sábado, 7 de março de 2015

Entre a verdade e os danos colaterais

Os pronunciamentos de Afonso Dlhakama e a sua postura inflamada  não podem deixar os moçambicanos indeferentes.A chicana políticaatinge o augedo ridículo  inaceitável, com assomosde alucinações e delírios esquizofrónicos.Dlhakama faz  ameaças veladas e tóxicas ao chefe do estado e a toda a Nação, quando diz  que este vai arcar com todas as consequências, caso o Parlamento chumbe a sua proposta de criação de regiões autónomas. E ainda que caso o anteprojecto a apresentar no parlamento seja chumbado iria derrubar o Partido Frelimo do poder.
Desta  feita Dlhakama elevou bem alto o inconformismo pela quinta derrota eleitoral consecutiva, levando longe a farsa que lhe useira.Os bloqueios a governabilidade e as incongruências dai resultantes, incluíndo os danos colaterais têm a sua assinatura.
Debate de idéias, mas qual debate de idéias?Como pode haver algum debate  com a obessão de governar mesmo que se tenha perdido  o escrutínio eleitoral.Não se discute a vontade popular com inconformados, com aqueles que não se resignam  que a democracia os tenha relegado a uma posição subalterna. O presidente Filipe Nyusi concordou com Dlhakama apenas que o anteprojecto de regiões autónomas devia ser submetido à deliberação do Parlamento.Não houve nenhum compromisso que o mesmo seria aprovado.Estou de pleno acordo com o Dr.Eneias Comiche, Deputado e membro da Comissão política do partido, quando este afirmou que Filipe Nyusi assume o mesmo posicionamento da Comissão Política do partido Frelimo, pelo que não vê nenhuma descoordenação entre a atitude do presidente da República e do partido Frelimo.
 A divisão de Moçambique segundo os contornos apresentados por este anteprojecto liderado por Dlhakama, já há muito foi tentada na era colonial, por Jorge Jardim em 1973, e depois pelo fundador da Renamo, Orlando Cristina, com apoio do antigo regime da Rodesia e do regime do apartheid, mas sem sucesso.O que Dlhakama pretende é de forma súbtil ressuscitá-lo (brecha constitucional) afim de abrir as portas ao regresso do colonialismo em Moçambique, algo que nunca o permitiremos.E qual é a base legal?Claro que há impedimentos jurídicos à pretensão da Renamo, que é a própria constituição .A proposta é  legalmente indecente, elaborada à abase de pressupostos legalmente inaceitáveis, que não passam de opiniões, na qual factores externos influem nesta decisão de submete-la ao Parlamento Nacional.Não vejo como teria cobertura constitucional,  substituír "regiões autónomas" por "províncias autónomas". Dlhakama que dite ordens no interior da Renamo, porque em Moçambique mandamos nós, o povo!
Dlhakama não tem valores,nem consciência, deixou-se embarcar em viagens sensoriais,  desprovidas de qualquer racionalidade.É um corrupto  político. É que vendo bem as coisas, a corrupção não é só material, mas moral.Nós que nos identificamos  com o estado de direito chocamo-nos com esta exibição gratuita de conspiração política, por afrontaros valores que acreditamos, e com todo o arreganho iremos defender até à morte.Existem valores que funcionam como um credo religioso, sendo neles que nos devemos devotar, para costurar o melhor exemplar de uma sociedade plural, em conformidade com a constituicção da república.A participação em massa num acto eleitoral numa sociedade como a nossa, onde apesar do esforço do governo a taxa do analfabetismo herdada do colonialismo é ainda elevada, é sempre um cto  de salutar civismo e acção democrática;ora usar o facto como arma politica para desacreditar o sistema, apenas pode ser visto como desonestidade política. A Renamo, mesmo com o apoio do apartheid nunca teve  capacidade militar de derrubar o governo de Moçambique, e o povo moçambicano do poder e muito menos agora.
Quanto a Dlhakama, ele não está minimante comprometido com a democracia.O que ele consegiu até aqui foi reatar o velho círculo de amizades em Portugal e Africa do sul, com quem comunga o ódio visceral histórico contra o partido Frelimo e a democracia moçambicana.Não  duvidamos que os colonialistas por causa da inpependência nacional obtida conquistada do partido Frelimo, continuam a conspirar contra os moçambicanos e patriotas, podendo ter-se o quadro completo lendo alguns jornais portugueses, e algunsblogs da mesma chancelaideológica.Efectivamente se até hoje os crimes cometidos pelas potências coloniais europeias durante os anos que passaram em África não foram julgados, aqueles que actuaram impunemente em Africa,  julgam-se por direito em nome do racionalismo e frieza que os caracteriza , com capacidade de regressar em força, usando testas de ferro e seus agentes locais. O propósito de regiões autónomas, é gratificar a perdedores, (driblar constituição) e provocar um rombo sem reparo no patriotismo existente por ferir a ordem constitucional vigente. Voto a perguntar qual debate de idéias? O que a Renamo pretende é governar à força, mas essa não tem sido a vontade do eleitorado.A Renamo que se contente em ser parceiro político no Parlamento.
PS.Considero Afonso Dlhakama o autor moral da morte do professor Giles Gistac.
Cinco derrotas eleitoras consecutivas para a presidência, para qualquer um constituiriam motivos mais do que suficientes para a aposentadoria da política ou da presidência da Renamo;no entretanto o líder da Renamo entre narrativas de indole tribalista e ofensivas,aos moçambicanos no geral, estimulou a crispação social e política, e atiçou  extremistas como ele, de que o país se deve livrar, sob o risco de não haver volta; assim como elevou  o nível  de protagonismos até ao extremo no intuito de dividir os moçambicanos, a resultar em danos colaterais. Dlhakama antes de apontar para qualquer lado, deveria pôr o dedo na consciência.Ele  e mais ninguém no ano passado, gabou-se de ter ordenado a morte de dezenas de moçambicanos, cujo único crime era trabalhar e procurar melhorar  a sua vida.Esses sim ainda não foram vingados.Deixemos as autoridades policiais fazer o seu trabalho.
 A morte de alguém é sempre lamentável e aproveito o ensejo para endossar os pêsames à família enlutada do prof.Giles Gistac.

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