sábado, 19 de setembro de 2015

A mercê da mediocridade



O título não é bom. É até arrogante e presunçoso. Mesmo assim, decidi que era o melhor título para a matéria que quero tratar. Sou cientista social e nessa qualidade debato-me sempre com o problema da realidade. O meu objecto de estudo nunca tem a qualidade que uma bactéria ou micróbio têm para o cientista natural. O meu acesso ao meu objecto é quase sempre por via do discurso. Mesmo nas circunstâncias em que tenho o privilégio de ver com os meus olhos nunca posso ter a certeza de que o que vejo é o que realmente está a acontecer, nem mesmo quando não estou sob o efeito do consumo de substâncias ilegais. Na maior parte dos casos, na verdade, o cientista social depende de relatos recuperados através de entrevistas, debates, relatórios, etc. Como verificar e validar a veracidade dos relatos? Como ter fé nas representações que se fazem da realidade? Muito difícil.

É por essa razão que sou sempre muito reticente em relação ao meio mais privilegiado de representação da realidade que é o jornalismo. Fora da necrologia e dos resultados de futebol se o assunto é mesmo de interesse para mim leio com muito cuidado. Ler com cuidado significa essencialmente fazer duas coisas. A primeira consiste em confrontar o que leio com aquilo que eu gostaria que fosse verdade. Pergunto-me se acredito no teor duma notícia por ela estar de acordo com as minhas sensibilidades políticas ou éticas. Se tiver razões para suspeitar que esse seja o caso desconfio e procuro ler mais versões do mesmo acontecimento de outras fontes. O inverso também acontece, claro, embora com menos frequência porque sobretudo em Moçambique tenho grandes dificuldades em ler certos jornais (por exemplo, o Canal de Moçambique) que são, para mim, publicações ideológicas sem grande valor informativo. A segunda coisa que faço, se se trata de algo muito importante para mim, é analisar a notícia com mais cuidado e evitar ao máximo emitir opinião antes de me ter certificado da qualidade da notícia.
Quem me dera que mais gente tivesse este cuidado na nossa esfera pública! Evitaria tanta confusão, desinformação e discussões fúteis e incendiárias.

Um exemplo típico duma notícia problemática é a notícia da Lusa que dava conta do incidente armado que envolveu o líder da oposição em Moçambique no dia 12 de Setembro de 2015. Li a notícia nessa mesma noite por via dum amigo do Facebook que a havia compartilhado. O que me chamou logo atenção nessa notícia foi a violação, para mim, grosseira de duas regras básicas do jornalismo. A primeira regra violada foi de atribuição categórica de responsabilidades (“o ataque … foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida…”) sustentada pelo simples recurso ao facto de o jornalista ter sido testemunha do incidente. Não é que ele não pudesse fazer isto. Mas ao menos que dissesse, nessa notícia, o que o levou a concluir que tivessem sido membros dessa força. Só isso. A segunda regra violada foi a de ouvir as partes. O jornalista não dá nenhuma indicação de ter procurado falar com as autoridades para saber o que tinham a dizer sobre o assunto. Lançou a especulação como notícia que, no contexto medíocre da leitura crítica em Moçambique, foi recebida como a revelação da verdade. Munido dessas reticências não dei crédito à notícia e preferi aguardar por mais desenvolvimentos.

Entretanto, o assunto complicou-se ainda mais com novas versões que punham em causa o próprio tiroteio a tal ponto que o que realmente aconteceu ficou agora refém da orientação política de quem se interessa pelo assunto, tudo isso por culpa dum pedaço de mau jornalismo e da ausência de sentido crítico no consumo de notícias. Voltei a analisar o texto original e fiquei com a impressão de que não se trata de mau jornalismo por causa dos problemas de má qualidade na formação jornalística no país. A peça pareceu-me mau jornalismo por opção. Ou por outra, o jornalista parece ter tomado decisões conscientes de desinformar. Quando li a frase “o ataque, testemunhado pela Lusa no local…” fiquei primeiro com a impressão de que se tratasse duma informação inocente sobre quem estava a reportar. A segunda leitura dissuadiu-me disso. A Lusa é uma agência de notícias séria e que não deixa os seus créditos em mãos alheias. Há diferença entre escrever “o ataque, testemunhado por mim Elísio no local…” e a frase que ficou. Num caso ofereço o pouco de mim como garantia da veracidade do que relato, noutro convoco a autoridade de quem ninguém equilibrado devia duvidar. Portanto, o jornalista não tinha a intenção de informar sobre o que tinha visto, mas sim de construir o que viu (e a interpretação que ele próprio fez) como um facto. É como se estivesse a dizer algo como “de mim podem duvidar, mas da Lusa não”.

Achei também estranha a precisão do relato tendo em conta que o texto foi divulgado praticamente menos de meia hora após o incidente. Há, claro, jornalistas de guerra, isto é jornalistas que estão habituados a estar na frente e que, portanto, sabem como lidar com situações dessas. Não sei se o autor dessa peça é um deles. O que é certo, contudo, é que o tipo é bem forte. A riqueza do detalhe no seu curto relato é impressionante. Não só foi capaz de dar um relato preciso do número de feridos de ambos os lados (e aqui já nem falo do facto de que toda a sua informação baseou-se no que os homens da Renamo lhe disseram…) como também de ver como esses homens respondiam ao fogo inimigo e ainda iam “em perseguição” deles pelo mato adentro. Entretanto, o líder ficou ileso, mas o motorista duma das viaturas ficou gravemente ferido. É claro que estamos aqui perante uma situação em que o jornalista produz a facticidade da descrição a partir do detalhe. Tal como na ficção, um relato é tanto mais convincente quanto ele for capaz de incluir detalhes que contextualizam as coisas e dão a impressão de que realmente aconteceram. Há diferença entre escrever o seguinte: “atiradores não-identificados dispararam contra a comitiva do líder da oposição. Segundo os seus guarda-costas um motorista ficou gravemente ferido enquanto se supõe que 4 dos atacantes tenham também sido feridos. O próprio líder ficou ileso” e escrever o relato cheio de detalhes que o jornalista produziu. No primeiro caso estamos perante algo seco, sem grandes certezas e que indica a possibilidade de ainda poder vir a mudar assim que houver mais dados. No segundo caso fica clara a identidade das coisas: há o acontecimento em si e o relato objectivo desse acontecimento.

