órgãos eleitorais e do Conselho Constitucional que lhes
levou ao poder à força.
Moçambique foi tomado por uma liderança incoerente,
inconsistente e mentirosa que está a levar o país à
beira da falência económica, política e social jamais
conhecidas e vividas. A mesma crise que ameaça a
existência deles como Governo e o seu futuro como
políticos. Referimo-nos a liderança de Filipe Nyusi que a
frente de um Governo há 11 meses apenas soube investir
nas mentiras, na incitação ao ódio e na cópia de modelos
do tipo angolano ou zimbabweano, em detrimento da
busca de soluções para inúmeros problemas que o país
tem.
Com a declaração de uma guerra que está em curso
visando decapitar a RENAMO e o seu Presidente, a moeda
nacional a derrapar, os preços dos bens de consumo a
subirem vertiginosamente, Filipe Nyusi e seu Governo
encontraram na mentira a forma mais sublime de
continuar a enganar e a entreter o povo moçambicano.
De mentira em mentira, o auto-proclamado Governo da
Frelimo vai tentando buscar a legitimidade que nunca
teve.
Se levarmos em conta o primeiro discurso de Filipe
Nyusi, o da tomada de posse, que rapidamente foi
substituído pelo nepotismo, a exclusão, o ódio e a
importação de modelos de “convivência de partidos sem
armas” podemos facilmente chegar a conclusão de que a
mentira é o ponto forte deste Governo de Moçambique.
O anúncio do Presidente da Frelimo na semana passada
em Maputo de que as forças de defesa e segurança
ao serviço do regime devem ponderar o famoso
desarmamento compulsivo anteriormente enunciado
em sede do Parlamento pelo ministro do Interior,
Basílio Monteiro, se enquadra na mesma estratégia
mentirosa de distrair os moçambicanos sobre a actual
crise económica e financeira em que o país se encontra
mergulhado. Uma crise financeira e económica que na
verdade, ocorre em grande parte por causa de desvios
de dinheiro pelo executivo da Frelimo para motivos
estritamente políticos, que visam favorecer certo grupo
com interesses específicos, em detrimento dos interesses
da maioria. Na verdade, Filipe Nyusi e a Frelimo não
têm nenhuma agenda para falar com a RENAMO, como
insinuou no distrito da Moamba, muito menos têm
soluções para a actual crise económica e financeira.
O dólar está a ser transaccionado neste momento a 62
meticais, para desespero de uma economia que sobrevive
basicamente de importações. Os comerciantes pararam
de importar e os que ainda importam duplicaram o
preço, para responder à pressão cambial. O país está
numa crise económica e financeira, com a capacidade de
compra dos moçambicanos a deteriorar-se.
O senhor Carlos Agostinho do Rosário, foi ontem ao
parlamento tentar negar uma realidade que está à
vista de todos. Agostinho do Rosário quis dar chucha
aos moçambicanos ao afirmar que não há motivos para
desespero. Como não haver desespero para um povo
ameaçado por uma guerra declarada por um governo
que não elegeu? Como não estar ameaçado o povo que
não tem soluções para o resgate do metical e o poder
de compra? Como não ficar ameaçado quando, a dívida
que o país contraiu para a empreitada da EMATUM e a
compra de armas de guerra, aliado ao facto de o país
importar quase tudo, com a agravante da queda do
preço dos bens exportados das grandes indústrias não
têm esclarecimentos?
Como garantir a estabilidade e a consolidação da paz
no país, aumento da produção, produtividade e atracção
de investimentos direccionados particularmente ao
desenvolvimento do capital humano, infraestruturas e
produção de bens e serviços, na perspectiva de substituir
gradualmente o peso das importações quando o país
está numa guerra declarada?
Será que nós como povo devemos continuar calados e
a tolerar tamanha aldrabice, mentira, incompreensão,
inconsistência, incoerência e guerra que nos são movidos
por interesses particulares? Continuamos calados e sem
acção perante o aumento de preços? Foi por que eles
dizem que lhes votamos? Não!
Ministro das Obras Públicas faltou à verdade no Parlamento quando disse que faltam fundos para as estradas
Afinal qual é a causa para a não reabilitação dos troços danificados pelas cheias de 2015 na única estrada que conecta o Sul ao Centro e ao Norte de Moçambique? O Governo afirma que faltou tempo e também dinheiro. Porém, ao contrário do que o ministro das Obras Públicas disse no Parlamento, “(...) as obras estavam orçadas em 9,5 mil milhões de meticais, dos quais foram disponibilizados apenas 880 milhões de meticais”, a verdade é que no Orçamento de Estado aprovado em Abril estão inscritos 17,9 mil milhões de meticais. Onde estão ou como foram gastos o Executivo de Filipe Nyusi não revela.
As cheias em Moçambique são cíclicas, afirmam as instituições oficiais, afectando habitualmente as mesmas regiões. Portanto, é do conhecimento geral que entre uma e outra época chuvosa há uma “janela” de seis a dez meses para efectuar obras, sejam de raiz ou apenas de reabilitação.
