EDITORIAL
DIRECÇÃO EDITORIAL
28/03/2015 - 05:53
Foi preciso nova tragédia para que a segurança aérea fosse revista em moldes mais cautelosos e sensatos.
Perante o choque dos terríveis atentados de 11 de Setembro de 2001, para além de um sem-número de medidas destinadas a combater o terrorismo, achou-se por bem reforçar a segurança aérea, não só revistando minuciosamente os passageiros como bloqueando possíveis acessos e eventuais terroristas ou piratas aéreos. Limitar o acesso ao cockpit parecia então, óbvio, criando-se um mecanismo que impedia o acesso pelo exterior e que só poderia ser desbloqueado através de um código, código esse que (em caso de defesa) se podia anular a partir do próprio cockpit. Tudo isto baseado na ideia de que o perigo viria de fora. Mas na altura em que tal medida foi tomada já havia alguns casos (muito poucos, é certo) de que o perigo podia vir do interior. Um, aliás, bem recente à data de tal medida: em 1999 um avião da EgyptAir foi forçado a despenhar-se no Atlântico pelo seu co-piloto, nessa altura sozinho aos comandos. Mais tarde, em 2013, repetiu-se cenário idêntico com um avião das Linhas Aéreas de Moçambique, e terá sido o comandante do avião a ditar a sua queda. Num caso e noutro, todos os ocupantes morreram. Agora, naquele que se imaginava mais um acidente aéreo de trágicas consequências, descobriu-se idêntico crime. De novo um homem sozinho no cockpit, a ditar, a morte de 150 pessoas, incluindo ele próprio. Beneficiou da segurança antiterrorista e do medo dos "de fora" para levar a cabo o seu crime. Sem nenhuma motivação política ou sectária, europeu (alemão) a matar cidadãos inocentes na Europa, o crime teve a força de um violento abanão às consciências. Por isso, a partir de agora o cockpitterá sempre obrigatoriamente duas pessoas e não uma, como várias vezes sucede quando um deles se ausenta para, por exemplo, ir à casa de banho. E terão que ser reavaliados outros dados: o cansaço dos pilotos (há relatos de que chegam a adormecer em pleno voo) ou a sua condição psicológica. Não é só do terror que vem o perigo.
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