quinta-feira, 28 de maio de 2015

Caras do poder em Moçambique





Cada vez mais está a ficar claro para mim quem são os que detêm o poder real na Frelimo. Os que pensavam que Samora Moisés Machel (SMM), Joaquim Alberto Chissano (JAC) e Armando Emílio Guebuza(AEG) tinham poder na Frelimo viram-se confrontados com uma realidade diferente, quando estes camaradas foram "forçados" a deixar o poder partidário e do Estado. Isto, por si só, é uma indicação de que eles não detinham o poder que a maioria de nós julgava que eles tinham. O seu poder era simbólico, fictício, não real.

Quem, então, detém o poder real neste país (Moçambique)?

Nesta reflexão proponho uma resposta para esta pergunta (acima). Não pretendo com isto promover intrigas no seio da Frelimo. Longe disso. Aliás, eu nem se quer tenho propriedade para isso! Com esta reflexão estou, isso sim, apelando para que haja uma maior abertura no debate de ideias no seio da Frelimo, em particular, e na sociedade, em geral, de modo que se possa promover a homogeneização de opinião e viabilizar a coesão efectiva e eficaz no seio do partido ( = Frelimo) e de toda a sociedade moçambicana. Vejo a homogeneização de opinião como um factor-chave para a paz efectiva duradoira em qualquer sociedade.

Confesso que, no que exponho a seguir, eu gostaria de estar errado, pois o pensamento que tenho me causa certo nervosismo. É que, nos últimos tempos, tenho sonhado a ver o poder partidário real da Frelimo sendo detido por um grupo muito pequeno, constituído por pessoas que pensam política e conhecem a CIÊNCIA e a ARTE de organização da administração pública. No comando desse grupo, muito subtilmente, está um homem altamente «viciado» pela organização, aparentemente inofensivo. Proponho-me designar este grupo por "G4", pois à cabeça do mesmo estão quatro (4) militantes históricos da Frelimo. A especialidade deste grupo (G4) é o trabalho ideológico. Os componentes deste grupo são exímios pensadores e construtores de modelos de governação. Os restantes militantes da Frelimo (entre históricos e não-históricos) ficam divididos entre os que, em determinado momento, apoiam o G4 e os que a este (G4) se opõem.

Nos meus sonhos, vi o G4 levar SMM, JAC e AEG—um de cada vez—a acreditarem que detinham um poder que de facto nunca tiveram. Desde a morte trágica de Samora Machel, o G4 sobreviveu 28 anos ( = 18 anos da administração de JAC + 10 anos de administração de AEG) de isolamento e marginalização aparentes, em termos de sua participação directa na governação de Moçambique. Não obstante, a sua opinião sempre encontrou um caminho para influenciar os órgãos colegiais da Frelimo, os quais até recentemente eu supunha detêm do poder partidário, nomeadamente o Comité Central (CC) e a Comissão Política (CP)—esta última, em menor grau. No decurso deste período (28 anos), as tentativas de isolar o G4 goraram em fracasso e custaram a cadeira do poder ao JAC e ao AEG. E agora tudo indica que o Filipe Jacinto Nyusi (FJN) há-de ver caçada a oportunidade de concorrer para o segundo mandato.

Como é que o G4 actua?

Simples! O G4 explora as diferenças de pensamento no seio dos demais militantes da Frelimo, diferenças essas baseadas na região de origem e no grupo étnico a que se pertence. Com efeito e infelizmente, embora a Frelimo seja oficialmente pela meritocracia e contra todas as formas de discriminação, a prática mostra que este ideal não é perseguido com o devido rigor. Há, no seio da Frelimo, várias manifestações claras de descriminação entre os militantes deste partido, baseada na raça e na origem étnico-regional. A beligerância regional ocorre entre os militantes originários do Sul versus os originários do Centro e Norte de Moçambique. A beligerância étnica ocorre entre (i) os militantes das etnias do Sul (e.g. tsongas, chopes e bitongas) entre si e com os de outras regiões do país; (ii) os militantes das etnias do Centro de Moçambique (e.g. ndaus, senas, nyugwe e chuwabos) entre si e com os de outras regiões do país; e (iii) os militantes das etnias do Norte de Moçambique (e.g. macuas, makondes e nyanjas) entre si e com os de outras regiões do país. A beligerância racial ocorre entre os militantes negros versus os de outras raças (e.g. europeus, asiáticos, mestiços). Para ganhar o controlo ideológico do poder partidário, o G4 explora estas diferenças, e faz isto prestando "apoio organizacional para o acesso ao poder político" pelo grupo étnico-regional nativo ( = originário de Moçambique) que se sentir "injustiçado" pelos demais grupos.

Não haja equívoco. Diferenças de pensamento político-ideológico existem no seio da Frelimo, mormente entre os diferentes grupos étnico-regionais nativos. E não é difícil entender a génese destas diferenças. É que a Frelimo nasceu da fusão de três (3) movimentos nacionalistas, nomeadamente UDENAMO ( = União Democrática Nacional de Moçambique), MANU ( = Mozambique African National Union) e UNAMI ( = União Nacional Africana de Moçambique Independente), todos eles fundados numa base étnico-regional. A UDENAMO integrava maioritariamente nacionalistas do Sul e do Centro de Moçambique; MANU integrava nacionalistas do Norte de Moçambique; e UNAMI integrava nacionalistas oriundos maioritariamente da região Centro de Moçambique. A fusão destes movimentos para fundar a FRELIMO ( = Frente de Libertação de Moçambique)—que em 1977 se transformou no partido Frelimo—foi sugerida por Eduardo Chivambo Mondlane (ECM), apoiado por estudantes nacionalistas moçambicanos que na altura estudavam nas universidades portuguesas, a maioria dos quais era originária do Sul de Moçambique e alguns (muito poucos) do Centro ( = região entre os rios Save e Ligonha, vede sombreado no mapa) de Moçambique. Estes nacionalistas, ex-estudantes, que seguiram ECM para Dar-es-Salaam, Tanzânia, entre 1962 e 1963, idos da Europa e das Cidades Lourenço Marques (hoje Maputo) e da Beira, Sofala, são hoje homens e mulheres na terceira idade e sempre constituíram, em conjunto, o "cérebro" da Frelimo. Ao que parece, o G4 destacou-se deste grupo, por razões mistas entre diferenças ideológicas, raciais e étnico-regionais; a seguir ao que houve tentativas mal sucedidas para isolar os seus componentes, por serem considerados intelectualmente perigosos.