Incomodou-me também a tomada subtil de posição do jornalista. Essa tomada de posição acontece, primeiro, por via da adopção da perspectiva da suposta vítima no relato. Com efeito, o jornalista cita os depoimentos dos guarda-costas do líder como revelação da verdade e não tem a preocupação de enquadrar esses depoimentos com referências ao facto de não ter ainda falado com as autoridades para ouvir a sua versão das coisas, ao facto de esses guarda-costas poderem ter interesse em empolar a verdade, etc. O que eles lhe disseram é a verdade, ponto final. Mais subtil ainda, porém, é a forma como o lado heroico destes guarda-costas é enfatizado. Eles não só “responderam aos tiros” como também “entraram no mato em perseguição dos homens da UIR”. Não consegui conter um sorriso amarelo ao ler esta passagem. Vi um filme diante de mim de ladrão que caça polícia e a plateia explode entusiástica, tipo Robin Hood e o Xerife Sherman. Mesmo aceitando que o jornalista possa ter simpatias legítimas pela Renamo pergunto-me a mim próprio que tipo de jornalismo é este em que os agentes da ordem e da segurança – independentemente do que fizeram – são colocados numa narrativa como os maus da fita. Na verdade, foi esta a passagem que retirou para mim toda a credibilidade ao texto e ao jornalista. Fiquei com a forte impressão de estar a ler uma peça de propaganda.

Com estes reparos não quero sugerir a ideia de que esse tiroteio não tenha acontecido. O único para o qual estou a chamar atenção aqui é a qualidade da notícia e quão problemáticos são os nossos hábitos de leitura. Há, definitivamente, um problema sério aqui. E num momento em que o país atravessa um momento político muito mau é grave que não estejamos em condições de fazer melhor leitura.

Há, portanto, um certo sentido em que podemos dizer que estamos a mercê da mediocridade. Numa esfera pública mais crítica e menos crédula esta notícia não teria levantado tanta poeira. Só que a mediocridade em si não explica isto. O que explica isto melhor é, de novo, a incoerência. Fiquei estarrecido ao ler vários “posts” de gente insuspeita – bom, na verdade suspeita, já a tenho há muito tempo na mira – a recear que este incidente pudesse despoletar a tão esperada guerra. Trata-se de gente que, pelo que eu saiba, nunca escreveu um único “post” sequer a condenar a linguagem beligerante da Renamo, os insultos constantes às forças de defesa e segurança – recentemente, o representante da Renamo na Comissão Nacional de Eleições publicou no seu Facebook a foto dum blindado do exército com um soldado a encher o tanque de gasolina de forma artesanal e basicamente a rir-se da situação – a celebração pelo próprio líder da Renamo da morte real ou fictícia de soldados governamentais às mãos dos seus homens armados, etc. Mas assim que alguém lançou a suspeita de que um tiroteio real ou fictício supostamente iniciado por membros de agentes oficiais da ordem pudesse ter tido como objectivo “savimbizar” o líder foi suficiente para meio mundo se lançar em paroxismos de condenação da falta de seriedade do governo, tudo isto sob o pano de fundo dos pedidos insistentes (e humilhantes) do Presidente da República para se encontrar com o líder e a arrogante rejeição dos mesmos pelo último.

Mas como tudo o que está errado partilhamos com o resto do mundo tinha que aparecer a União Europeia e a Embaixada dos Estados Unidos a pedirem esclarecimento urgente da coisa como se o que a Renamo faz entre nós fosse feito nos seus próprios países eles aceitariam de ânimo leve. Pior ainda, como se eles fossem ficar contentes se ao invés de o governo de Moçambique condenar de forma severa a exigência de secessão – só para dar um exemplo – da Escócia por via armada se for necessário se pusesse a recomendar diálogo. O comunicado da União Europeia é, para mim, um nojo autêntico, uma grande hipocrisia e um factor que contribui para o clima de tensão que se vive no país. O povo moçambicano não merece ser informado com total clareza sobre o que aconteceu, como exige o comunicado da União Europeia. Ele merece uma explicação do sentido que os representantes dessa União dão ao Estado do direito ao ponto de se manterem mudos e aparentemente surdos quando uma força política impõe o princípio dos fins que justificam os meios. Reconheço que alguns deles tenham reticências em relação ao governo, mas o compromisso dessas nações não é com o governo. É com os moçambicanos e reforça-se esse compromisso elevando o estado de direito o máximo possível. Eu pelo menos estou muito desapontado com esse pessoal, embora já devesse saber. Não basta vir dum país democrático para ser democrata…

Por vezes chego a pensar que a guerra em Moçambique é algo que está a ser construído. Pela nossa mediocridade, credulidade e incoerência, mas também pela hipocrisia de quem se define por valores que não sustenta de forma coerente. Eis o texto original do jornalista da Lusa para quem não o tinha lido ainda:

“Comitiva de Dhlakama atacada no centro de Moçambique
Lusa12 de Setembro de 2015, às 19:22
Uma caravana de automóveis em que seguia o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, foi hoje atacada ao início da noite na província de Manica, centro de Moçambique, havendo cinco feridos, mas o líder da oposição saiu ileso. 
O ataque, testemunhado pela Lusa no local, foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida das forças de defesa e segurança de Moçambique, cerca das 19:00 (18:00 em Portugal), em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
Os militares da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) responderam aos tiros e entraram no mato em perseguição dos homens da UIR, enquanto o resto da comitiva, incluindo Dhlakama, permaneceu no local.
O carro do presidente da Renamo não foi atingido, mas o motorista de um dos veículos da caravana ficou ferido com gravidade.
Um militar da Renamo avançou à Lusa a existência de outros quatro feridos entre os homens da UIR.
AYAC/HB // VC
Lusa/Fim“






Comments

João Barros O pior Professor, com tanto jornalista presente, ainda não há imagens de feridos assim como não há referências de que tenham dado entrada num hospital ou centro de saúde

Cremildo Chitará Nem mais professor!!!

