Por Michel Santos
01/11 03:24 CET
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Desde quarta-feira que as províncias de Sofala e da Zambézia (centro) têm sido palco de confrontos entre combatentes da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e as Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Apenas na sexta-feira, o ministro do Interior Jaime Basílio Monteiro confirmou os combates e referiu que as ações de desmantelamento das bases da Renamo vão continuar, considerando-as “ninhos de instabilidade”. O objetivo é levar a cabo o desarmamento completo dos militantes, explicou Basílio Monteiro, aos jornalistas na Gorongosa.
De acordo com a agência Lusa, citando um padre local, um novo tiroteio este sábado de manhã entre as forças moçambicanas e militares da Renamo em Inhaminga forçou a fuga da população para as matas, deixando a vila deserta.
Poucos dados oficiais são avançados sobre o número de baixas resultantes dos confrontos, bem como o resultado das operações, certa é a existência de mortos e feridos, em especial nos violentos combates de quarta-feira no distrito de Morrumbala. Populares, citados por diversos órgãos de comunicação social, deram conta de vítimas.
Militantes da Renamo dizem que FDS sofreram pesadas baixas
Na própria quarta-feira, elementos ligados à Renamo confirmaram os combates e referiram que as FDSsofreram pesadas baixas, inúmeras dezenas de mortos, e que armamento, incluindo armas pesadas, foi capturado, dados que a Euronews não conseguiu confirmar.
Recorde-se que a 9 de outubro, as forças especiais moçambicanas cercaram e invadiram, na Beira, a casa do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e prenderam por algumas horas sete elementos da sua guarda. As autoridades disseram na altura ter sido o início de uma operação de desarmamento. Desde então, Dhlakama tem andado desaparecido.
Nos últimos tempos o homem forte do “partido da perdiz” esteve no centro de pelo menos dois incidentes, a 12 e a 25 de setembro, em que os seus militantes dizem terem sido “emboscadas”, que resultaram em mortos e feridos. Num dos episódios, as autoridades anunciaram ter sido uma operação para restabelecer a ordem pública face a um incidente de natureza criminosa.
Conhecido como a “pérola do Índico”, Moçambique vive momentos de incerteza. A Renamo recusa reconhecer os resultados das eleições de há um ano e exige governar nas seis províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
O país ainda se está a recompor da terrível guerra civil que durou 15 anos entre 1977 e 1992, que provocou milhões de mortos e refugiados. No início de outubro foi anunciado que Moçambique estava finalmente livre de minas, depois de um investimento de mais de 2 mil milhões de dólares.
Legenda da fotografia: Alegado militar ferido nos combates entre a Renamo e as FDS. A imagem foi recolhida de uma rede social, a autenticidade não pode ser confirmada.
Por Michel Santos
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