Intelectualmente perigosos?!

Sim! Há razões para os componentes do G4 serem considerados «intelectualmente perigosos». É que eles são considerados moçambicanos de outra origem, de outras raças, não negros. Dai que se desconfie que possam ter outras agendas, principalmente devido às suas ligações com muita gente vivendo na Europa, que abandonou Moçambique pouco antes ou pouco depois da proclamação da independência nacional, a 25 de Junho de 1975 (completam-se este anos 40 anos!), mas ainda com interesses neste país. Num discurso que ouvi durante um sonho dos meus sonhos, fiquei a saber que os componentes do G4 não têm alma moçambicana; que estão ainda aqui porque ainda conseguem construir relações com o poder político do dia ou com a sua oposição, tanto no seio da Frelimo quanto fora dela. Ou seja, o G4 é tido por ser "não-por-Moçambique", mas "sim-pelo-poder". A sua táctica de actuação—dito doutro modo o que já foi dito acima—envolve aliar-se com quem estiver a exercer o poder político legitimado. Se ocorrer que o detentor do poder legitimado não acomoda o pensamento dos componentes do G4, estes tornam-se rapidamente "aliados" clandestinos e/ou abertos de quem contesta o Presidente da República (PR) e da Frelimo (PF), quer por dentro quer por fora dos órgãos colegiais do partido ( = Frelimo) e do Estado. Na sua actuação, o G4 consegue sempre arrastar consigo um grupo significativo de militantes da Frelimo e, eventualmente, quase a totalidade dos membros do CC. O CC é o órgão mais numero e mais poderoso da Frelimo, depois do Congresso, sendo por isso de difícil controlo pelo PF, cujo poder está limitado ao exercício de um conjunto de competências delegadas pelo Congresso ou—no intervalos entre os Congressos—pelo próprio CC. Ou seja, o PF não tem poder real; não é um órgão da Frelimo. Em contraste, o PR é um órgão de soberania do Estado moçambicano. Porém, se o PR for igualmente o PF, então o poder do Estado é exercido pela Frelimo, através do CC e da CP, que PF não controla, mas o G4 controla ideologicamente!

No tempo de SMM, o G4 tinha um controlo descomunal do poder político em Moçambique. Fazia-se o que os seus componentes "aconselhavam", mesmo havendo quem contestasse, mormente entre os veteranos da luta de libertação nacional (VLLN) que estiveram no campo de batalha, fora do conforto dos escritórios em que se albergavam os componentes do G4. Esta situação criou um descontentamento no seio dos VLLN, maioritariamente da raça negra, que começaram a ver SMM a virar "marioneta" do G4. A morte de SMM, no acidente aéreo de Mbuzini, a 19 de Outubro de 1986, ocorre no meio desta confrontação silenciosa no seio da Frelimo. Inteligentemente, o G4 isolou o SMM dos seus "irmãos" negros, usando a velha táctica de «dividir para reinar». A integridade física de SMM—este SMM que já não confiava nos seus companheiros de trincheira e não tinha poucos inimigos—ficou exposta, o que facilitou a quem queria eliminar SMM de fazer isso. Nos meus sonhos, lembro-me de ouvir um dos componentes do G4 a dizer que «SMM foi vítima da sua própria teimosia». Quem diz isto sabe muito mais!

Após a morte de SMM, os VLLN, especialmente os da etnia makonde, apoiaram a ascensão de JAC ao poder. Porém, ocorreu que, uma vez no poleiro, JAC não só tratou de distanciar-se do G4, considerando-se ele próprio igualmente um ideólogo capaz, como também tentou distanciar-se dos VLLN que haviam apoiado a sua ascensão. No lugar de ancorar-se nos VLLN, seus ex-companheiros de trincheira durante a luta de libertação nacional, o JAC chamou para junto de si—quase que arbitrariamente—muita gente jovem. Este acto marcou o início da infiltração massiva da Frelimo por pessoas de todas as agendas possíveis, mas sem ideal político. Obviamente, os VLLN sentiram-se traídos por JAC e começaram a combatê-lo. Este combate foi o mais longo, tendo durado 18 anos. No decurso deste combate, houve até tentativas de golpe de Estado! Aparentemente isolado, o G4 volta a entrar em acção no decurso deste combate, apoiando ideologicamente os VLLN desavindos com o JAC.

Entre 1998 e 1999, quase 18 anos depois da sua ascensão ao poder, o JAC é literalmente forçado a deixar o poder. Presumivelmente, o AEG já tinha sido solicitado para se preparar para a suceder o JAC como PR e PF. É assim que o AEG chega ao poder, em 1999. Porém, acto contínuo, ocorre igualmente que o AEG isola o G4, também se considerando ele próprio um "ideólogo" político. No entanto, ao contrário de JAC, o AEG desenvolveu um conjunto de acções que pretensamente visavam a valorização e/ou o empoderamento dos VLLN. A isto ele (AEM) se dedicou com deliberado afinco nos primeiros anos da sua liderança, mas só durou o tempo que ele precisava para assegurar a preferência dos militantes da Frelimo para mais um mandato. Quando assim resultou, o AEG começou, também, a distanciar dos VLLN, mas não sem antes "revitalizar" a Frelimo e "alargar" a sua base de militância, da qual se serviu para reestruturar os órgãos do partido de modo a assegurar para si próprio um apoio sólido para tomar o controlo do poder partidário real. Esta acção também resultou na infiltração da Frelimo por pessoas de todas as agendas. Em consequência disso, não tardou que os VLLN começassem a contestar a liderança de AEM, que consideravam que também os tinha traído como fizera JAC.

De novo, o G4 (já de si anti-AEG) aproveita sabiamente o movimento de contestação da liderança de AEG, prestando apoio ideológico e organizacional aos VLLN com este (AEG) desavindos. Isto ocorre numa altura em que já era ardente o desejo de colocar no poder alguém que não fosse originário do Sul do (Rio) Save, preferencialmente do Norte do (Rio) Zambeze. Eduardo Joaquim Mulémbwè (EJM), Aires Bonifácio Ali (ABA), Luísa Dias Diago (LDD) eram os nomes mais falados no seio dos grupos étnicos oriundos do Norte de Zambeze. Aparentemente no comando, e presumivelmente sem se aperceber de que a sua base de apoio estava a ruir devido a acção do G4, o AEG ainda tentou baralhar o processo de escolha do seu sucessor pelos que a si se opunham, e forçou a entrada dos nomes de Alberto Clementina Vaquina (ACV) e de José Candugua Pacheco (JCP). Para lograr isto, o AEG contou com o apoio de alguns membros da CP que ele muito arduamente montou a seu favor, no decurso do X Congresso da Frelimo, realizado em Pemba, Cabo Delgado, em 2012. O grupo étnico makonde, que se considera o mais sacrificado durante a luta de libertação nacional, e menos representado na esfera governativa desde 1975, teve força misteriosa bastante para "vetar" qualquer apoio a qualquer dos nomes indicados acima, e o nome de Filipe Jacinto Nyusi (FJN) começa a ouvir-se falar como a alternativa preferencial deste grupo.