Martinho Adao Exactamente o mesmo que aconteceu com o Sr. Cistac e agora há pouco com Paulo Machava , talvez tenham sido extraterrestres ...não há certezas .

João Barros É verdade , todos conhecemos a vida dos finados, que só pode ser o regime que os liquidou!

Luis Muianga Dr João Barros, estamos na terra do nunca qualquer crápula quer esgrimir a sua ignorância em nome do jornalismo...em fim assim não vamos longe.



Lindo A. Mondlane eram da UIR, porque vestiam uniforme da UIR, cheguei a ler aqui.. ou seja primeiro pelos vistos ninguem viu nada, segundo se eu visto uniforme da UIR, sou automaticamente da UIR, o pais pode ter muita vontade de andar, mas com tantos que se empenham em que nao ande...é dificil..excelente texto professor

Nguila Nyangulane De que lado estara a verdade? Alguem mais, para alem da RM tera em maos o Comunicado de Imprensa emitido (?) pelas Forcas de Defesa e Seguranca no qual uma fonte (anonima) destas faz um duro ataque a Lusa, aos americanos e portugueses a respeito do ataque (?) de que foi alvo a comitiva de DHL?
Ha muito por dizer a respeito...

Dereck De Zeca Mulatinho Sinceramente, foi um dos melhores comunicados feitos pelas FDS desde que me conheço como gente.


Andre Uandela E a pergunta continua: afinal o que aconteceu ali, em Chibata, por volta das 19.00 horas do dia 12 de Setembro de 2015?


Egidio Vaz A UIR atacou a coluna de Afonso Dhlakama

Lindo A. Mondlane Ha provas prezado egidio? O facto de indicar nao implica

Andre Uandela Boa pergunta Lindo A. Mondlane. Eu não a fiz porque espero que o meu bom amigo Egidio Vaz faça um "post" de suporte à informação. Se não for esta noite, logo de manhã o teremos...

Egidio Vaz As provas nao sao transportaveis pelo telefone. As prvoas materiais existem incluindo testemunhas. Estas provas existem independentemente da vossa crença ou ideologia.

Lindo A. Mondlane Quando se pede provas de algo prezado egidio, nao é questao de ideologia nem afinidaded, é questao de sustentabilidade e credibilidade do assunto ou causa em questao...

Egidio Vaz Mas as provas existem e são rovas verificaveis, tantas vezes quanto quiser. As provas podem ser aferidas no local. Os interlocutores que presenciaram o sucedido estão vivos. Provas indirectas também estão disponiveis. Um mesmo policia deu em 24 horas três versoes do mesmo acontecimento, etc. Estas provas estão em Chimoio. Ora, acredito que haja pessoas que não querem acreditar a partida destas provas porque não lhes convém.

Lindo A. Mondlane Pois deveriam ser recolhidas, para que se acabem as suspeitas e contradicoes...os mesmos protagonistas se contradizem.. Entao resulta dificil creer... Eu esperarei por prudencia

Egidio Vaz Lindo A. Mondlane é aqui onde a ideologia entra em cena. Até agora os jornalistas que estiveram na comitiva não foram ouvidos. A polícia simplesmente os ignora. No local do sucedido restaram capsulas de balas e pelo menos uma ogiva de bazooka. A polícia no entanto diz que não viu nenhum vestigio. Um dos jornalistas recebera a chamada de um policia informando-o de um "acidente de viação" quando na verdade se tratava de ataque. O jornalista, que curiosamente estava na coluna informou o policia do que se tratava na pratica tendo depois mudado de discurso. Ou seja, há tanta coisa que a propria policia está a sonegar....Para depois lancarem esta de provas. Eu que já conheço o roteiro, nao me assusto.

Lindo A. Mondlane Posso estar de acordo contigo, em todo caso a nossa policia nao é FBI nem carabinieres, é a PRM com o q implica, nao se pode esperar proezas, mas tambem a escolta de DHL, nao é precisamente a de Vladmir putin, nem de Netanyahu, a mediocricidade é patente em ambos lados... Nunca fui militar, mas leio e muito sobre questoes militares.. Em todo caso continuo a pensar q se o governo tivesse querido acabar com o dhl, nao era com uma missao a todas luzes torpe, punha ai uma brigada, contra 40 homens por mais bem treinados estivessem, com a possibilidade nula de receber reforcos, ai nao sobrevivia ninguem, se foi a UIR. So pode ter sido aficionados ou com intencoes pouco claras....

Egidio Vaz Lindo A. Mondlane esta é conclusão política meu ilustre. Não existe tal coisa como "governo" que decide eliminar um ou outro cidadão. No mesmo governo existem tantos interesses, muitas vezes conflitantes e em concorrência que é dificil imaginar uma decisão unânime que emana de uma fonte. Segundo, julgo também a sua crença na infalibilidade dos homens exagerada. Há incompetentes em todo lado e há também falhas e erros tacticos. Estes são elementos que deve ter em conta.

