sexta-feira, 29 de maio de 2015

Nova proposta de Dhlakama a PR moçambicano prevê autarquias provinciais em todo o país

28 de Maio de 2015, 21:00

Nampula, Moçambique, 28 mai (Lusa) - O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou hoje que o acordo que pretende alcançar com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, prevê o modelo de autarquias provinciais em todo o país e não apenas nas regiões onde reclama vitória eleitoral.
"Vou propor ao Nyusi e à Frelimo [Frente de libertação de Moçambique] que vamos legislar em 15 dias para que todas as províncias de moçambique recebam a categoria de autarquias", afirmou Dhlakama em conferência de imprensa na cidade de Nampula, na mesma semana em que anunciou um acordo em 45 dias com o Presidente moçambicano para ultrapassar a crise política entre Governo e Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), a ratificar posteriormente no parlamento.
Dhlakama alega que, após a rejeição do anteprojeto de lei das autarquias provinciais da Renamo pela maioria da Frelimo no parlamento, esta nova iniciativa pretende evitar acusações de que pretende dividir o país nas seis províncias do centro e norte de Moçambique onde o maior partido de oposição reclama vitória nas últimas eleições gerais e que pretende governar.
O dirigente político espera que as seis autarquias provinciais a liderar pela Renamo, com base nos resultados da última votação, entrem em vigor em julho ou agosto, enquanto as restantes devem esperar pelas próximas eleições, dentro de cinco anos.
"Todo o povo está à espera de um acordo e não quero esconder que vai haver um acordo", disse Dhlakama, reiterando que o entendimento será alcançado com o chefe de Estado e depois ratificado pelo parlamento.
O Presidente moçambicano disse hoje que não tenciona substituir instituições para chegar a um acordo com a Renamo, reagindo ao anúncio do líder do maior partido de oposição sobre um entendimento próximo com o chefe de Estado.
"Queremos deixar claro que continuaremos a defender os três poderes", afirmou Filipe Nyusi, citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique, numa conferência de imprensa em Abidjan, onde assiste à reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento, não confirmando qualquer acordo iminente com a Renamo, embora manifeste a sua disponibilidade para dialogar.
"Dizemos sempre que tudo o que tiver de ser feito para que se possa continuar em paz nós estamos mais do que disponíveis para caminhar nesta área", declarou o Presidente moçambicano, insistindo que não se afastará das balizas previstas na Constituição.
Na conferência de imprensa de hoje, Dhlakama disse que não gostaria de tomar o poder pela força, porque isso iria provocar caos e afastar o investimento, mas considerou que "a Frelimo nunca aceitou qualquer coisa para a Renamo na Assembleia da República sem que tenha havido violência ou disparos", dando o exemplo da lei eleitoral aprovada no ano passado ou do próprio multipartidarismo ao fim de 16 anos de guerra civil.
"Já não é tempo que a Frelimo aceite a vontade da maioria através da violência, queremos transmitir a imagem de um país com paz, com condições para investimentos e a criar perspetivas para os jovens", declarou o líder da Renamo, que não reconhece os resultados das últimas eleições gerais, alegando fraude.
Após dois encontros com entre Nyusi e Dhlakama, o maior partido de oposição submeteu o projeto de autarquias provinciais ao parlamento, mas foi rejeitado pela bancada da maioria, adensando o clima de crise política.
"Se Nyusi e a Frelimo querem sossego, se querem que a Renamo feche os olhos para poderem governar, terão de engolir alguns sapos também", afirmou hoje Dhlakama, anunciando que continuará a debater a sua proposta nas regiões centro e norte, onde se encontra desde o fim do ano passado, e que só terminará quando o acordo com o Presidente da República for alcançado.
"O meu carro é o meu gabinete", disse ainda o líder da Renamo, que declarou o objetivo de recrutar académicos e intelectuais para um projeto político que a Frelimo "não terá cara de recusar", alegando que todo o mundo civilizado tem modelos de descentralização.
AUYS/HB
Lusa/Fim

Comments

1
Mozambican said in reply to Joao machatine...
Senhor compatriota MACHATINE,

os seus anseios são os anseios da maioria, mas os camaradas no poder não pensam o mesmo, infelizmente. Eles utilizam a maioria para votar em BLOCO e por ditados clandestinos da sua elite na cúpula, e isso não difere daquilo que se chama DITADURA PARLAMENTAR, por isso você não pode confundir isso como uma DEMOCRACIA.
A despartização das Instituições do Estado é o exemplo mais fresco e simples de ver. Tem lógica mas o PACHECO em nome dos camaradas está dando volötas-e-voltas até hoje, porque os seus chefes nao querem, querem manter as células e chefes partidários em todos os postos públicos, porquê??

MOÇAMBICANOS estão habituados de serem tomados por EMBECILS, é por isso que não muda nada no país. O Governo está a funcionar com os mesmos criminosos, ladroes e gajos incapazes, mas como só o país é governado Ditadorialmente (o que Moçambicanos lhes pesa a aceitar), ninguem pode fazer nada.
-> O que é a Sociedade Civil pode fazer??
-> Com que fim o público pode discutir, onde e como?
-> Qual é a instância da spociedade civil que pode forçar o
governo a corrigir um erro? Como?
Você pode ir com provas evidentes na Procuradoria Geral da República, ou na Polícia ou no Tribunal, qual é a resposta que recebes? -> VAMOS AVERIGUAR OS FACTOS E ACABOU, SEMPRE!!
Muitas leis que se estao a discutir na Joaquim Chissano, como é o caso da Lei da PROBIÇÃO PÚBLICA, estao na ConstituiÇÃO, mas PACHECO em nome do Governo ignoram isso, quem vai queixar à quem e aonde?
Portanto Compatriota,
pode comentar bonito, mas isso aí é uma ditadura e nao democracia. Numa democracia, o Governo respeita as Leis e tem "MEDO" do seu patrao -> O POVO.
-> A FRELIMO tem medo do Povo?? É o contrário, quer admites ou NAO, é a verdade.