Toda esta luta interna no seio da Frelimo ocorre sob observação discreta do G4, que na altura certa compreende que o FJN é a figura que melhor consenso reúne entre os grupos beligerantes. Rapidamente, o G4 entra novamente em acção para assegurar a destituição do AEG e a sua substituição por FJN. É assim que o FJN consegue vencer a eleição partidária para candidato presidencial, pela Frelimo, para as eleições de Outubro de 2014, para o espanto de muitos. Portanto, longe de ser vitória do AEG, do JAC, da Graça Simbine Machel (GSM) ou do Alberto Joaquim Chipande (AJC) (representando o "conclave makonde", como diriaMarcelo Mosse), a vitória do FJN foi vitória do G4. Foi o G4 que organizou tudo na sombra, abrindo sulcos para que o AEG e o Governo da Frelimo, que ele (AEG) dirigia, fossem julgados e vilipendiados em praça pública, pela oposição e pela opinião pública, até ao ponto de precipitar a ideia de criação do famigerado grupo dos quarenta (G40), que o G4 considera que integrava "coitadinhos-sem-argumentos".

É preciso dizer que, tal como o G4, o G40 nunca existiu oficialmente. Ambos são grupos dissimulados. Não deliberadamente criados por ninguém, mas que se constituem com grupos devido a semelhanças das causas que os seus componentes defendem. O G40 pode ser entendido como um grupo de cidadãos que comenta(va)m os eventos políticos no nosso país, defendendo a posição oficial, a posição do Governo. Os órgãos comunicação social participados pelo Estado são(foram) o canal que o G40 usa(va) para passar as suas mensagens. Usando este canal preferencial, o G40 tentou, com algum sucesso, defender o regime da Frelimo "liderada" por AEG. Em contraste, até agora, o G4 usa preferencialmente os órgãos de comunicação social de capitais privados para passar as suas mensagens. Usando este canal privilegiado de comunicação, o G4 cavou os sulcos que foram usados pela oposição para dilacerar o AEM e o Governo por este dirigido. Os golpes foram eficientes e eficazes! AEG acabou por compreender que não era viável insistir em "livrar" a Frelimo da acção (a longo termo nociva!) do G4 e decidiu proceder como procedera o JAC: "disponibilizando" todos os cargos que ocupava para que o G4 viabilizasse a eleição do novo timoneiro, entretanto já «pronto», depois da sua preparação político-ideológica pelo próprio G4.

Nos meus sonhos, actualmente vejo o G4 a preparar a LDD para suceder ao FJN, em 2019. Ou seja, não se quer permitir que o FJN frua mais um mandato no cargo. Isto porque se considera que ele (FJN) não está a dar conta do recado devidamente, presumindo-se, para piorar, que o "conclave makonde", ao qual o FJN pertence, está com "tendências antidemocráticas", o que pode inviabilizar os planos de longo-termo do G4. Sim, os meus sonhos dizem-me que o G4 age de acordo com um plano meticulosamente desenhado, cujo objectivo último é negociar o controlo do Estado e do povo moçambicanos numa bolsa de valores no mercado financeiro internacional. Para este desígnio, nada melhor que ter uma economista facilmente controlável, por que "nossa mulher", "carismática", "experiente", no poder. A "mana" LDD tem o perfil adequado para a tarefa, restando apenas convencer o PF para iniciar o processo que vai culminar com a alteração da composição dos órgãos do poder partidário gerencial da Frelimo, nomeadamente o CC (e o seu Secretariado) e a CP. A minha burrice não permite conceber que alguém que tenha tido a causa da independência de Moçambique como «a causa mais importante» da sua vida tenha feito isso em vão, e ainda por cima sendo ele/a um «viciado em organização»!

Em síntese, a fórmula do controlo do poder pelo G4 é:

(i) Deixar que eles ('pretos') escolham qual, dentre eles, é que querem que os represente a todos (incluindo a nós);

(ii) Pegar na pessoa por eles escolhida e esculpi-la ideologicamente, para que possa ser distinta deles, mais próxima de nós, e melhor servir a nossa causa estratégica.

Caro compatriotas, somos todos moçambicanos. Não há entre nós os que são de primeira, segunda, terceira, quarta, etc. Não há entre nós os que são «coitadinhos». Pode ser que até que alguém tenha errado, mas ele(a) não fica um «coitadinho-sem-argumento» por causa desse erro. Somo apenas moçambicanos! O discurso com tónica étnico-tribal-racial-regional-religioso-ideológica não promove a homogeneização do ideal sobre quem somos e onde queremos ir como um povo. É por isso que estamos a ficar cada vez mais fácil e rapidamente a soldo como povo.

Para a nossa salvação colectiva, como povo constituído por vários povos, temos que tratar a nossa diversidade étnico-tribal-racial-regional-religioso-ideológica como a nossa maior riqueza colectiva. Temos que olhar para a nossa diversidade étnico-tribal-racial-regional-religioso-ideológica como factor de complementaridade e de união, e nunca como factor de divisão. Temos que interagir entre nós, uns com os outros, reciprocamente, como interagem entre si as nossas pernas, os nossos braços, os olhos, as nossas orelhas, as nossas narinas, os nossos maxilares, os nossos pulmões, os nossos rins, enfim, como interage tudo o que temos aos pares. Reparemos que os órgãos ou membros do nosso corpo que existem aos pares nunca brigam entre si; complementam-se. Nenhum de um par de um par de órgãos ou membros é igual a outro. A mão direita não é igual à mão esquerda; a perna direita não é igual à perna direita; o olho direito não igual ao olho esquerdo; e assim por diante. Se por causa das suas diferenças as nossas pernas brigassem, nós nunca poderíamos andar para lugar nenhum. Para andarmos normalmente, as nossas pernas coordenam o exercício da função de suportar o peso do nosso corpo. Nenhuma das nossas pernas é mais importante que a outra. Elas são igualmente úteis. Assim devemos ser nós também, como membros de uma sociedade. O debate de ideias deve servir para nos aproximar e não para nos afastar uns dos outros.

