quinta-feira, 21 de maio de 2015

O barulho do Patrício Langa.



11 h · Editado · 

Na sequência da palestra proferida pelo Patricio Langa, meu colega na Faculdade de Educacao da UEM, levantou-se um barulho em torno de parte de suas afirmacoes que, falaciosamente, foram tidas como expressao do seu argumento Central. 

Declinei em entrar no debate sem antes ter balizas sobre o contexto e o texto em que a proposicao foi proferida.
Com os préstimos de Ariel Sonto e dp Alexandre Zerinho, hoje tive acesso ao texto do Patricio Langa. 
Como já havia me manifestado, o problema nao deveria ser o Patricio Langa, mas sim, um todo contexto e Políticas educacionais para o ensino superior.
Quero com isso dizer que boa parte das afirmacoes de Patricio Langa sao justas. Entretanto, apesar da justeza das afirmacoes, existem pontos problemáticos.
Primeiro, apesar de ter trazido dados que sustentem parte das afirmacoes, o discurso do Patricio Langa nao é emotivamente neutro: mistura a objectividade cientifica com a militância, terminando por fazer afirmacoes bombásticas.
Segundo, apesar dos dados que apresenta no seu texto, Patricio Langa nao se sitou dentro dos debates contemporaneos sobre a tendencia das Políticas do Ensino Superior no contexto neoliberal de modo que o público compreenda que a Universidade Publica sofre de uma crise Institucional: tem uma autonomia administrativa nos marcos de dependencia financeira do Estado, por um lado e, a perca de prioridade da educacao no contexto das Políticas Públicas sociais do Estado. A culpa, portanto, nao é inteiramente da Instituicao Universitária Pública.
É um funcao desse contexto em que a uma suposta crise fiscal por que passam os países em Desenvolvimento, é recomendado que, como política de financiamento se opte pela diversificacao das fontes, através da "comparticipacao" do estudante.
É no contexto da demissao do Estado e da mercadorizacao da educacao que Patricio Langa nao consegue explicar porque a pressao de que sofrem apenas a UEM e a UP. 
É a falta dessa lente teórica que Patricio Langa naturaliza o modelo de expansao do ensino superior em Moçambique celebrando a iniciativa privada. Nao. O modolo privado nao pode entrar na expansao do acesso ao ensino superior como atendimento ao direito humano à educacao.

Em relacao a UP. Argumento falacioso. Permitam-me que o reproduza o texto:

