A polícia anunciou hoje a detenção de um homem na posse de 46 armas AK-47, no centro do país, que alegou pertencerem à Renamo, principal partido de oposição, e que pretendia vendê-las por cerca de cinco mil meticais cada.
"Segundo este (detido), as armas pertencem à Renamo e ele diz que pretendia vender a cinco mil meticais cada", afirmou o porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, citado pela Agência de Informação de Moçambique, (AIM), durante a conferência de imprensa semanal de balanço da actividade policial.
De acordo com Cossa, o homem foi detido na província de Sofala, centro de Moçambique, uma região com uma presença significativa de membros do braço armado da Renamo, por ter funcionado como abrigo das principais bases do movimento durante os 16 anos de guerra civil, que terminou em 1992.
Em declarações à Lusa na Beira, capital de Sofala, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, admitiu hoje ter autorizado uma emboscada às Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, em Tete, centro do país,PARA evitar uma nova movimentação das suas tropas, pedindo uma comissão de inquérito parlamentar.
Dhlakama disse que a emboscada ocorreu a 14 de Junho, a três quilómetros da base de Mucombeze (Moatize, Tete), que reagrupa o braço militar do partido, e avançou que dos confrontos resultaram 45 mortos do lado das forças de defesa e segurança e nenhum do seu, contrariando dados da polícia que referem apenas um morto e um ferido.
"Não posso esconder, dei ordens", declarou Afonso Dhlakama, acrescentando que a sua força se apercebeu da presença das tropas do Governo a quase cinco quilómetros da base.
O líder da Renamo disse que o braço militar do maior partido da oposição sofreu cinco ataques na semana passada, dois em Funhalouro (Inhambane) e em Guijá e Dindisa (Gaza), no sul do país, sem vítimas, e o quinto em Mucombeze, distrito de Moatize (Tete).
A polícia descreveu na semana passada que dois camiões transportando militares e um veículo Land Cruiser equipado com uma metralhadora foram atacados por homens armados, quando estavam envolvidos na operação de abastecimento das posições governamentais, com a morte de um agente e ferimentos noutro.
Na semana passada, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, chamou os jornalistas para denunciar um ataque a posições da Renamo em Tete, mas afinal, segundo Dhlakama, a ordem partiu dele.
O líder do maior partido de oposição voltou a avisar que a sua "paciência está a esgotar-se", devido ao que considera frequentes provocações e ataques militares, e acusou o Governo de manter o país “na incerteza".
Lusa – 23.06.2015
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