Enfim, aquele que é alguma coisa que outros não são, não deve olhar para isso como vantagem, mas sim como complemento do que ele/a não é e os outros são, de forma que possa ter disposição para partilhar o que é com os demais. O poder nunca deveria ser motivo de disputas, porque todos temos algum poder. Alguns muito mais do que os outros, mas todos temos algum poder. É por pensar assim que eu vejo a pobreza como nossa criação. Sim, a pobreza resulta do egoísmo do ser humano. Assim também são todos os outros males sociais que resultam da diferenciação que fazemos dos quem têm mais do que os outros. Na verdade, ter mais de algo na vida do que outros significa, ao mesmo tempo, ter menos de algo na mesma vida do que aqueles outros. A complementaridade e a partilha são fundamentais para a nossa sobrevivência colectiva. Por isso, advirto ao G4, que detém um poder ideológico incontestável na Frelimo e no Estado moçambicano, para não julgar que esse seu poder lhe dá vantagem sobre os demais que somos nós os outros. Que esse poder excepcional seu não seja usado para manipular os outros, mas sim para os complementar, de modo que não tenhamos «coitadinhos-sem-argumentos» entre nós. Se um grupo entre nós usar do seu poder excepcional para discriminar e subjugar os outros, acabaremos todos por sermos uns «coitadinhos-sem-argumentos». Melhor saída para viabilizar a «paz efectiva» e a verdadeira «coesão» no seio da Frelimo, e a verdadeira «unidade nacional», não existe, senão a nossa integração como um só povo, sem formas de discriminação que acarretem o potencial de gerar conflitos entre nós. Entre nós, os MAIS iluminados DEVEM iluminar os MENOS iluminados, tal como a Terra e a Lua se iluminam mutuamente pela luz do Sol que cada um reflecte para o lado do outro que estiver nas trevas.

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«A causa da independência foi, provavelmente, a causa mais importante da minha vida.»

José Óscar Monteiro

Faltou o Filipe Mabutana, o entrevistador, perguntar: "independência de quem?"





Asas Mártir Bem longo .... mas curto

Xandu Inguane ja os descobrimos

Buene Boaventura Paulo Em respeito aos teus sonhos vão os meus parabéns, mas há algo que me deixa assombrado. O tal G4 parece-me que aplicou uma terrível bofetada ao G40 ao dizer que são "coitadinhos-sem-argumentos". Porque tanta gritaria caro JJC? És um deles?

Julião João CumbaneEu não sou senão militante de coração da Frelimo, Buene Boaventura Paulo. E se tu vês «tanta gritaria» nexta reflexão, há-de ser porque queres ver isso. Isto não é conto dos meus sonhos aos gritos. Nunca será necessário! Eu vejo, penso sobre o que vejo e analiso o meu pensamento criticamente, apoiado pela minha intuição e pelas minhas convicções e alguma evidência disponível. Este é o meu critério de reflexão. O que tu pensas do que eu escrevo e partilho aqui, é a tua inteira responsabilidade.

Buene Boaventura PauloTudo bem. Deixa-me explicar melhor. O teu post tem um bom corpo. Introdução, desenvolvimento e conclusão. O enfoque é bom no inicio e no meio do post "Os que detém o poder real em Moçambique" mas o final fica mais enforcado nas tais declarações de coitadinhos-sem-argumentos, fazendo crer e bem, que os iluminados devem ser as nossas referências. MAS o G40 sumariamente não traz boas referências, porque a intelectualidade não se deixa capturar e todos os membros de G40 nada mais fizeram senão servir interesses de um punhado, pondo em causa o seu intelecto e saber. Nos temos políticos (intelectuais ou não) e estes têm que aparecer a defender as suas ideias nos jornais e televisão, mas empurrar a academia para aquilo que deu-nos ver foi de tudo ruim. O G40 desprestigiou a academia e daí que insisto "és um deles? Espero que não porque o teu pensamento é livre, pelo menos nos teus posts no Facebook"

Jorge Ferreira Já agora,JJC,por curiosidade.Quais são as suas convicções políticas e sociais?Só para apalpar...

Jeronomo Gungulo Dei um passeio pelo texto... até + logo

Paul Fauvet Teoria de conspiracao absurda.

Julião João Cumbane Não basta esta tua opinião, Paul Fauvet! Podes dizer para mim por que achas esta "teoria" absurda?

Jorge Ferreira De quem?sr P.Fauvet.ab

Paul Fauvet A ideia que, milagrosamente, quatro pessoas, que nao sao membros nem do governo, nem da comissao Politica da Frelimo, nem da Assembleia da Republica - a ideia que essas quatro pessoas controlam a Frelimo durante decadas - isso, sim, e' uma teoria de conspiracao. E suponho que foi inventada na imaginacao fertil de JJC.

Jorge Ferreira Ok.Já percebi.

Clayton Johnam Caro Julião João Cumbane, esta tua reflexão é perigosa, prenhe de preconceitos e bastante equivocada. Com mais tempo vou_me explicar.Agora estou ocupado.

Julião João CumbaneClayton Johnam, não pensei na raça, quando pensei escrever. Ocorre que à cabeça do "meu" G4 estão pessoas de raça diferente da minha. Mas o corpo do G4 consiste de membros que são da mesma cor de pele que a minha. Pura coincidência a cabeça do G4 comportar caras de raça diferente da minha. Asseguro-te que não preconceito nenhum tampouco um equívoco nesta reflexão. Só demorou porque eu sabia como começar. Tive que começar mesmo de qualquer maneira. Quiçá haja aqui um erro de princípio, mas não equívoco nem preconceito! Se é uma reflexão perigosa? Até pode ser que sim! Eu até consigo cheirar algum perigo no que escrevi! Mas os perigos fazem parte das nossas vidas. Vale a pena morrer por expressar, do que morrer de medo de expressar, um pensamento!

Manuel Domingos J. Cossa Pelo que percebi do "sonho" do JJC, se Samora fosse vivo seria Presidente até hoje. Ou seja, sem o talG4 não haveria rotavidade na governação ou presidência do partido dele.

Chande Puna Vejam que a diferença só reside na cor da pele. Há complexos e complexos.....

