Acordo PS, BE, PCP e PEV será divulgado entre a apresentação do programa de Governo da coligação e a votação da moção de rejeição.
O secretário-geral do PS, António Costa, está a ponderar já os convites que irá dirigir para formar Governo e um dos critérios que utiliza para essa ponderação é o da necessidade de escolher personalidades de esquerda, que sejam independentes de partidos, mas que se insiram num universo à esquerda do PS, nomeadamente que sejam próximos do BE, do PCP e do PEV.
Na expectativa de ser indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, o líder do PS prepara já o tipo de Governo que terá de constituir. Mas isso só acontecerá após a eventual queda do Governo da coligação Portugal à Frente, se for aprovada uma moção de rejeição ao programa de Governo – e que venha a ser aprovada conjuntamente pelo PS, BE, PCP e PEV.
Esta preocupação de António Costa procura dar resposta à necessidade de estabelecer uma equipa governativa que contemple a diversidade que possa reflectir as diferenças entre o PS e os partidos que irão suportar parlamentarmente o Governo, o BE e o PCP, e com quem está a ser negociado um acordo.
É esse acordo que, aliás, suportará a possibilidade de o PS vir a apresentar uma moção de rejeição ao lado do BE e do PCP ou em conjunto com estes partidos e em aprová-la fazendo cair o Governo do PSD e do CDS – que irão tomar posse na sexta-feira –, quando este executivo apresentar o programa na Assembleia da República.
Do acordo que tem sido negociado com o BE e o PCP deverá ficar excluída a possibilidade de os outros dois parceiros do PS virem a tomar assento no Governo. Tudo indica, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, que as sensibilidades mais à esquerda do PS devam ser representadas por independentes. O objectivo é respeitar a ideia de que a esquerda é diversa e que essa diversidade deve ser plasmada no executivo.
Acordo público
O acordo de Governo deverá ser assinado numa cerimónia pública entre os três líderes de esquerda, António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Mas essa cerimónia realizar-se-á apenas quando, de facto, o acordo estiver terminado. Por agora, e ao longo de pelo menos esta semana, deverão decorrer as negociações separadas entre o PS e o BE, o PCP e os PEV, e que já estão em curso.
O acordo de Governo deverá ser assinado numa cerimónia pública entre os três líderes de esquerda, António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Mas essa cerimónia realizar-se-á apenas quando, de facto, o acordo estiver terminado. Por agora, e ao longo de pelo menos esta semana, deverão decorrer as negociações separadas entre o PS e o BE, o PCP e os PEV, e que já estão em curso.
Por outro lado, a direcção do PS não pretende que as negociações sejam aceleradas pois não tenciona que os conteúdos exactos deste entendimento venham a público e sejam conhecidos pelo país antes de o programa de Governo da coligação ser apresentado na Assembleia da República para debate parlamentar.
De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, António Costa não quer que os termos do acordo sejam revelados antes de ver o que Passos Coelho tem a propor ao país. E só depois de o programa do PSD e do CDS ser revelado é que o acordo do PS com o BE, o PCP e o PEV verá a luz do dia. A tempo de ser conhecido antes de a moção, ou as moções de rejeição, serem votadas e cumprindo assim o que foi o compromisso assumido por Costa, na noite eleitoral, de que só com uma alternativa de Governo o PS ajudaria a derrubar o Governo da coligação.
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