O facto é que pouco ou nada foi feito nas estradas moçambicanas desde que a época chuvosa 2014 / 2015 terminou em Março pois assim que as primeiras chuvas caíram a 3 de Novembro, ainda sem muita intensidade (foram apenas 50 milímetros), a Estrada Nacional nº 113, que conecta as vilas do Ile à cidade de Gurué, ficou intransitável na região dos rios Issipua e Mutuasse, no norte da Zambézia.
Na mesma província, já na Estrada Nacional nº1, desde o término da época chuvosa passada que o troço sobre o rio Namilate, na região de Nampevo, é feito por uma caminho alternativo devido a destruição e não reposição da “ponteca” que lá existia.
Mesmo a ponte sobre o rio Licungo, que deixou Moçambique cortado pelo centro de Mocuba entre 12 de Janeiro e 17 de Fevereiro do corrente ano, só recebeu obras de reabilitação de emergência contrariando de certa forma o Plano Económico e Social do Executivo de Filipe Nyusi que no seu ponto 4.1.6, número 74, indica que contribuirão para o volume de produção do sector de Construção várias obras em pontes incluindo a referida sobre o rio Licungo.
O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Bonete, não falou a verdade quando afirmou nesta quarta-feira (25), no Parlamento, que no “(...) Orçamento de 2015, haviam sido previstos apenas 281 milhões de meticais, não suficientes para fazer face aos danos ocorridos na rede rodoviária nacional”.
Na página 5 do mapa H do Orçamento de Estado para o ano de 2015 está inscrito como “Despesas de Investimentos” para o Fundo de Estradas o valor de 17.965.188.400 meticais dos quais 9.251.708.350 meticais iriam ser realizados com fundos internos e 8.713.480.050 meticais seriam disponibilizados por parceiros.
A 31 de Março o Banco Mundial anunciou a disponibilização de e 73,6 milhões de dólares norte-americanos depois de a União Europeia ter garantido dez milhões de euros. Portanto fundos existem, ou existiram e foram gastos. A questão que o Governo não responde é onde estão ou como estão a ser gastos.
Com esta falácia o Executivo liderado por Carlos Agostinho do Rosário já empurrou para 2016 a construção definitiva das pontes sobre os rios Ligonha, Mutuasse, Namilate, Nivo, Serrena e Mudora, na Estrada Nacional nº1.
Importa referir que o Instituto Nacional de Meteorologia prevê a ocorrência de “chuvas normais com tendência para acima do normal em toda a extensão das províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, e norte da província da Zambézia”.
Esperemos que o Chefe de Estado, quando for ao Parlamento apresentar o Estado da Nação, explique o que tem feito para que Moçambique esteja “sulcado de vias de acesso transitáveis que assegurem, em todas as épocas do ano, a circulação de pessoas e bens”, como prometeu na sua investidura.
@VERDADE – 25.11.2015
RIQUEZA
A palavra riqueza significa qualidade
do que é rico; abundância de bens.
No planeta em que vivemos há
muitos ricos.
Ficar rico não é proibido. Aliás deví-
amos todos ter abundância de bens.
Assim, era diminuta a dependência
de seres humanos em relação aos outros.
Mas, o que é necessário para ser
rico?
A resposta para esta pergunta depende
da forma como se consegue
a abundância de bens. Esta pode ser
conseguida de forma lícita ou ilícita.
É lícita a abundância de bens que
provém do trabalho. Existem pessoas
ricas porque herdaram dos seus
antecedentes fortuna acumulada ao
longo dos anos. Outros porque têm
a capacidade de domínio tecnológico.
Casos de Bill Gates da microsoft e
Steve Jobs da Apple, paz a sua alma.
Alguns trabalham no ramo da imobiliária,
outros ainda porque possuem
grandes extensões de terras e nelas
praticam diversas actividades.
Em Moçambique estes pressupostos
não contam para que alguns concidadãos
nossos sejam hoje considerados
ricos. Várias são as artimanhas
usadas para se chegar à ostentação
do luxo. O saque da coisa pública faz
parte do meio para chegar à riqueza.
O tráfico de drogas e de seres humanos
são outros meios para atingir a
opulência. Chegar ao poder político a
todo o custo é outra forma de conseguir
riqueza.
A corrupção tornou-se moda nos
meandros da ostentação. E como
compreender que mesmo sem nunca
ter trabalhado na vida se pode conseguir
acumular riquezas?
Não é novidade para ninguém que
temos no nosso país, cidadãos que de
dia para noite ficaram ricos.
A este tipo de riqueza chamamos a
atenção para as consequências futuras
nas relações entre os filhos deste
país. Alguns dos nossos netos quererão
saber como é que uma certa família
ficou rica e outras muito pobres
dentro da mesma geração e mesmo
espaço. Que uma certa região tenha
beneficiado de muito luxo e outras
não. São estes comportamentos que
provocam conflitos étnicos e regionais.
Seria bom que adultos de hoje fossem
os organizadores do bem-estar
social futuro e não promotores de
guerras.A situação de descriminação
que assistimos hoje é sinal de perigo
para as futuras gerações.
Vamos ainda a tempo de corrigir a
nossa forma de actuar para garantirmos
a harmonia na vida dos nossos
netos e bisnetos.
Vocês que batem palmas para os
vossos chefes que roubam e empobrecem
o país, parem de fazer isso.
Não apoiem a vossa desgraça e a desgraça
dos vosso futuro.
Estamos avisados!
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