sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sobre prioridades no nosso quotidiano

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Muitas coisas apoquentam o quotidiano do cidadão comum, do Rovuma ao Maputo, e exigem a atenção prioritária dos diferentes níveis de governação, do executivo às assembleias.
O transporte, a segurança, a educação e a saúde preocupam todas as camadas da população, das mais abastadas às que possuem parcos haveres.
No dia-a-dia, quase todos recorremos aos meios de transporte públicos, semiprivados, privados, terrestres, aéreos, rodoviários. O ministro Mesquita, com um bom currículo nos transportes, necessita de meter ordem neste sector. Vejamos:
1. Raros são os dias em que a comunicação social não nos traz notícias sobre a mortandade nas nossas estradas. Porquê?
a. Álcool! Até às bombas de combustível nas suas lojas      vendem bebidas alcoólicas. Está bem?
b. Viaturas em 5.a mão, sem luzes, com pneus carecas, travões duvidosos, desrespeitando limites das lotações, transportam gente como se de sacos de batata se tratasse. Os “my love” idem. 
Violam as mais básicas regras de trânsito. Quem não vê? Para que existe uma Polícia de Trânsito paga pelo cidadão?
c. Buracos e lombas que a lei manda assinalar. Por que não se fazem, mesmo na cidade de Maputo?
2. Como circulam os comboios, sobretudo para as zonas dos subúrbios? Carruagens apinhadas e sem luz, gente pendurada. Custaria uma fortuna aumentar o número de carruagens nas horas de ponta, pôr lâmpadas, fiscalizar?
3.  A LAM mostra-se intransigentemente alérgica no respeito aos horários. Pior, tripulações sul-africanas que não falam português e dificilmente saberão comunicar-se connosco em caso de emergência. Já não há moçambicanos, o estrangeiro cobra menos? Queremos sair da lista negra assim? Já compararam a tarifa em económica para uma ida e volta para Pemba, Lichinga, Tete com o custo de uma passagem nas companhias que aqui operam e nos levam à Europa e Ásia? Por que não existem na direcção da empresa gentes que pilotaram, fizeram manutenção de aviões, assistentes de bordo? Se já não podem voar, por que não utilizá-los?
Um enorme TPC para o ministro. Há também que saber varrer a casa.
O nosso ministro do Interior possui experiência no corpo policial. Muitos anos aí trabalhou. De novo uma enorme tarefa para por o comboio da PRM e de polícias nos carris:
1. Ninguém respeita a PRM. Ela desprestigiou-se:
a. Polícia que aluga a arma, transportando-a sem garbo como um pau de mandioca, que pede refresco, farda mal posta, sem identificação, envergonha a instituição e todos nós.
b. Uma força como a PRM treina regularmente, pelo menos trinta dias por ano. Demonstra aptidão física, um agente não pode deitar a língua fora ao correr cinquenta metros, pode sem recorrer à arma dominar um meliante qualquer.
c. A investigação criminal faz de conta, pois não se apoia em verdadeiros bancos de dados de impressões digitais, fotos, ADN, patologistas forenses, agentes formados. Ela só pode esperar que os resultados lhe caiam do céu.
d. Há raptos de grandes e pequenos. O pilha-galinhas também rapta para a farra do fim-de-semana. Polícias envolvidos, diz-se. Chefes de quarteirão que nada vêm ou cúmplices?
Ao ministro Monteiro, aguarda uma das tarefas de Hércules, a limpeza dos estábulos de Augias, neste caso a verificação da hombridade e profissionalidade dos membros das diversas corporações policiais! Força senhor ministro, precisamos de confiar e de nos orgulhar da nossa Polícia.
Traz, o ministro Ferrão, um CV de muitos anos na educação e na direcção de instituições do ensino superior. Senhor ministro, há que pôr cobro aos desmandos neste sector vital para o futuro de Moçambique:
1. Já não menciono a falta gritante de carteiras nas escolas primárias de um país que diariamente exporta madeira. Até na UEM há carência de lugares para os estudantes se sentarem! Faz sentido?
2. Como se vende o livro escolar nas ruas, quando tal está proibido e eles faltam nas escolas? Como explicar as bichas monstruosas para matricular uma criança?
3. Por que não se faz manutenção básica dos edifícios escolares? Basta construi-los? Para que servem os serventes que nem limpam as casas de banho?
4. Como se vendem bebidas alcoólicas nas barracas do dito Museu em frente a uma escola secundária e alunos levam bebidas para a sala de aula?
5. Como se consegue, em certas capitais provinciais, que haja mais estabelecimentos de ensino superior do que o total das padarias e barbearias lá existentes? De onde vêm os docentes? Quais as suas qualificações? Há laboratórios, bibliotecas ou apenas um mero negócio de venda de diplomas? Estamos ou não a defraudar o futuro do país em nome dum negócio ganancioso?
Força ministro. Resultados para o bem dos nossos filhos, netos e de Moçambique. Mais cursos profissionalizantes, menos ciências sociais. Só servem para funcionários que ganham mais com um diploma, pouco importa qual, basta diploma!
Há que acabar com o pagamento, por qualquer diploma, sem relação com a actividade que se exerce ou se vai exercer.
Da parturiente à criança, dela ao adolescente, adultos, terceira idade. Todos, das camadas altas às mais baixas, vamos aos serviços de saúde.
A nova ministra vem das fileiras da saúde. Acredito que mesmo antes de chegar à direcção máxima do pelouro se inteirou e viveu o que lá se passa. Lembro erros:
1. Um erro aposentar-se um clínico com boa saúde apenas porque atingiu X anos de serviço ou Y de idade. Não se desperdiça talento e experiência com base nesses critérios.
2. Horas de espera nas urgências ou maternidades podem provocar óbitos.
3. Hospitais sem geradores ou com geradores sem combustível, a que emergências respondem?
4. Falta de medicamentos essenciais nas farmácias dos hospitais e abundância dos mesmos nos diversos “dumba-nengues” o que significa senão negócios escuros?
Às ordens, senhora ministra. Diga o que quer, para apoiarmos.
Na noite de 18 para 19, separou-se de nós para sempre um Herói Nacional traído pelo coração. Combateu e dirigiu em Niassa e Tete, organizou a travessia do Zambeze, a extensão da luta para Manica, Zambézia, Sofala e a preparação para o sul do Save. Elemento vital para o apoio ao Zimbabwe. Honra e glória ao General José Moiane.
Sérgio Vieira
P.S. Por que a morosidade em apresentar as listas dos membros da Renamo para integrarem as Forças Armadas? A EMOCHIM acaba mandato sem nada fazer! Será que existem mesmo os tais homens para integrar ou desesperadamente estão em vias de recrutamento? Não chega de chantagens e ameaças ao país?
SV

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