Lindo A. Mondlane Prezado vaz, segundo o q tenho acompanhado aquilo foi torpeza total, por exemplo se diz q o veiculo de DHL, ia em cabeca no inicio, faz falta estudar numa academia militar para entender q isso a todas luzes é absurdo quando se escolta alguem? Sao esses os professionais q tem q proteger o lider da oposicao? Ademais sev acredita q eram da UIR, porq aparentemente tinham uniforme da UIR, quando recesseou o dhl, nao vimos membros da renamo com uniforme das FADM, isso nao é suficiente amigo... Isto pelos vistos acabara como uma lenda q nunca se sabera a verdade...

Egidio Vaz Assim, a decisão pode ter sido dos policias, do comandante (querendo mstrar serviço) ou de qualquer outro polícia, lucido ou embiagado, do superior provincial, nacional; de um politico, enfim, dos adversarios internos da propria Renamo, de uma traição, etc.
O que não vi - e é aqui onde a Policia poderia ter feito toda a diferença - foi o compromisso da PRM com a segurança e integridade publica. A PRM apressou-se em desmentir a ocorrencia do tal ataque e so depois é que fez-se ao local. No dia seguinte continuou a desmentir o sucedido e so hoje é que ao nivel nacional aceitam que irao investigar, depois de 4 dias. Este nao é procedimento normal. O que esperava era uma investigação que trouxesse resultados conclusivos, tal como mandam as regras de investigação policial. Os policias agiram politicamente. Descredibilizando as fontes primeiro.

Lindo A. Mondlane Aqui estamos totalmente de acordo egidio, ha muitos actores interessados em acabar com dhl, q pode ter sido qualquer deles..se fosse aqui onde vivo, onde a policia esclarece os crimes em pouco tempo saberiamos a verdade..

Egidio Vaz Lindo A. Mondlane exactamente. Se por um lado o conjunto de informantes es=xistem para passar a limpo a estoria, a policia por outro, nao está a fazer nada por enquanto. ela propria começa a mentir ao dizer que no local do sucedido nao eixstem ecidencias quando ficaram por la, um obuz de bazookca, capsulas de balas e eventualmente outros elementos relevantes para a pericia policial.

Eliha Bukeni A Lusa ate pode ser uma agencia reputada mas a pratica de a anos mostra que todos os orgaos de comunicacao portugueses tem graves preconceitos na reportagem de assuntos das suas ex-colonias africanas, sobretudo Mocambique e Angola, cujos governos sao dos partidos da independencia. Sobre a politica externa dos EUA nao e novidade que ha anos que os seus interesses geoestrategicos na Africa Austral sao inviabilizados devido ao predomino dos partidos independentistas (ANC, MPLA, FRELIMO, ZANU e Chama Cha Mapinduzi). A queda de um destes partidos e estrategica para os interesses dos EUA. Relativamente a UE o posionamento e incostante, pois nao ha coesao de interesses entre os paises membros, relativamente a mocambique e a regiao austral. Quanto a verdade sobre os acontecimentos, concordo com o Prof. Elisio, ela esta condicionada a verdade com que se simpatiza, por exemplo, quer tiver lido os factos descritos pelo Unay Cambula, ha de se dar conta dos preparativos do ataque e das baixas da UIR decorrentes da aludida perseguicao aos atacantes.

Andre Uandela Bom, só agora volto à rede. E muito já se disse, mas nada que me faça ter alguma conclusão do que aconteceu lá, naquela hora e dia. Mas isso não é mau. O mau é que há aqueles que pretendem passar a ideia de que sabem o que aconteceu sem que apresentem os dados e factos que consubstanciam a sua certeza. Assim foi com o jornalista da LUSA, e assim está sendo com aqueles que têm a certeza de que foi a UIR a perpetrar o ataque e os que dizem que foi um rebentamento de pneu que gerou pânico na comitiva que culminou com disparos e perseguições fantasmas...

Carlos Viegas Nunes Eu aconselho o DHL trocar de motorista e de seguranças! O professor como cientista social, tem a obrigação de saber que as grandes guerras começaram com ataques perpetrados pelos proprios seguranças e elementos da comitiva que puseram as culpas na oposição politica que nao tinha nada haver ! SE nao estudou isto é porque o curso passou por si e nao o contrario. Foi assim que Hitler ascendeu ao poder. Foi assim que os americanos justificaram o lançamento da bomba atomica , apos um ataque a pearl harbour que foi feito pelos proprios americanos ! Depois das armas quimicas que justificou o ataque ao Iraq, agora os terroristas da Syria e naosei que mais virá a seguir o professor ainda anda a filosofar sobre os jornalistas!!! Realmente nao é preciso ser cientista ( Não pretendo desvalorizar suas credenciais ) de coisa nenhuma para perceber o que se passou na caravana da Renamo ! A UniãoEuropeia é o principal financiador da Renamo e Portugal joga nos dois lados e tem interesses nos dois lados. Seja qual for o cenario ganha sempre !

Carlos Viegas Nunes Eu quero agradecer por ter posto a nu esta situação e não desvaloriza-lo . Apenas quis em poucas palavras por a nu esta intentona simulada conra DHL . Foi demasiadi evidente !

Carlos Viegas Nunes Moçambique só tem lugar junto dos BRICS e por isso que as multinacionais anglosaxonicas estao a vender tudo em moçambique a empresas indianas e chinesas.Vem ai um novo cenario mundial ! Moçambique em um mês perdeu 20% do valor de seu Pib com a desvalorização da moeda. A renamo representa os interesses anglosaxonicos. Portugal joga nos dois lados porque as principais empresas pertencem a angolanos e chineses e por isso seja qual for o cenario ganha sempre !

Américo Lopes Silica As publicações feitas pela media portuguesa faz ,sobre este cenário, deixam escapar indícios de conspiração. Turismo e Construção Civil não basta para eles. Eles querem também estar na vanguarda da exploração dos recursos mais valiosos.

