O porta-voz do partido Frelimo, Damião José, assegurou que o presidente do partido não renunciará o cargo.
José recordou que Armando Guebuza está a cumprir um mandato que lhe foi conferido no X Congresso da Frelimo, as sessões do Comité Central (CC) são baseadas numa agenda previamente aprovada pelo órgão, e a Frelimo não vê nenhum problema na situação actual.
“Respeitamos os comentários em torno da sessão, mas os moçambicanos devem saber que as sessões do CC são convocadas pela Comissão Política e esta submete uma proposta de agenda ao CC e ela debruça-se sobre este plano de actividades e aprova, e na sessão que amanhã (26/3) inicia não há nenhum ponto em relação ao nosso presidente”, explicou.
“Portanto, são especulações. O presidente está cumprir um mandato que lhe foi conferido pelo X Congresso e só termina com a realização do XI. E nós na Frelimo não vemos nenhum problema em relação a existência de um presidente da Frelimo e outro da República”, subsidiou José.
Sobre e existência de dois centros de poder, José disse que é um pressuposto que não se observa na realidade.
“São pressupostos, mas a realidade prova o contrário. Aliás os moçambicanos devem estar recordados que o Presidente Guebuza foi alvo de severas críticas durante a governação por ocupar os dois cargo em simultâneo. E os críticos diziam que apenas devia ser presidente de todos moçambicanos”, lembrou.
“Os mesmo críticos defenderam ontem que há partidarização do Estado. É estranho que hoje estejam a defender que há dois centros de poder. Não há nenhum problema na situação actual e nem deverá vir a existir. O Chefe do Estado foi eleito como candidato da Frelimo. Não pode este mesmo partido que trabalhou para sua vitória ser o mesmo a ter dificuldades em trabalhar com o Presidente da República nos moldes actuais”, concluiu.
O porta-voz da Frelimo falava na manhã de hoje (25/3) à Rádio Moçambique, antena nacional, no âmbito da antevisão da IV Sessão do Comité Central do partido no poder que inicia amanhã na capital provincial de Maputo, a cidade da Matola, e terá duração de quatro dias.
“Constar ou não na agenda da sessão não é relevante”
O ativista dos direitos humanos, Ericino de Salema, alertou que o facto de a sucessão do presidente da Frelimo, Armando Guebuza, não constar da agenda da IV sessão do Comité Central (CC) não significa que ela não pode acontecer.
“Na sessão do CC que o Presidente Joaquim Chissano deixou de dirigir o partido Frelimo também não constava na agenda. Portanto, a questão de estar ou não na agenda não é relevante. A agenda é flexivel”, argumentou.
Entretanto, Salema considera que seria positivo para o país se o Chefe do Estado não fosse o mesmo a dirigir o partido.
“Em condições normais é uma boa ideia termos um Presidente da República que não é lider do partido. Isso cria condições para o Chefe do Estado ser isento nas sua relações com as outras entidades”, defendeu.
Salema falava à imprensa na da tarde de hoje (25/3) após ter participado num debate sobre os direitos humanos realizado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, na capital moçambicana, cidade de Maputo.
Refira-se que a IV sessão do CC inicia amanhã (26/3) na Escola do partido no poder, situado na capital provincial de Maputo, a cidade da Matola, e o evento tem duração de quatro dias.
O CC vai tratar de questões ligadas a vida social, económica e política do país; desempenho da Comissão Política e da Frelimo nas últimas eleições; e irá aprovar o relatório de contas bem como análisar o plano quinquenal do governo 2015-2019.
A sucessão do actual presidente da Ferlimo, Armando Guebuza, não consta da agenda da quinta sessão ordinária do comité central do partido, que tem lugar a partir desta quinta-feira, na cidade da Matola, provincia de Maputo.-
O facto foi confirmado esta quarta-feira em conferência de imprensa, pelo secretário para a mobilização e propaganda da Frelimo, Damião José.
A sessão tem como objectivo analisar a situação política, social e económica do país e o curso do precesso eleitoral de 2014.
Quanto aos discursos de Afonso Dhlakama, sobre as regiões autónomas, Damião José caracterizou de lamentável a postura do líder da Renamo. (RM)
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