Cachamba Amaral Muita fruta para reflexao

Elisio Macamocaro Julião João Cumbane, tenho enormes dificuldades em perceber o teu argumento. na melhor das hipóteses estás a sugerir que quatro pessoas têm capacidade para urdir um plano de longo prazo para a dominação da política no país. na pior, estás a dizer que preto funciona apenas como marioneta de branco (ou menos preto). não vejo a utilidade deste tipo de abordagem, tanto mais que ignora tanto aspectos substanciais como as convicções políticas dos actores, as necessárias alianças que se formam ao longo do tempo, etc. estou estupefacto.

Nelson MatsinheSugiro que não se ignore de todo a reflexão, ela fere por trazer a nu o velho problema da descriminação, no entanto encontramos nas entrelinhas muita verdade verdadeira. Aqueles que encontram a lógica em toda a acção dentro do partido podem e com segurança achar o texto absurdo. Eu percebo quase nada, não percebo quem vem, quem sai, quando mudamos, etc. Aliás, se colocarmos o partido no meio, e por baixo o povo e mais acima o tal poder aqui discutido perguntaria, de qual fonte o partido guia a sua acção, de baixo ou de cima?

Homer Wolf Eu gostei desta "analise", especialmente por ter vindo de quem vem (bom dia, camarada)... 
Estou 'a espera das reacoes (principalmente de membros do G40). Alguem vai levar tatau aqui... E e' bom, para aprender como outros se sentem quando dizem o pensam sobre o imaculado vermelhao, e levam bofetadas do G40, sem perceber porque'... eh eh eh

Homer Wolf E la' bem no "fundo do tunel", ou muito me engano, ou avisto um pequeno rei zulu...

Vassili Vassiliev Um Kathla Zulu...

Julião João CumbanePor agora vou comentar o comentário do Elisio Macamo, nos seguintes termos: (i) pode até ser que alguém não veja utilidade na minha abordagem, mas isso não significa, necessariamente, que esta reflexão seja absolutamente inútil e sem sentido (...) (Investi muito tempo a estudar o fenómeno G4, antes de alguém pensar no G40!); (ii) para mudar o curso da história da humanidade, basta uma só mente ousada (quatro até podem ser menos capazes do que uma só); (iii) infelizmente, os negros não sabem fazer alianças e respeitá-las (se é um problema cultural ou não, ainda não sei, mas é preocupante!); (iv) o G4 até pode não existir como tal, mas o efeito da sua acção faz-se sentir como descrevi nesta reflexão, pelo menos quanto a mim; e (v) não estou a conspirar contra ninguém, estou a partilhar um pensamento, que até me irrita. (Quem acha que estou errado, então traga argumentos sólidos para derrubar a minha teoria!)

Elisio Macamo que argumento achas que podia derrubar o teu? alguma ideia? o que precisamos de provar para contrariar o teu argumento?

Elisio Macamoquanto mais penso neste texto e na resposta que me deste ontem, mais me parece infeliz como contribuição ao debate de ideias. como podes exigir que quem acha que estás errado deva trazer argumentos sólidos para derrubar a tua teoria quando tu próprio dizes que as conclusões a que chegaste te irritam? não devias ser tu a procurar por esses argumentos para finalizares a conclusão? ademais, o facto de eu não ver utilidade na abordagem não significa que eu esteja a dizer que ela não tenha nem utilidade, nem sentido. eu simplesmente não a vejo. presumivelmente, o facto de eu não concordar com o que escreveste aqui deve ser prova da incapacidade dos negros de fazerem alianças e respeitá-las. assim não, sinceramente.

Julião João Cumbane Não vejo nem sinto nehuma ironia neste teu comentário, Elisio! Agora, para contrariar o meu "argumento" é simples: é preciso ter a CERTEZA do motivo e na razão que me levou a escrever e a publicar este texto aqui! Acho que não estás a pensar que estou a padecer de alguma enfermidade intelectual, como assim pensam alguns dos meus "amigos", incluindo alguns componentes do G4!

Elisio Macamonão, não há ironia. o texto simplesmente me incomoda. uma das coisas mais belas que a independência nos trouxe foi um sentido de nacionalidade para além da raça e da etnia. incomoda-me este recurso constante, na nossa esfera pública, a estas categoriasredutoras. eu acho que como académicos temos uma responsabilidade particular em promover discussões sãs. não concordo com várias coisas defendidas pelas pessoas que criticas, mas são parte integrante da nossa sociedade e são uma referência importante para o que nós somos hoje. a pergunta que colocas no fim do texto é de mau gosto. agora, se dizes que para contrariar o teu argumento tenho que ter a certeza do motivo e da razão que te levou a escreveres o texto estás a dizer que não posso, pois não conheço esses motivos, não os indicaste (e mesmo se os tivesses indicado não teria a certeza...). por último, não faz parte da minha cultura de debate pensar que as pessoas padeçam de enfermidade intelectual. por muito que não concorda contigo o meu interesse limita-se aos teus argumentos, não a tua pessoa. repito: este texto é muito infeliz. e isso é uma pena.
Gosto · 2 · 13 h

Julião João Cumbane Respeito superiormente a tua opinião Elisio! Não estou à busca de apoios, pois, como já disse, este meu pensamento até a mim próprio incomoda. Eu também, como tu,Elisio, quero um Moçambique para todos; um Moçambique onde as pessoas se respeitam por serem cada uma o que é. Concordo contigo, aquela pergunta no fim é de mau gosto. Eu também sinto isso. Mas é uma pergunta que DEVE ser feita!

Elisio Macamoa questão não é se uma pergunta deve ser feita ou não. a questão é sempre o contexto em que uma pergunta é feita. se te incomoda parece-me mais responsável colocá-la depois de teres esclarecido para ti próprio o que te incomoda. não me parece elegante dizer que és por um moçambique onde as pessoas se respeitam, mas publicas um texto assim em que fazes acusações sem fundamento (porque sonhaste como dizes) e nos comentários condenas certos moçambicanos ao vilipêndio só porque pertencem a uma estirpe com a qual não concordas. eu insisto que há uma certa responsabilidade que pesa sobre nós os académicos na apresentação de temas para discussão. podes não concordar comigo, mas espero que reflictas seriamente sobre o mal que este tipo de reflexão faz ao debate público de ideias. abraços.


Joao Teodosio Tique Entraste no mato amigo. que absurdo!!! Confundes alguma coerencia intelectual com poder real.