Andre Uandela O que não é de todo mau. A forma como o fazem pode não ser a mais correcta, mas já vimos este filme muitas vezes. E não acho que devamos concentrar os nossos esforços nessa linha. A questão é: por que é que no nosso seio há cada vez mais gente vulnerável a ser usado para este tipo de estratégias?

Carlos Viegas Nunes Caro Andre, faz parte da ciencia politica , usar e manipular pessoas. Não percebo onde está a novidade? Aqueles que nao percebem sao silenciados , aqui e em qualquer parte do mundo !

Isaac Luciano Mário É assim, Elisio, nesse sítio que se diz ter havido emboscada.... talvéz só para quem não conhece Chimoio....... É impossivel fazer a tal embosca..... ai meu... porque já está-se na cidade. Esta tal mata que se diz lá não existe.... apenas a seguir umas plantações de laranjeiras híbritas. Sinceramente é só de lamentar como o nosso Jornalismo é tão "comprado" a custa de quê nem me pergunte. Obrigado amigo Elisio pelo seu comentàrio.

Alvaro Simao Cossa Excelente amigo Carlos Viegas Nunes, aquilo que podemos superficialmente chamar de mediocridade, pode ser um plano bem elaborado para criar descredito, para desinformar ao mundo que o governo esta' a atacar a opsicapo, e mais uma vez criarem desistabilizacao de maior escala. Geralmente as guerras comecam assim. Os provocadores do conflito, sempre poem-se como vitimas e logo, pedem ajuda a seus aliados. Estupendo amigo Elisio Macamo eu tambem desconfiei desta informacao como estava a ser transmitida, com uma "autenticidade" como se a Lusa estivesse no local ja a espera e que tivesse tido uma alerta anticipada, que naquele lugar aconteceria o ataque da UIR a Renamo. Todas as noticicias precipitadas e dadas de forma categorica devem suscitar duvidas. O pior e' que alguns "intelectuais mocambicanos" nao questionam as noticias, sao simples receptores e transmissores, como os bisbilhoteiros, aqui na Facebook em muitos murais vi, alguns ja a fazerem acusacoes directas ao governo, sem questionarem a veracidade da informacao. O pior e' que ha' quem acusou a uma pessoa directamente, a dizer que era a culpada dos constantes ataques naquela provincia. Uma postura bastantemente irresponsavel.

Carlos Viegas Nunes Amigo Alvaro Simao Cossa espero que a desorganização moçambicana continue nestas emboscadas para evitar derramar sangue desnecessariamente. E melhor sentar os provocadores da guerra: Europeus e Americanos e acordar com eles os varios interesses e evitar o disparate da guerra. Se forem para a guerra , os chineses , russos e os Sul AFricanos , resolvem o problema da Renamo em 5 minutos!

Carlos Viegas Nunes É preciso analisar que a Renamo nao tem qualquer apoiante regional de peso . O seu apoio vem de washington e Bruxelas. Eu acho que o Macaxa esta a ser iludido por determinados senhores. É melhor continuar pelo jogo democratico, mesmo que injusto, defendendo moçambique do que pelas armas porque assim perdem todos !

Lecuanhane Wa Mutxopi Carlos, porquê estariam, os EUA e a Europa interessados num conflicto armado em Moçambique?

Alvaro Simao Cossa POLITICA ADULTA. Lecuanhane Wa Mutxopimeu amigo e compatriota, o nosso amigo Carlos Viegas Nunes tem muita razao ao afirmar isso. Os EUA e alguns paises da Europa, infelizmente sao a razao do nosso conflito, e nao o peao enfadonho iletrado DHL, como muitos pensam. A razao e' a partilha dos recursos que o nosso pais tem em grande abundancia. O Gas, petroleo, tantalite, pedras preciosas, ilmenite (um oxido natural de ferro e titaneo) muito escasso no mundo, entre outros recursos. A concepcao de alguns ideologos ocidentais e' que os recursos dos paises ricos do terceiro mundo devem ser partilhados com os paises promotores do progresso tecnico-cientifico do mundo, como forma de reconpensar os gastos de energia mental e os investimentos para o seu logro e efectivacao. Esta e' uma concepcao sem uma formulacao compreencivel e moralmente convincente para o resto do mundo. Seus ideologos como Jhon Sidney McCain III utilizam seus multimilionarios fundos de finaciamento da "democracia" para incentivar guerras nos paises com recursos, para permitir neles, a chegada no poder de pessoas manipulaveis que aceitam "livremente" a partilha dos recursos de seus paises com essas potencias, exemplo de muitos paises latinos (decadas 50-80), Afeganestao, Iraque, Libia, Ucrania. Angola e Mocambique estao na mesma lista (so que Angola cedeu muito para ultrapassar esta contenda, dando vantagens a multicacionais americanas na exploracao e compra do crude), por isso o Savimbe foi morto, ja' nao era necessario para os aasassinos economicos como seu manequim. E' uma grande conspiracao mundial atraves de varios esquemas, de assassinos economicos de paises com recursos, estes assassinos economicos sao inteligentemente formados pelos servicos secretos, dirigidos pelos illuminatis, uma organizacao secreta, os verdadeiros donos deste mundo, para a criacao da Nova Ordem Mundial, estes Illuminatis que apesar de estarem na sombra dos politicos, sao os que realmente mandam na arena internacional, e decidem quem deve ascender ao poder nos EUA, Alemanha, e em outros pises de seus interesses cruciais.

Lecuanhane Wa Mutxopi Amigo Cossa , já vi vários documentários à respeito, os tais "Economic Hitman". Percebo o que diz, só acreditei que os EUA e Europa têm os seus interesses económicos assegurados aqui, tanto que empresas como ANARDAKO e ENI estão na "pole position" na exploração de hidrocarbonetos na baci a do Rovuma. 

