Os profissionais de comunicação social moçambicanos, incluindo editores e gestores, reunidos em Maputo, dia 23 de Novembro corrente, em Conferência sobre “Comunicação Social, Violência e Paz”, promovida pelo Conselho Superior de Comunicação Social,
adoptaram uma declaração na qual expressam o seu profundo cometimento à defesa da paz e contra a violência de várias origens.
Lê-se na declaração de princípios sobre a comunicação social, violência e paz que tal gesto se deve inspirar na busca incessante pela paz e estabilidade do país, bem como na afirmação contínua da liberdade de imprensa e consolidação da democracia e da unidade nacional.
Dizem os profissionais que é com grande preocupação que se assistem a práticas jornalísticas que se confundem com apologia à violência nos órgãos de comunicação social no país, com o retrato e abordagem constante de matérias susceptiveis de promover instabilidade política, conflitos, exclusão de outros, ódio étnico, racial, o regionalismo, ou crime violento, bem como discursos que atentam contra a unidade nacional
Lembram, por outro lado, que a missão prevista no postulado legal orientador do exercício da actividade na comunicação social é de informar com verdade, isenção, imparcialidade e independência, assim como reconhecem que o “jornalismo independente” não está livre de constrangimentos, tais como a interferência política, o crime organizado e a influência do poder económico.
Por outro lado, adianta a declaração adoptada, que é crucial o papel da comunicação social na formação da opinião pública face aos problemas do país, da sociedade, bem como deve procurar promover na sociedade a cultura da paz, da tolerância e da não-violência.
Reafirmam que a diversidade cultural, religiosa, etnolinguística, histórica, dinâmicas de territorialização e do processo de desenvolvimento económico do país, quando não adequadamente abordadas, reportadas, podem gerar efeitos adversos e em contrapartida consideram que a diversidade cultural é um valioso património para o avanço e bem-estar da sociedade que deve ser valorizada como característica do povo moçambicano.
Os participantes à conferência nacional sobre comunicação social, violência e paz, dizem que constataram que as empresas públicas não têm assinado contratos-programa com o Governo desde 2010, o que significa que o Estado não cumpre o seu papel, colocando em causa a independência destes órgãos de comunicação, pois eles ficam dependentes de anúncios comerciais.
Entretanto, baseando-se nas recomendações do chefe de Estado, Filipe Nyusi, que honrou com a sua presença e presidiu abriu a conferência, reafirmaram que os órgãos de comunicação social educam para a mudança, são eles que criam uma atitude de confiança no presente e de esperança no futuro, sendo que a verdadeira Paz é uma cultura de escuta e de diálogo construtivo.
A violência contra as mulheres, contra os albinos, contra as viúvas, contra os idosos e as crianças e todos os grupos indefesos, toda essa violência deve ser uma preocupação permanente da nossa comunicação social, lê-se numa outra passagem.
Sendo Moçambique um país que se orgulha do respeito pela liberdade de imprensa e de opinião, os subscritores afirmam que os meios de comunicação não devem servir apenas informar, exigindo-se que formem, eduquem e entretenham.
A declaração adoptada diz ser necessário que os órgãos de comunicação social construam discursos de apelo à não-violência, ajudando na construção de consensos, entendimento e uma convivência pacífica
Os Media podem desempenhar um papel imediato de difusores de informação com impacto útil e tangível, promovendo a consolidação da democracia, da paz, da unidade nacional, dos valores de cidadania, defesa dos direitos humanos; Os Media devem desempenhar o papel de formação de uma opinião pública mais responsável, diz a declaração.
Haja um melhor entendimento sobre o que a realização prática da dicotomia “independência editorial e pluralismo de opinião” e uma correspondência entre o que diz a Lei, os estatutos editoriais de muitos órgãos de informação e o discurso que eles produzem e disseminam. Em decorrência dessa análise, a declaração apela para um equilíbrio entre o que se pensa e o que se diz.
O chefe do Estado moçambicano apelou na circunstância para que os profissionais de comunicação social não se demitissem do seu papel de promotores da paz e do seu estatuto de “reserva moral da sociedade”.
A comunicação social deve continuar a promover o debate democrático da nação moçambicana, contribuindo na construção de uma paz positiva que assente na ausência da violência, na construção de harmonia e justiça social.
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