Joao Teodosio Tique La no fundo exprimes sempre a convicção ... de superioridades incontornaveis, motivação para um notavel odio existencial! Continue a refletir. Por vezes chegas lá.

Vassili Vassiliev Quem tem ideologia, tem tudo. Mas quem nos garante que em 2019 os G-4 ainda estejam vivos? Uma coisa e certa, ainda nao ha guerra em Mocambique porque um dos G-4 esta a negociar uma saida para o impasse das regioes autonomas com um "mastermind" da RENAMO que vive no pais ao lado. Se isso nao e poder, entao o que sera?

Homer Wolf Essa interessa... Da' para colocar guizos os gatos?

Angela Maria Serras Pires Esta teoria demonstra a incapacidade sentida pelos frelos que sentem ter sido um partido falhado devido à má governação e agora atiram pedras para todo o lado

Milton Chembeze Meu "amigo" Julião João, as autarquias provinciais foram chumbadas na casa do povo, mas alguem "estranho" ao governo está a negociar uma "saída" ao chumbo.
O que dizem aqueles que pensam que andas "louco"?

Raul JuniorNossa! Li um dos textos mais longos no face! Parecia me estar a reiniciar a leitura da obra extensa do coronel Sérgio Vieira. Eu acrescento que este pequeno grupo vem funcionando desde os tempos de Mondlane, sempre montavam discursos... o seu apogeu aconteceu no reinado de Samora Machel... Mano Guebas vingou se bem desse grupo. Só que o grupo ficou na defensiva quando menos se esperava conseguiu derrubar Mano Guebuza. No reinado de Mano chissa, o grupo ficou meio actuante devido a distribuição dos valores do tesouro para o surgimento da burguesia local. o mesmo fundo que comprou a calma do Mano Dlaka. Neste reinado, o grupo pode estar a procura de vias para derrubar o tecnocrata Nyusi!

Raul JuniorMas devo confensar que não sei se as caras são as mesmas! Tive sempre sensação de que alguém sempre mandou nos nossos presidentes! Não imagino como teria sido possível Samora pessoa muito humana ter desenvolvido sentimento de ódio para com outros pretos alguns até da sua tribo! Foi manipulado! A morte de Urias Simango é exemplo dessa manipulação. creio que Machel não desejava eliminar aqueles presos politicos de peso, mas sim preserva los como joias que seriam exibidos ao longo dos anos e depois perdoados pelo povo! Amigos, sou frelimista de sangue e mente! Moçambicanos devem se amar independentemente da filiação partidária! Não deve haver um grupo de moçambicanos com privilégios de ameaçar os outros(in disc. de Nyusi). Todos almejamos a paz (idem).

Homer Wolf So' para entender, pretende entao dizer que Samora era uma simples marionete? Os tais "mandantes" manipulavam-nos assim a seu bel-prazer?

Elisio Macamo o que há de humano em exibir seres humanos como joias?
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Raul Juniorprofessor Elísio, embora exibir um ser humano como joia nao seja humano, mas matar ou queimar a pessoa é mais desumano. Dlakama é joia da Frelimo e penso que deve até ter orgulho disso. Já foi exibido em várias praças como sanguinário. Já foi recebidoem varios países como líder mais sanguinário de África. Ele com estomago que tem continua vivendo. Faz a sua política. Os outros eliminados, creio por este grupinho, estariam sim vilipendiados mas com vida.
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Elisio Macamo por favor, não seja ridículo.
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Raul Junior às ordens!

Elisio Macamo sabe, não há mal nenhum em não gostar de alguém. mas a pior coisa que pode acontecer no debate de ideias é banalizar o mal através da constante ridicularização de outros seres humanos. dhlakama pode ele próprio não ser o exemplo do respeito do outro, mas a nossa indignação só é moralmente forte se formos mais morais do que quem criticamos.
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Raul Junior a comunicação é a interpretação! independentemente da qualidade dos debates e dos posicionamentos, qualquer pessoa é livre de pensar como pensa. Dlakama é alvo das críticas como actor político!
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Elisio Macamo mas não deixa de ser um ser humano merecedor de respeito de quem também gostaria de ser respeitado como ser humano.
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Julião João CumbaneNão sei quem está a ser ridículo nesta conversa a dois aqui, Elisio. Os seres humanos vezes sem conta usam outros seres humanos ora como "escudos" ora como "jóias". Pensa nos raptos para resgaste,Elisio, por exemplo! O que são as "presas" para os raptores e para os resgatadores? (...) Agora, que o Afonso Dhlakama é sanguinário, isso até se lê no seu discurso do quotidiano. Que respeito se deve a um ser humano da sua estirpe?

