Na sequência da palestra proferida pelo Patricio Langa, meu colega na Faculdade de Educacao da UEM, levantou-se um barulho em torno de parte de suas afirmacoes que, falaciosamente, foram tidas como expressao do seu argumento Central.
Declinei em entrar no debate sem antes ter balizas sobre o contexto e o texto em que a proposicao foi proferida.
Com os préstimos de Ariel Sonto e dp Alexandre Zerinho, hoje tive acesso ao texto do Patricio Langa.
Como já havia me manifestado, o problema nao deveria ser o Patricio Langa, mas sim, um todo contexto e Políticas educacionais para o ensino superior.
Quero com isso dizer que boa parte das afirmacoes de Patricio Langa sao justas. Entretanto, apesar da justeza das afirmacoes, existem pontos problemáticos.
Primeiro, apesar de ter trazido dados que sustentem parte das afirmacoes, o discurso do Patricio Langa nao é emotivamente neutro: mistura a objectividade cientifica com a militância, terminando por fazer afirmacoes bombásticas.
Segundo, apesar dos dados que apresenta no seu texto, Patricio Langa nao se sitou dentro dos debates contemporaneos sobre a tendencia das Políticas do Ensino Superior no contexto neoliberal de modo que o público compreenda que a Universidade Publica sofre de uma crise Institucional: tem uma autonomia administrativa nos marcos de dependencia financeira do Estado, por um lado e, a perca de prioridade da educacao no contexto das Políticas Públicas sociais do Estado. A culpa, portanto, nao é inteiramente da Instituicao Universitária Pública.
É um funcao desse contexto em que a uma suposta crise fiscal por que passam os países em Desenvolvimento, é recomendado que, como política de financiamento se opte pela diversificacao das fontes, através da "comparticipacao" do estudante.
É no contexto da demissao do Estado e da mercadorizacao da educacao que Patricio Langa nao consegue explicar porque a pressao de que sofrem apenas a UEM e a UP.
É a falta dessa lente teórica que Patricio Langa naturaliza o modelo de expansao do ensino superior em Moçambique celebrando a iniciativa privada. Nao. O modolo privado nao pode entrar na expansao do acesso ao ensino superior como atendimento ao direito humano à educacao.
Em relacao a UP. Argumento falacioso. Permitam-me que o reproduza o texto:
" So a UP tem 10 delegacoes dispersas pelo país praticamente uma por provincial. É portanto, um padrao de expansao fragmentário, bastante oneroso, uma vez que reproduz para cada delegacao uma estrutura administrativa e de Gestao para atender a reduzido número de estudantes por unidade"(p.11).
Que a UP tenha delegacoes por todo o país, concordo. Ma's afirmar que o número de estudantes é reduzido e que a estrutura é onerosa para a tender a um número reduzido de estudantes, é um pouco falacioso. Talvez com esses argumentos Langa queira mostrar que a abertura de novos cursos por parte da UP o que, segundo ele, levou a uma multiversidade, teve em vista a atender a onerosidade da administracao. Falacioso. Quais as evidências numéricas dessa afirmacao?
Quero recordar ao Langa que a pos- laboralizacao do ensino superior público em Moçambique decorre dos mesmos factores. Nem a UEM escapa.
O pecado da UP foi ter aberto cursos que supostamente estão fora do seu foco. Por acaso o Patricio Langa teria consultado a nova visao e missao da UP que orienta as suas actividades?
Em fim, podemos questionar a qualidade da educacao, desde que nao nos situemos a nível da especulacao.
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