Que saída teria Moçambique? Os regimes dos paises que mencionam acima foi derrubados por não ceder, que alternativas efectivas têm Moçambique?

Carlos Viegas Nunes Caro Alvaro, melhor explicado era impossivel . Só lhe faltou dizer ,quem promoveu os iluminatti e quem está sempre nos dois lados de qualquer conflicto interno ou externo à soberania de qualquer país !!!

André Mahanzule Muita medioctidade, vergonhoso, estamos lixados com estas coisas. Jesus!

Clayton Johnam Concordo planamente consigo Professor. Eu ainda considero que não tivemos até agora nada que se pareça com alguma informação acerca do que realmente se passou naquele dia.

Alvaro Simao Cossa Amigo Carlos Viegas Nunes, com muita certeza, este cenario esta' a desenrolar-se assim, precisamente para precionar ao governo, a partilhar os recursos do pais com as potencias. Cada fase de desenvolvimento historico tem a sua forma de saquear aos povos. Hoje e' a guerra a forma de pilhagem! Isto para muitos e' ainda uma ciencia dificil de entender.

Celsio Bila Bom dia, professor. O texto foi mais uma lição sociológica. A crítica e a sustentação remeteu-me logo para o campo da objectividade que apregoara Max Weber. Ainda revi alguns lições ligadas aos factores que influenciam a percepção, tais como a convicção que as pessoas têm, o ângulo de visão, a distância, a experiência pessoal, entre outras. Os estereótipos, etc. 
Faz tempo que não leio sobre essas matérias mas me lembrei disto e do meu tempo de escola. Professor, não estou aqui a refutar nada do que se disse no jornal. Apenas estou a realçar o rigor da academia. A luta para a eliminação da subjectividade nas ciências sociais.

Raul Junior A minha pergunta neste suposto barulho é a seguinte: será que as nossas forças não têm bazoukas ou morteiros b52 para atirarem para o alvo sem falhar? Como se explica que forças armadas orquestrem uma emboscada e sem elementos suficientes para o ataque? Que critérios foram usados para contabilizar as tais forças se era noite e tudo aconteceu numa mata(?). Se a europa desorganizar este estado de Mondlane que nos espere no seu território com vagas diferentes dos sírios, libios, iraquianos... moçambicanos carregam consigo seus mortos! No ocidente pelo que eu saiba não há espaço para negociações com terroristas senao balas, mas incentivam a nós a apoiarmos um terrorismo autêntico e, condenam quando ações concertadas do governo querem repor a ordem! Sobre Estados unidos e União europeia já se espera tudo. sabe se que não querem ver a FRELIMO, ANC, MPLA e Zanu-PF no poder. aliás Obama disse que a África austral se devia libertar dos partidos libertadores! Mas esquece que os democratas e republicanos estão no poder há séculos e, não conseguem resolver a questão do racismo na América. Por que não admitem outros partidos políticos? por que em nome da democracia de que tanto defendem nao entregam o poder aos moçambicanos para lhes governar? Agitaram a europa a invadir África e médio oriente sabendo que eles tinham o Atlântico que impedem imigrantes de la chegar, mas cuidado agora o cenário será loucura autêntica: havendo pressão dos africanos e árabes na europa, os europeus sairão em vagas jamais vistas para os estados Unidos! Haverá nova ordem mundial.

Lenon Arnaldo Alguns tomam como verdadeira a suposta intentona porque no local há obuz ou cápsulas de balas (a Renamo não tem essas armas);

Outros porque por causa do número de versões que a polícia deu p desmentir o sucedido(com que então a polícia devia se calar e qtas versões a Renamo e lusa já avancaram). Esse esforço para justificar este facto maquiavélico é de louvar , e como isso por si fosse bastante para sustentar algo se não vontade.

Estranha que a notícia tenha se espalhado em pouco tempo até jornal o globo , lusa p não variar e certamente, um jornal numa aldeia na Itália tenha publicado esta informação com certezas quanto a autoria mesmo sabendo que o mesmo aconteceu de noite e, sem dúvidas quanto aos verdadeiros "autores materiais ou morais". Já agora, segundo o mesmo comunicado da Lusa, dava conta de existência de homens feridos como sempre 1/2 da Renamo é 4 da UIR em que hospital deram entrada estes feridos.

Outro elemento estranho, se tomar o que foi dito no programa pontos de vista por Fernando Lima, no dia da suposta intentona o líder estava bem protegido ou melhor com segurança reforçada com dois seguranças as laterais traseiras e um à frente (ele no meio ). O que pode indiciar que este simulacro foi minuciosamente preparado, sem nos esquecer da dispensa da Proteção da PRM. 

Esta mais que claro este triste espectáculo era para justificar algo que infelizmente não conseguiram. 

Em relação aos parceiros de cooperação (Eua, UE encabeçada por Portugal e Itália ) já é tempo do nosso Estado dar um abanão os tipos , para além da intromissão permanente, agora, a pretexto fortificação da democracia doam valores a Renamo para ajudar na rebelião. Parceiros sim mais dentro das regras internacionalmente aceites

Julio Mutemba Nao restam duvidas que tal como no passado que a renamo foi usada pelos portugueses, Ian Smith e o regime do apartheid entre outros para destruir vidas e economia. Os mesmos patroes estao de volta procurando mercado para suas armas e formas de roubar de novo nossos recursos. Infelizmente nem todo mocambicano tem vista para ver!