Elisio Macamoridículo é trazer dhlakama para uma discussão que nada tem a ver com ele e ainda dizer que foi recebido em países e exibido em praça como sanguinário. ridículo é sugerir que o facto de existirem seres humanos que usam outros como escudos ou joias justifique a prática. o respeito que se deve a um ser humano de qualquer estirpe é o respeito que cada um de nós acha que é devido a si próprio. só isso nos torna diferentes dessa tal estirpe.
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Raul JuniorBolas baixas! Voltemos ao texto inicial! Pensei que houvesse possibilidade de intertextualidade. Esquecemo nos de que há um camarada que ficou ministro sem pasta no tempo de Samora e que a meu ver foi vitima de um grupo ideológico que sempre inferniza a vida dos outros! Respeito as opiniões e, sobretudo concordar que Dlakama nem faz parte deste debate. Judas escariotes sempre foi visto como traidor apesar de ter ajudado a tornar Jesus o homem mais famoso da história da humanidade. sem ele a crucificação pelo menos naquela semana nao teria acontecido! Hum estou a ser mais ridículo hoje!
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Julião João CumbaneConcordo com ambos vós, Elisio Macamo e Raul Junior! Vejo muito mérito em tudo o que cada um de vós está dizendo nesta conversa, agora a três. Devo dizer aqui, por ser agora oportuno, que o Afonso Marceta Dhlakama faz parte do assunto desta reflexão, por ser um dos instrumentos usados pelo G4 na prossecução dos seus desígnios. Como ocorre com G40 não é um grupo só de quarenta (40), o G4 não é um grupo de só quatro (4). Os quatro fazem a cabeça, mas há muitos outros tantos, a maioria dos quais de «gema». Por assim ser, quem vê racismo nesta reflexão está completamente equivocado!
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Elisio Macamo não sei como podes concordar com ambos quando não estamos de acordo, Julião João Cumbane. eu não concordo com a banalização do mal que os comentários do Raul Juniorsugerem; não tenho a impressão de que exista algum grupo que sempre infernizou seja quem fosse. rejeitar a raça como categoria analítica pertinente não é ver racismo na reflexão. acusações de racismo não fazem parte do meu vocabulário analítico.
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Raul Junior'e pura impressão. Eu não assumi o que disse como verdade objectiva e absoluta! Insisto na minha impressão de que haja ou sempre houve quem ou tentasse manipular ideologicamente os presidentes. Mas os presidentes sendo seres humanos com o tempo passam a se livrar ou distanciar-se desse grupo e, tem consequências... Acho que a concordância a que se refere JJC diz respeito a discordância que temos sobre o mesmo ponto. O Professor Elísio não tem a impressão que tenho, mas discordando 'e falar do mesmo assunto. Nipotile!
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Julião João CumbaneObrigado Raul Junior! Eu percebi que vós dois não estais de acordo,Elisio Macamo. E julgo que compreendo porque não estais de acordo e CONCORDO que discordem. Elisio, tu não tens a impressão de que os nossos dirigentes políticos tenham sido sempre manipulados ideologicamente. Mas a falta dessa impressão em ti não consubstamcia a ausência de uma manipulação efectiva e eficaz dos nossos dirigentes políticos em Moçambique. Pensando bem, Elisio, a guerra dos 16 anos que tivemos em Moçambique foi de negros contra negros, mas os interesses em jogo eram de pessoas de outras origens. Estas pessoas não participaram directamente naquela guerra, mas exerceram uma influência ideológica muito significativa (...). Quais eram os interesses antagónicos reais que levaram moçambicanos a matarem-se entre si, interesses esses que fossem genuinamente de uns moçambicanos sobre os de outros moçambicanos? Eu vivo nesta terra, Elisio, como todos os demais. Quiçá igual ou menos tu—porque és uma autoridade na tua disciplina—acho que sei algo sobre como nós somos, só por ser parte da minha comunidade! (...).



Frederico Pereira cansei no meio...

Júnior HermendIlustre Juliao Cumbane antes de mais agradecer-te por essa reflexão conjunta, e de seguida aconselhar-te a acompanhar os comentarios que aqui os tem para que possas te expressar da forma mais correcta, a Frelimo não é constituida por 4 membros mas sim pode ter 4 membros com a capacidade de influênciar positivamente assim como negativamente as ideias dos restante nobre Juliao Cumbane como explicas que o Nyusi tornou se candidato da Frelimo mesmo esses que os intitula boss's do partido terem estado contra

Julião João CumbaneJúnior Hermend, o G4 espera pelo "fim" da "peleja" entre "etnias de gema". Quando esse "fim"—que não fim—chega, o G4 apoia a escolha que tiver sido feita. O Filipe Nyusi já foi chamado "lambe-botas", publicamente, por um dos integrantes do G4. Mais tarde, quando o tal integrante do G4 se apercebeu de que o Filipe Nyusitinha sido a escolha de consenso das "etnias de gema", mudou de discurso e começou a "apreciar", publicamente, as qualidades do "jovem" escolhido. Subitamente, virou ele o "lambe-botas" e convidou os demais para fazerem o mesmo. É assim que o Filipe Nyusi se tornou o candidato presidencial pela Frelimo...

Gracio AbdulaEstranha reflexão JJC. Pouco ou mal conseguida. De rigor não tem absolutamente nada. O Professor JJC levaria com um Medíocre e chumbo! Recomendo que investigue mais, estude mais e depois inicie um dissertação responsável e credível. Revela racismo primário ao mesmo tempo que apela á unidade nacional. Um complexado não pode nem deve ser capaz de aceitar a diversidade. Caro JJC o seu sonho é um pesadelo carregado de equívocos, crise de identidade, de valores morais e éticos! Há um grande défice cultural, falta de rigor e uma megalo-ligeireza arrepiante! Não se comentam mediocridades!

Julião João Cumbane Estás tocado tanto quanto eu, Gracio Abdula. Mas isso não retira mérito à revelação dos meus "sonhos"!

João Barros Amigo Julião João Cumbane, sendo verdade o que afirmas, apenas uma observacao . o G4 quatro e tao poderoso mas, nao conseguiu contornar a etnia makonde que faz passar o Chefe de Estado. Se o G4 e tao poderoso porque nao fez passar logo a Luisa Diogo nas ultimas eleicoes (visto que ela concorreu) em vez de esperarem ate 2019 que, nem sabem o que acontecera ate a data a todos nos?

Julião João Cumbane Meu caro João Barros, o G4 joga inteligente. Não contorna obstáculos. Abraça-os e se move com eles até onde for preciso fazê-los parar!
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Yaqub SibindyPara mim o texto constitui uma enciclopédia de valores históricos bem alinhados, independentemente da linguagem que alguns podem estar até a contestar por caprichos! 

O autor não está a promover o racismo e nem trbalismo. Mas sim classifica as pessoas pelas suas identidades naturais, e não como baixos ou altos derivados pela suas cores ou local de nascimento!

Rebaixar este nobre trabalho do JJC, revela-se uma preguiça mental de encarar a frontalidade os episódios da história moçambicana, dispensando uma oportunidade para fazer uma análise dialéctica ligada à saúde de um partido, que outrora assumiu com sucesso a vanguarda do movimento de Libertação Nacional e de todos moçambicanos! 

Sibindy, congratula-se com o texto, e classifica - o de uma autêntica "bússola", para levar a presente e a futura geração a assumir com patriotismo a génese da nossa história, e adaptá-la aos novos desafios da convivência democrática baseada no sistema do pluralismo de ideias para gerir um ÚNICO POVO e UM ÚNICO PAÍS! 

Queremos acreditar que este texto vai ajuda à Frelimo e os demais moçambicanos a diagnosticar com sucesso os erros graves que este partido libertador está a cometer até hoje, quando a partir da morte de Samora Machel, o patidão decidiu abandonar o povo e passou a dedicar à construção de uma vergonhosa burguesia capitalista, baseada nas fortunas financeiras de proveniências duvidosas! 

Hoje a Frelimo, muito bem sabe que passou a ser fornecedora da matéria prima à oposição não patriótica, porque a ganância de querer ficar rico mais rápido que o próprio Povo, tornou-se uma regra de roubar à céu aberto em nome da economia do mercado livre! 

