Comentando a notícia de que estavam a ser atacados alvos que não são do Estado Islâmico, Lavrov diz que é "infundada".
O Governo de Moscovo anunciou que aviões russos bombardearam na manhã desta quinta-feira quatro posições do Estado Islâmico na Síria. O início da intervenção militar da Rússia neste país começou na quarta-feira, abrindo imediatamente uma polémica sobre os alvos bombardeados, com o Ocidente e algumas fontes no terreno a dizerem que os alvos foram grupos da oposição a Bashar al-Assad.
Essa denúncia foi desmentida esta quinta-feira pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, que a considerou "infundada".
"Há rumores de que os objectivos dos raides aéreos não foram o Estado Islâmico", disse Lavrov, citado pela AFP. O chefe da diplomacia russa disse ter falado "com toda a honestidade" ao seu homólogo dos Estados Unidos da América, John Kerry, quando na quarta-feira lhe disse que a intervenção russa foi feita apedido de Assad para "combater exclusivamente o Estado Islâmico e outros grupo terroristas".
Também disse que, ao falar com Kerry, em Nova Iorque, não tinha "qualquer informação" sobre vítimas civis.
Segundo a televisão al-Mayadeen, com sede no Líbano e financiada pelos Estados do Golfo, os raídes desta quinta-feira têm como alvo posições da aliança Exército da Reconquista no Noroeste da Síria. Este grupo é composto por combatentes islamistas e está activo em Idlib, Hama e Latakia.
Os raídes de quarta-feira visaram alvos nesta região Noroeste, sobretudo Homs e Hama, tendo sido realizadas 20 missões.
Segundo informações do grupo xiita Hezbollah (aliado de Bashar al-Assad) citadas no Financial Times, no primeiro dia da operação russa foram atingidas as cidades de Tabbisa, Rastan, Zaafaraniya e Makramiya, perto de Homs. A televisão do Hezbollah, a Manar, noticiou que foram destruídas munições, depósitos de armas e outro material na posse de "organizações terroristas". Um dos grupos alvejados, prossegue a Manar, foi o Tajamaa al-Ezza (juntos com dignidade), um grupo rebelde que tem apoio internacional, nomeadamente dos Estados Unidos, para combater o regime de Damasco.
Activistas da oposição a Assad no terreno disseram ao Financial Times que nas zonas bombardeadas existem pequenas bolsas islamistas mas que naquela área estão sobretudo grupos moderados da oposição.
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