Juma Aiuba Parabéns, dr. Elisio Macamo. Este problema deve ser visto de uma forma mais generalista ou global/mundial. Moçambique não está isolado do resto do mundo. O que sabemos sobre Boko-Haram, Al-Kaeda, Estado Islâmico, refugiados, Medio Oriente, ébola, HIV/SIDA e quejandos não de simples manipulações. Os meios de comunicação de massas fugiram há muito do seu papel clássico: informar. Isso não é apenas em Moçambique, é um problema global/mundial. Veja que foi a Lusa quem deu a informação(?!) em primeira mão e ela (a Lusa) é uma agência reputada e não deixa seus créditos em mãos alheias(?!), como bem disse. Por que é que a Lusa, sendo ela o que é, não primou pela investigação dos factos???

Uma cheirinho do que li e escrevi para a minha monografia de licenciatura em Jornalismo: 

Roberto Amaral, em Controle das Eleições e Informação – O Papel dos Meios de Comunicação de Massa (2000): “Esses meios – que tão relevantes serviços prestam à democracia – há muito abandonaram o clássico papel de intermediação social. São hoje actores. Não reportam, interferem no facto e passam a ser o facto; não narram, invadem o andamento do facto em narração; não informam, constroem a opinião; não noticiam, opinam. O facto, a realidade, o acontecimento, o evento, não é o facto acontecido, a ocorrência em si, mas o facto que logrou ser narrado e, principalmente, como foi narrado. Mais do que nunca a realidade não é facto, mas sua versão”. 

Hoje a vida política é influenciada por um conjunto de técnicas (a comunicação social e as sondagens), de actores (os jornalistas e os conselheiros de comunicação) e de práticas (o marketing político). A consequência dessa relação promíscua é inegavelmente a crise da política (Derville, 1997).

EU: Este fenómeno assume, no mundo contemporâneo e em Moçambique particularmente, contornos muito assustadores e perigosos por ser uma sociedade analfabeta e agrafa e sem cultura de leitura. Isto justifica-se pelo facto de os meios de comunicação social estarem entregues, nas palavras de Roberto Amaral e César Guimarães (1988), “a um sistema de oligopólio que transita para o monopólio, sob todos os aspectos: monopólio de propriedade, monopólio da audiência ou da circulação, monopólio da informação, monopólio dos conteúdos”. Sendo assim, a política passa a ser o simulacro da política e nutre-se uma democracia sem diálogo. A comunicação social pauta pela desinformação porque a liberdade de imprensa, no caso concreto de Moçambique, é um véu que disfarça a ausência de debates, o contraditório e o confronto de ideias. Pois, as notícias são representações da autoridade visto que, através delas, os jornalistas e as suas fontes têm o poder de decidir quem tem acesso e quem é excluído do espaço público.

Armistício Mulande Há muito que já se vem revelando a mediocridade do jornalismo e da leitura no nosso seio. Mas isto é muito mais complexo e intrigante do que realmente parece. É opinião quase unânime nos estudiosos da comunicação social que o que vemos todos os dias nas notícias são apenas meias verdades que são muitas vezes apresentadas como verdades absolutas. O Juma Aiuba esmiúça isso melhor no seu comentário. 
Por precaução, sempre tento cruzar as notícias que vejo todos os dias, quando há tempo para isso. Ao longo dos anos aprendi, pela forma mais dolorosa, que a maior parte do que entra na nossa casa como notícia não é mais do que um emaranhado de opiniões, conjecturas e propaganda da pior espécie.
Mas aqui entre nós a coisa é ainda muito mais complexa: há coisa de duas semanas houve uma discussão no mural da Zenaida Machado sobre como é que pode-se escrever uma notícia sem cair na tentação de fazer declarações de factos a algo que não o é. O que percebi é que não parece haver, no seio da classe jornalística, uma percepção exacta de como é que podemos dar uma notícia de forma mais isenta possível, sem colocar lá a opinião do jornalista ou um juízo de valor sobre os acontecimentos que se pretende transmitir.
E é por causa disso que passei a não ler mais alguns jornais como o Savana e o Domingo, a não ser que algo especial chame a minha atenção neles...

Elisio Macamo acho que o comentário do Juma Aiuba ajuda muito a contextualizar ainda melhor o que eu pretendia com este "post". esta citação é fenomenal e repito-a como apoio para esclarecer melhor ainda a minha intenção: "Roberto Amaral, em Controle das Eleições e Informação – O Papel dos Meios de Comunicação de Massa (2000): 'Esses meios – que tão relevantes serviços prestam à democracia – há muito abandonaram o clássico papel de intermediação social. São hoje actores. Não reportam, interferem no facto e passam a ser o facto; não narram, invadem o andamento do facto em narração; não informam, constroem a opinião; não noticiam, opinam. O facto, a realidade, o acontecimento, o evento, não é o facto acontecido, a ocorrência em si, mas o facto que logrou ser narrado e, principalmente, como foi narrado. Mais do que nunca a realidade não é facto, mas sua versão”. apesar de parecer estar a sugerir que o jornalista tenha mentido ou a duvidar que tenha havido tiroteio o objecto do meu texto não é esse. pela qualidade da notícia é difícil para mim decidir se houve ou não. não creio que o jornalista tenha queriodo mentir propositadamente. acho que foi, talvez, a necessidade de dar maior facticidade ao ocorrido que acabou produzindo inquietação em mim. quando muito, considero o jornalista politicamente ingênuo, pois ele devia saber que naquelas circunstâncias ia dar azo a todo o tipo de interpretações com carácter bastante explosivo. não é por isso que não devia noticiar, mas a responsabilidade é maior quando o país vive o momento que vive. responsabilizo ainda mais quem lê a notícia com pouco cuidado crítico. afinal, a qualidade da nossa imprensa reflecte também a qualidade dos leitores. pessoas usando a farda de forças oficiais (ou mesmo membros das forças oficiais) podem agir por conta própria e se nós não temos cuidado nas especulações que fazemos podemos acabar produzindo situações que pensamos que queremos evitar. é uma questão de responsabilidade. mas de raciocínio. por tudo quanto o presidente tem feito nos últimos tempos não vejo nenhuma razão para supor que ele aposte na liquidação do líder da oposição apesar da grande vontade deste último de ser mártir. um amigo próximo dos círculos governamentais segredava-me ainda há algumas semanas o receio que ele tem de que aconteça algo ao tipo que vai cair directamente sobre os ombros do governo. há muita mediocridade na nossa esfera pública, lamento ter de o dizer.