" So a UP tem 10 delegacoes dispersas pelo país praticamente uma por provincial. É portanto, um padrao de expansao fragmentário, bastante oneroso, uma vez que reproduz para cada delegacao uma estrutura administrativa e de Gestao para atender a reduzido número de estudantes por unidade"(p.11). 
Que a UP tenha delegacoes por todo o país, concordo. Ma's afirmar que o número de estudantes é reduzido e que a estrutura é onerosa para a tender a um número reduzido de estudantes, é um pouco falacioso. Talvez com esses argumentos Langa queira mostrar que a abertura de novos cursos por parte da UP o que, segundo ele, levou a uma multiversidade, teve em vista a atender a onerosidade da administracao. Falacioso. Quais as evidências numéricas dessa afirmacao?
Quero recordar ao Langa que a pos- laboralizacao do ensino superior público em Moçambique decorre dos mesmos factores. Nem a UEM escapa. 
O pecado da UP foi ter aberto cursos que supostamente estão fora do seu foco. Por acaso o Patricio Langa teria consultado a nova visao e missao da UP que orienta as suas actividades? 
Em fim, podemos questionar a qualidade da educacao, desde que nao nos situemos a nível da especulacao.
  • Egidio Vaz Ndaferatu (morri de vez). Professor Tony Ciprix, abriu o véu para o debate. Obrigado, volto
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  • Tony Ciprix Ilustre Egidio Vaz, o debate já foi por si aberto. Eu é que voltei após ler o texto do autor. Vamos continuar
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  • Antonio A. S. Kawaria Gostarei de ler o texto de Langa. Quando debate com Wache que não me permitiu a ver a questão apenas pela UP e assim indo para a UEM toquei a questão de confusão de economia de mercado e a fuga de responsabilidade do Estado na política de educação. Isso de as instituições superiores auto-financiarem-se é fuga de responsabilidade do Estado com todas as consequências na formação de quadros.
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  • Francisco Wache Wache veja professor, isso e o que esta escrito. eu tambem ja estou a ler, pela segunda vez o texto de Patrico Langa. a minha preocupacao e ainda perceber as motivacoes reais que o levaram a "defamar"a Universidade Pedagógica - UP. quero entender os dados que ele possui para falar de uma forma "barrata"sobre a UP. volto depois da terceira leitura
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  • Samuel Justino Ernesto Ya, o assunto e serio
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  • Meu Excelso amigo Tony Ciprix, entendo o seu ponto de vista e de alguns aspectos por si. Assim sendo por exclusão de partes falarei apenas do que discordo. Primeiro aspecto que acho um pouco complicado assumir é a perspectiva segundo a qual Patricio Langa não se afasta a militância e isso afeta a objetividade. Ora, nisto eu estou completamanete em desacordo porque a objetividade não esta causa devido a militância pois a emoção/paixão/qualquer outra coisa rondam em volta de qualquer tema que tenhamos de abordar razão pela qual hoje se questiona a ideia de neutralidade nas ciências sociais. o que se exige é que haja, independentemente dessa militância. E aqui pergunto foi ou não objetivamente coerente com seus pontos ou não o autor do texto? O segundo aspecto que tenho discordância é sobre a ausência do estado nas instituições publicas. Creio eu que o estado esta presente dentro daquilo que é sua estratégia de resolver um possível problema, o desemprego. Os ultimos governos se apercebendo do crescimento exponencial de alunos da 12 e sem destino, a solução imediata foi a expansão de universidades, não no sentido de ideia de universidade mas no sentido de ocupação profissional dessas pessoas, ou seja, o estado está presente politicamente. Podemos questionar se essa presença e medida do estado ajuda a resolver esse problema? Na verdade não cabe neste debate responder a isso, mas aparentemente adia por no mínimo 6 anos, desde a entrada ate conclusão de mestrados. O terceiro ponto no qual não concordo é sobre a adaptação das universidade publicas as exigências neoliberais etc. Ora, eu pouco sei sobre curriculos, mas creio que um dos nossos deficis provêm dofato de as nossas instituições de ensino superiorem estarem em constante mudança daquilo que é sua estratégia de existência. Normalmente estamos em mudanças curriculares, reformas etc. isso não ajuda em nada. Uma coisa é a introdução de novos cursos que dizem respeito as exigencias do mercadoe a outra é destruir e reconstruir permanentemente a base. por ora é tudo.
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  • Brazao Catopola, discordar é direito de todos nós. As tuas questoes sao pertinentes, resultantes da sua interpretacao do texto do Langa. Continuo a afirmar que o discurso nao é emotivamente neutro. Quando falo da demissao do Estado, refeiro-me à minimizacao do mesmo em matéria de financiamento da educacao superior, na lógica de busca de receitas próprias. É aqui onde entram os Cursos pós-laborais que nao podem ser confundidos com os nocturnos. Sao pós-laborais tambem em relacao ao labor da Universidade que é assumido pelo Estado. A Universidade tem de diversificar as fontes de financiamento e no lugar de cursos nocturnos- que sao um direito por lei e assegurados pelo Estado - introduziu o conceito de Pos-laboral. Por serem depois do labor da Universidade, a responsabilidade pelo financiamento é do Estado. Foi com base de boa parte deste dinheiro, por exemplo, que está-se a construir a nova Faculdade de Educacao da UEM e a UP está a financiar a construcao de vários campus- as ditas receitas próprias. Meu amigo, desde quando a abertura de um Mestrado numa Universidade Pública fica condicionada a apoios financeiros externos? Porque os estudantes, todos, do Mestrado tem de pagar pelos estudos? Onde está o Estado? 
    Quanto aos novos Cursos, temos de pegar nos Planos Estratégicos de cada Instituicao para entendermos o que está a acontecer.