A Frelimo, apadrinha os megaprojectos que tratam o povo duma forma mais humilhante que o sistema colonial português, só porque em contrapartida existe meia dúzia dos ex - libertadores que estão envolvidos no saque e roubo das nossas conquistas populares, com a esperança de querer tornar se nos novos pilares da burguesia capitalista e selvagem em construção no nosso país. 

A nossa única esperança está no chamado G4! Eles não estão envolvidos no roubo e saques das riquezas do povo, cujo o alvará foi emitido no dia 25 de Junho de 1975, quando os moçambicanos proclamaram o nascimento dum estado popular, cuja a terra e as suas riquezas passariam a pertencer à todo o povo moçambicano! 

O G4, constitui uma reserva moral do nacionalismo e da nossa história que consagra às riquezas do solo, subsolo e das águas territoriais como pertenças dos moçambicanos, e daí politicamente o país ainda pode continuar com a esperança do surgimento de um movimento popular para travar os roubos e apetites de egoístas sem limites que dia e noite não param de se apoderar do bem comum, rejeitando à instituição de políticas públicas para a gestão da partilha das riquezas entre o Estado e o cidadão! 

Os dois últimos camaradas que governaram o país, após a morte de Samora Machel, misteriosamente abandonaram o povo (operários e camponeses) sem dizer adeus, e começaram a surpreender meio mundo ao conduzir o país para uma xenofobia económica, regada pelos discursos hipócritas da luta contra o subdesenvolvimento e da luta contra a pobreza - somente para adormecer o boi!

Na prática, nasceu em Moçambique uma sociedade dominada pelo espírito de egoísmo em que cada um tenta roubar duma forma como poder afim de fortalecer os seus negócios obscuros: 

1 - A madeira profanada pelos Chineses pertence ao povo! 

2 - Às terras férteis usurpadadas por projecto Pro Savana, pertence ao povo! 

3 - O gás de Temane, pertence ao povo! 

4 - O carvão mineral de Moatize, pertence ao povo!

5 - O Petróleo e gás do Rovuma, pertence ao povo! 

6 - Às riquezas que ostentam publicamente, pertencem ao povo! 

O Regime da Frelimo, teimosadamente insiste em querer governar o País, sem insitucionalização de políticas públicas, para evitar a sua submissão à políticas de trasparências e combate à corrupção! 

G4, depois das suas constantes vitórias contra o desvio da linha popular, desta vez, estamos atentos e queremos assistir quais às novas hipocrisias políticas do Governo da Frelimo, vai aplicar, na velha teoria de lançar palavrões de estímulo à consciência dos desesperados, para também contribuírem com às boas ideias sem cores partidárias, na busca de soluções construtivas para o desenvolvimento do país, dum lado, e do outro dispensar sistematicamente às propostas construtivas, trazidas por outros moçambicanos que militam fora do batuque e massaroca! 
QUEREMOS UM MOÇAMBIQUE PARA TODOS: SONHO DE SAMORA MACHEL!
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Julião João Cumbane Obrigado pela apreciação, Yaqub! Subcrevo grande parte do que dizes aqui, excpto algumas coisas! De facto o G4 ajudou a evitar a nossa entrada num ciclo de golpes de Estado. As transições pacíficas de liderança que vemos na liderança daFrelimo e do Estado moçambicano são superiormente consequência da acção do G4. Até aqui tudo bem! Mas o projecto de, a longo termo, colocar Moçambique na bolsa de valores, isso não!

Joao Monteiro sera assim mesmo????


Amade Olaia Sera que eh isso mesmo?????????????

Cristiano Manejo Vamos a reflexao

Jerry Revelador Fonseca Interessante o texto embora peque por deixar transparecer um certo racismo e discriminação a outros partidos. Afinal a independencia não era para devolver o País aos moçambicanos? Agora, porque interessa a que partido pertencem.
Gosto · Responder · 2 · 14 h

Julião João Cumbane Não haja equívoco aqui, Jerry Revelador Fonseca. O G4 não apenas um grupo de quatro (4). Os quatro só fazem a cabeça, mas há outros tantos integrantes do G4, muitos dos quais de «gema»!

Homer Wolf Ja' ca faltava mais um "lençol": esse do "projecto novo Mocambique"... tsc
Gosto · Responder · 1 · 13 h

Cesar TiqueO texto pode fazer algum sentido considerando a influência ideológica que os supracitados tiveram na história deste pais.....mas penso que esta é mais uma do G40....Acredito que esta não é só a refrexão do JJC mas mostra um pensamento a Guebusa e acerdito que tem o dedo do Edson Macuacua. Os Guebusa40 sempre pensaram em perpectuar o poder e nunca pensaram que houvessem indeias contrarias que os levariam a abidicar. Esses supracitados com a excepcao do Sergio Viera pelo menos nunca tiveram vergonha de mostrar cara quando tem que defender os interesses da maioria. A malta 40 do Guebas nunca pensaram que eles iriam se manifestar contra a sua continuidade....
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Julião João Cumbane(Risos) «... mas penso que esta é mais uma do G40 ...», Meu caroCesar Tique, podes ter a certeza de que esta não tem nada a ver com o "teu" G40. Eu falo de G40 como tu falas deste desse suposto grupo, sem qualquer certeza de que esse grupo existiu ou existe. Agora, o G4 é minha criação. Pode até ser que os componentes do G4 não se identifiquem formalmente como um grupo, com um plano urdido para agirem como agemde acção, mas actuam de forma algo coordenada. É o produto da sua acção sobre o processo político em Moçambique que os identifica como um grupo.

Valente Ozias Magagule Muita coisa para ler...reading

Maitu BuanangoCertamente que este e' um daqueles assuntos que precisa muita reflexao e capacidade de dissecacao da argumentacao apresentada. De animo leve, pode-se incorrer e inducoes e erros. Apesar de, assim de primeira puder constatar algumas verdades no texto, mas, tambem, sou tentado em dizer que podera haver algum excesso, nalgum momento. Todavia, pelo respeito pelo esforco empreendido para a pesquisa, escuso-me em adentrar em pormenores do texto.

Helder Mario Uufuu. Suspirei de alivio porq algm q xtava cego, alem de ouvir, ja pod enchargar. Via smpr os contra imformacao dst nas publicacoes do Vladimir Guepatos. Kndo assim dz se ate q fim Sr JJC. Motivos q lhe fazem mudar da linhagem ningm sabe.

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