Juma Aiuba Isso tudo desemboca naquilo que que o dr. Elisio Macamo chamou uma vez de AGENDA. Mal me pergunte: O QUE É QUE OS JORNALISTAS ESTAVAM A FAZER NA CARAVANA? QUEM PAGA AS DESPESAS? Eu não sou nada a favor dessa coisa do jornalista viajar na comitiva seja do Presidente da Republica seja do líder da Renamo ou seja de quem quer que seja. Cria um ambiente de muita promiscuidade. Na verdade, no processo de produção das notícias deve-se ter em conta os constrangimentos ou limitações organizacionais impostos aos jornalistas ou repórteres, que determinam se um acontecimento deve ou não ser publicado. Aliás, como já vimos, jornalistas que do nada bazam para o Político. Arsenio Henriques depois de andar com Nyusi em toda a campanha eleitoral foi chamado a ocupar o cargo de Adido/Assessor de Imprensa da Presidencia... Fernando Bismarque foi ao Parlamento pelo MDM, José Belmiro e Salomão Moyana foiram a CNE cooptados por partidos políticos... EM QUE MOMENTO UM PARTIDO CONVERSA COM UM JORNALISTA PARA OCUPAR CERTOS CARGOS POLITICOS? Como sempre tenho dito, toda a luta é estomacal... intestinal.

Elisio Macamo uf, Juma Aiuba, mas entendo. é uma questão de brio profissional.

Carlos Viegas Nunes Sobre os recursos minerais, os chineses pela estrategia dos ultimos anos levam vantagem e Moçambique faz parte de um grupo de paises controlados pela Africa do sul que por sua vez se alinhou com os Russos e Chineses em detrimento do mundo anglosaxonico. Os USA e a EU estão a financiar a Renamo para destruir esses interesses ja instalados. A anadarko e a Eni vao vender as suas participaçoes aos chineses e Indianos se quiser reaver o dinheiro investido.

Buene Boaventura Paulo Um reparo caro Dr. Elísio Macamo. As FDS diferenciam - se pelo fardamento que enverga, quando em operações militares. Se o jornalista da Lusa viu atacantes com farda da UIR chegou rapidamente a conclusão de que está é a força atacante. Por ventura procurou-se saber junto do jornalista se viu ou não os atacantes, antes de partirmos para a sua ridicularizacao? Outro ângulo seria ter o pormenor da movimentação desta força por aquela zona, nas vésperas do evento, pois por iniciativa própria um grupo desta força poderia ter levado a cabo uma acção de género, enfim há muito por cruzar para se ter uma leitura correcta. Um testemunho vivo é sempre uma fonte a não monesprezar, pior ridicularizar.

Juma Aiuba Buene Boaventura Paulo, o problema que o dr. Elisio Macamolevanta é que ele não mencionou esse facto. Devia ter justificado no texto que os atacantes tinham fardamento X ou Y para legitimar o seu discurso.

Elisio Macamo há com cada comentários!

Xavier Jorge Uamba Meu ilustre Prf. Macamo, sou ainda muito novo para intervir nos seus post’s mas arrisco, me parece que estamos perante “teoria do agendamento” pressupõe que as notícias são como são porque os veículos de comunicação nos dizem em que pensar, como pensar e o que pensar sobre os fatos noticiados. Na maioria dos casos, estudos baseados nessa teoria referêm-se a confluência entre a agenda midiática e agenda pública. Entretanto, seus objetivos não são verificar mudanças de voto ou de atitude, mas sim a influência da mídia na opinião dos cidadãos sobre que assuntos devem ser prioritariamente abordados pelos políticos, a teoria do agendamento nos diz, que as notícias pautam nosso dia a dia, nossas conversas e isso acontece com o poder da mídia de selecionar o mais importante e nos fazer enchegar que aquilo é sim o mais importante. As vezes o poder convencimento da mídia parece manipulação, mas não é, a mídia simplesmente expõe as notícias que julgam importante e o público, tradicionalmente, acredita sem duvidar e repassa aquele assunto para frente, sem questionar.
Nao houve nenhuma embuscada, o jornalista foi infeliz pois o que aconteceu foi apenas uma explosão de um pneu de uma das viaturas, os homens da Renamo entraram em pânico e começaram a disparar de um lado para outro, nao faz sentido numa embuscada nao haver nenhum morto ou rastos , era suposto que o jornalista tivesse recolhido alguns depoimentos de alguns estudantes do Instituto Médio Agrário de Chimoio, localizado perto do local do incidente.

Elisio Macamo pode ser que essa teoria seja útil, Xavier Jorge Uamba, mas a minha questão é outra. faria o mesmo tipo de questionamento em relação à versão do pneu. não basta acreditar para ser verdade.

Gomes Foloma Professor Elisio Macamo, continue a nos iluminar, pois, penso que houve manipulacao no tal incidente, veja os pronunciamentos de ontem (5f) proferidas pelo porta voz da Renamo, o Bissopo. Estes (UE e EUA) justificam a intencao do banho de sangue que querem regar esta terra abundante em recursos ºa explorarem desanfreadamente. Que se redistribuam imigrantes Sirios, Libios e tantos outros que fogem das consequencias provocadas por vos? Pela distancia fisica, os mocambicanos nao terao meios para emigrarem-se a UE ou EUA. Basta esta palhacada

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