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  • Ai, esta o que eu digo. o estado de fato entra. Para ele a ideia é primeiro ocupar as pessoas e no segundo caso, empurrar as pessoas a uma pseudo-competição, no sntido de que eleas se devem formar mais para melhorar as condições. Esta é o aspeto ideológico por trás dessa estratégia. Repare que tem pessoas a lutarem para uma pós na espatativa de auumentar mais salário e muitas vezes só a porta da saída da pos se apercebem que os mestrados não dão nada mais senão isenção e, por outra, há uma convicção de que é necesário formar-se mais não para obtenção de conhecimento, mas para estar em melhores condições nas disputas quer salarias, etc. Hora, o estado abriu-se a isso por abrirse abstendo de outras responsabilidades maiores, como criar condições de emprego etc. Melhor dizendo seria o estado esta sim presente no que tange a expansão, criar espetativas, mas nunca no que tange a sua responsabilidade como estado para com essas instituições e é nesta medida se respondem as tuas ultimas perguntas. primeiro argumento dirá não temos dinheiro para mais, os estudantes têm de pagar para sustentar o curso (repare que o estado deu), etc etc
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  • Tony Ciprix A Escola serve como uma regulacao social Brazao Catopola. Quem vende a ideologia de quanto maior for a eacolorazicao, mais sao as chances de se empregar é a burguesia capitalista. E o Estado ausente no financiamento agradece essa ideologia. A educacao nao é mercadoria, mas sim, um bem. Nisso estou de acordo com o Langa.
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  • Brazao Catopola mas é isso que eu estou reiterando, a escola aqui não esta para regular o social, neste caso esta para salvar o político, ou melhor esta para salvar uma das responsabilidade que o político devia em norma assumir
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  • Tony Ciprix Já que estás no Rio, leia "a produtividade da Escola improdutiva".
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  • Brazao Catopola rsrsrsrsrs, bem não se lêem os livros pelos titulos, mas este vou ler. sem mesmo saber o conteúdo posso arriscar assumir que a escola ou as IES em Moz passaram ou tendem a ser improdutivas.
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  • Brazao Catopola, estas livre de concordar ou ou ñ. Contudo a ausência do Estado nas IES vislumbra-se pela fraqueza em ponteciar as mesmas financeiramente e pelas inconcistencias das políticas educacionais. Ora vejamos: segundo Kosik, (1987) a análise das relações entre o processo de produção e as práticas educativas, desde a prespectiva clássica liberal ou neoliberal, é explicada pela concepção de que a sociedade é constituída por factores onde, em determinado período, um destes factores e o fundamental e determinante, como por ex: a economia, e em outros será a política, a religião. Nesta ordem, o trabalho e a educação são concebidos como factores e por via disso a educação tem como sujeito definidor as necessidades. Perante está conjuntura qual teria sido a posição da UP? Irmão houve muito desvio teórico por parte do PL pois ele discordou-se destas perspectivas todas.
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  • Samuel Chacate, vamos pôr um pequeno ponto de ordem. Para você fraco investimento e financiamento e políticas educacionais inconsistentes demonstram a ausência do estado. Repare que você admite de alguma forma que há um investimento que quase se parece inexistente, mas ele existe. No que tange a políticas educacionais inconsitentes, podemos também aceitar que elas existem (boas ou más não estão aqui a ser julgadas) mas o fato delas existirem. O meu ponto começa exatamente aqui, porque se financia ou investe pouco, porque sobrevivem as políticas educacionais inexistentes? Ora, é neste ponto que digo o estado esta presente mas não naquilo que é funadamento dos IES mas para resolver os problemas que os GOverno acha conveniente, por isso disse que a presença é política e não, se quisermos tecnica. Por isso anteriormente falei do desemprego etc etc etc
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  • Samuel Chacate Meu irmão as lacunas revelam ausência no olhos dos cientistas educacionais!
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  • Brazao Catopola talvez devamos começar a debater o que é presença e ausência e isso desfocava o tema proposto por dono do mural
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  • Tony Ciprix Brazao Catopola, estamos a discutir coisas diferentes. E pelo que parece vc está a focalizar na lógica negativa, num falso problema de linguagem. Eu coloquei o problema numa perspectiva de análise de políticas Públicas educacionais. E ainda trouxe a Escola de regulacao como outra perspectiva de análise da relacao Estado e Políticas Públicas Sociais
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  • Samuel Chacate O que percebo aqui meu caro Brazao é k estamos perante um problema de ñ entender que em si a Educação Superio é desafio que pricisa ser compreendido como um sistema em crise de varias ordens ñ so em moz. É um desafio p todos os países Sguissardi diria de hegemonia, de legitimidade e institucional neste último reside o fundamento piltico Estatal.queira perceber isso meu caro.
  • Tony Ciprix, eu entendo perfeitamente a sua perspetiva ou pelo menos presumo entender. o que eu fiz foi olhar o que voce considerou como pontos se quisermos fracos no artigo de Langa e dar outra possível interpretação ou pelo menos sobre os mesmo construir raison d´ etre. Nao, contudo, dizendo que Langa ou voce estavam certos ou errados. Mas tentanto dar a perceber que essa forma de estar do estado pode ser uma forma política de ser
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  • Tony Ciprix Ninguem está certo ou errado.
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    • Brazao Catopola Samuel Chacate, a crise ate pode existir e o estado "deve" ou tem responsabilidades sobre os IES. Ora, não basta dizermos que o estado tem essa responsabilidade, é imperioso que entendamos o que o estado compreende como ensino superior e qual é a sua responsabilidade. Não em termos do que é academicamente entendida clmo responsabilidade do estado, mas em termos de o próprio estado em si.
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    • Brazao Catopola So compreendendo a percepção do estado sobre as IES´s é possível debater se o estado cumpre ou não, o que modificar na sua intervenção dentro do que é universalmente concebido como papel do estado perante as IES´s.
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