Jacarta notifica os nove próximos na fila de execução, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, e fuzilamentos podem ocorrer após 72 horas. Em Paris, manifestantes pedem pela não execução de cidadão francês.
Os oito estrangeiros e um indonésio condenados à morte por tráfico de drogas na Indonésia – entre eles, o brasileiro Rodrigo Gularte – foram levados PARA a prisão de segurança máxima onde ocorrerá o fuzilamento. O presídio fica em Nusakambangan, em Cilacap, a 400 quilômetros de Jacarta. Neste sábado (25/04), as autoridades indonésias notificaram os nove condenados sobre o cumprimento da pena, que já pode ocorrer após 72 horas.
Além do brasileiro, estão na fila de execução cidadãos da Austrália, Filipinas, Nigéria e de Gana. Rodrigo Gularte está preso desde julho de 2004, quando entrou na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.
Ao anunciar as notificações, o porta-voz do procurador-geral da Indonésia, Tony Spontana, não precisou a data das execuções. No entanto, a defesa da filipina Mary Jane Veloso, uma das condenadas à morte, disse que a sua cliente foi informada que seria executada na próxima terça-feira.
Diplomatas e familiares dos estrangeiros condenados estiveram na ilha de Nusakambangan, onde se reuniram com autoridades indonésias e com os condenados à morte, segundo informou o jornal O Globo.
Tentativas frustradas
A defesa de Gularte ainda tenta convencer a Justiça da Indonésia de que ele precisa de tratamento psiquiátrico, na tentativa de adiar a execução. O governo brasileiro também continua "realizando gestões sobre o caso, por razões humanitárias e tendo em conta o estado de saúde do cidadão brasileiro", informou o Itamaraty à Agência Brasil.
O Itamaraty ressaltou os reiterados pedidos feitos, "em caráter urgente", de internação imediata do brasileiro em um hospital local.
Na sexta-feira, o encarregado de Negócios da Indonésia no Brasil foi convocado para uma reunião com o embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, em um gesto que demonstra insatisfação do governo brasileiro com a situação.
Até agora, porém, todos os pedidos de clemência dos estrangeiros foram negados pelo presidente indonésio, Joko Widodo.
Manifestações na França
Um dos estrangeiros condenados à morte por tráfico de drogas e que também está na fila do fuzilamento, o francês Serge Atlaoui não foi levado para Nusakambangan. Tony Spontana informou que o cumprimento de pena do francês foi adiada porque ainda há um recurso legal pendente de exame.
Durante esta semana, o governo francês ameaçou retaliar a Indonésia caso Atlaoui, condenado em 2007, seja fuzilado. O presidente François Hollande chegou a falar em implicações "com a França e a Europa". Neste sábado, cerca de 200 pessoas participaram de um protesto em Paris contra a execução do francês.
Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de drogas, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a Indonésia e o Brasil. O país asiático, que retomou as execuções em 2013 após cinco anos, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.
MSB/abr/afp/rtr
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- Data 25.04.2015
- Palavras-chave execução, fuzilamento, condenados, Indonésia, Gularte
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