=> O DHLAKAMA já tentou todos os nomes possíveis: Autonomia, Autarquia, Governo de Gesatao etc, mas a FRELIMO nao quer e, quando eles nao quertem, AUTOMATICAMENTE O POVO NAO QUER, portanto eles sao o povo por força.
=> E sabe porque eles -como você sugeriu- querem uma discussao de 5 anos?
-> PORQUE ELES NAO SOFREM, VIVEM NO LUXO, PARA ELES
ISSO PODE DURAR 50 ANOS A SE DISCUTIR.
Portanto o teu anseio de PAZ, todos nós abraçamos, mas a tua insinuação (como tambem o NHUSSY) sobre o RESPEITO pelas Instituições e o problema DHLAKAMA, É INSULTO À PACIÊNCIA E INTELIGÊNCIA DOS MOÇAMBICANOS E:
==> PROPAGANDA ESTÚPIDA E ARROGÂNCIA!!
Desculpa ter que chamar isso sem diplomacia, felizmente eu nao sou diplomata, somente um como a maioria, que está cansada de ser enganada desavergonhosamente, quando a cúpula do Governo e suas famílias estao a saqueiar o país, e vêm a nos vender "Viva a Unidade Nacional / PAZ / RESPEITO À INSTITUIOÇÕES". O POVO é tao desrespeitado, que cada incapacitado político vai às reunioes dizer a População que vinho é venenoso, mas eles tomam o vinho em frente de nós e APLAUDIMOS.
Abraços de um Compatriota,
Mozambican
2
almeida.a@web.de said in reply to umBhalane...
Irmao Fungulanimaso!
amanha vao chorar esses comunistas criminosos , quem quer tudo perde tudo. ate´podiam aprender com os paises aFricanos do Norte, na verdade quem nao quer a Paz em Mocambique e´a Frelimo. Mocambicanos e Mocambicanas e´o tempo de a cordar, todos os dirigentes da Frelimo , vamos falar dos altos dirigentes . ja estao feitos. por roubar o dinheiro do povo e do estado.
3
umBhalane said...
FUNGULANI MASO
"Os críticos ilusionistas são adeptos da organização que está no poder e não querem que o poder mude."

"Um abraço à seriedade e ao patriotismo"
FUNGULANI MASO
BOA CONTINUAÇÃO.
LEMBREM BEM:
QUEM NÃO LUTA, PERDE SEMPRE.

Pergunta, questiona, duvida, analisa, vê mais melhor.
PENSA BEM, pensa junto comigo.
FUNGULANI MASO
É BOM ACORDAR DE VEZ.
FUNGULANI MASO.
A LUTA É CONTÍNUA
FUNGULANI MASO
FUNGULANI MASO
FUNGULANI MASO
4
Joao machatine said...
Esta evoluçço me parece ter uma boa doze de patriotismo. Estou em crer que esta linguagem vai ao encontro do espirito da Lei da Descentralização e Desacumulação. Como a democracia e de governação nãos ão modelos acabados e se conformam a realidade do estagio do desenvolvimento e evolução da cada sociedade, não há nada de mal em dabater o assunto. O ponto de partida legal e politico existe: A lei sobre o poder local no âmbito de descentralizaçâo, e o contexto politico actual onde a Renamo é um dos actores.
O debate todavia, deve envolver todas as forças vivas da sociedade. Não se pode restringir apenas à FRELIMO e RENAMO. Uma vez madura e o rumo claro sobre as matérias, o governo pode submeter a Assembleia da Republic para um debate já estruturado em direccao a ligislação. 
A proposta do líder da Renamo peca por querer que a AR simplemente carimbe oque for decidido fora do Parlamento. 
Se é que se pretende melhor o funcionamento e enraizamento da democracia, o cidadão Dlhakama e outros têm o direito de propor a agenda ao debate público e para o Parlamento. De resto o modelo actual da nossa democracia abre espaço para que gente sem compromisso real com os círculos eleitorais estejam no Parlamento onde não fazem nada e nem conhecem os problemas do circulo eleitoral. Se o cidadão Dlhakama está realmente comprometido com a democracia de páz e desenvolvimento, e toma o país como um todo, então as suas ideias não têm nada de mal. Oque não é do bom tom é condicionar tudo isto ao recurso a força. Condicionar estas ideias aos resultados eleitorais distorce o sentido da democracia. Manter um exército paralelo ao do estado só para forçar acordos extra-parlamentares é assassinar a democracia inclusiva e consciente. Pode até haver muitos que fingem simpatizar com a Renamo devido ao receio do retorno a violência - guerra.
Os membros e simpatizantes da Renamo não são inimigos nem da Frelimo nem do MDM ou qualquer outro partido, mas apenas adversários politicos que esgrimem ideias diferentes mas com o mesmo propósito - melhor gerir o pais rumo ao desenvolvimento e bem estar da população 
Temos que nos unir como um povo para sermos respitados. O grande capital dos paises das Escandinavia é o seu alto sentido de tolerância e acomodação mútua. São mais equitativamente ricos por causa deste capital. Os Moçambicanos são também conhecidos por acarinhar a UNIDADE NACIONAL e ser um povo acolhedor. Neste capital a Renamo conta. 
Levar os assuntos que a Renamo reclama para o parlamento de forma pacifica e sem rancor acrecenta a valor do nosso capital como nação. 
Espero que esta tendêcia actual de tomar o pais como uno e fazer uso das instituições existentes continue. Rancor, não! Os dividendos não vao tardar a se fazer sentir.

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