O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, desafiou, durante um comício na quarta-feira em Palma, Cabo Delgado, o Presidente a visitá-lo no norte do país, mas até hoje ainda não tinha resposta, disse à Lusa o seu porta-voz.
"Que ele [Filipe Nyusi] me ligue, eu vou responder. Ele pode vir aqui amanhã [hoje], eu estou aqui, em Mocímboa da Praia, ou pode adiantar-se e esperar-me em Montepuez, ou Balama, ou então sábado podemos encontrar-nos em Lichinga", disse Dhlakama referindo-se aos locais na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, que tenciona visitar nos próximos dias.
O Presidente anunciou na terça-feira, à margem da cerimónia do Dia dos Heróis, disponibilidade para se encontrar com o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), maior partido de oposição, para preservar a paz.
"Estou pronto", declarou Filipe Nyusi, considerando que "o povo tem de ter a certeza de que vai viver em paz" e que já deu sinais da sua disponibilidade para o diálogo, "agora mesmo", e que só assim será possível um entendimento.
"Se, de facto, ele não falou por emoção, para contentar o Comité Central da Frelimo, quero que ele concretize dentro de 24 horas. Eu estou disposto", afirmou Dhlakama na quarta-feira, durante a sua digressão a anunciar o seu desejo de criar uma região autónoma no centro e norte do país.
Contactado hoje pela Lusa, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, disse que até à manhã de hoje ainda não havia resposta da presidência moçambicana.
Após a manifestação e disponibilidade de Nyusi para o diálogo, a Renamo condicionou a realização de um encontro à aceitação das suas exigências.
"Importante não é o encontro com o líder da Renamo, importante é acolher o que a Renamo reivindica", defendeu na terça-feira à Lusa António Muchanga, acrescentando que o seu partido "já indicou algumas pessoas para iniciar essa aproximação e que é com elas que Nyusi tem de falar", para que um eventual encontro com Dhlakama "não seja um fracasso".
A presidência nunca confirmou estas reuniões, deixando apenas a garantia que está disponível para dialogar e apelando à Renamo para que faça as suas reivindicações nas sedes próprias e que os seus deputados levantem o boicote parlamentar e se sentem nos seus lugares na Assembleia da República e assembleias provinciais.
O presidente do maior partido de oposição percorreu nas últimas semanas as províncias do centro e norte do país, continuando a atrair multidões aos seus comícios, agora centrados na mensagem de uma região autónoma nas províncias onde tenciona governar, após o que considera ter sido uma fraude nas eleições gerais de 15 de Outubro.
"Juro pela alma da minha mãe, eu vou criar o governo do centro e norte", disse Dhlakama no sábado, durante um comício em Nampula, durante o qual voltou a rejeitar pegar em armas para conseguir os seus objectivos, na condição de não ser provocado.
"Não queremos guerra, mas se os comunistas da Frelimo tentarem provocar, disparar, a resposta da Renamo será dada na cidade de Maputo", afirmou, repetindo a ameaça já deixada há uma semana, em declarações à Lusa, durante uma visita a Quelimane, província da Zambézia, em que também dava conta da sua recusa em avistar-se com Nyusi, "uma pessoa que roubou votos, que fala de boca cheia e arrancou a vitória à oposição".
Lusa- 05-02-2015
"Autonomia das Províncias"
Portanto, se percebi o pensamento do professor Gilles Cistac em entrevista ao país, a lei vigente não resolve a pretensão de Afonso Dhlakama neste momento. Se, de facto, por Lei, algumas províncias forem estabelecidas como "categorias superiores aos (actuais) municípios" não será, a meu ver, com base nessa hipotética decisão que a Renamo e Dhlakama governariam as províncias que reclamam Vitória nas eleições de 14/10/2014.
PS: Começo a perder me neste circo...
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