quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Coronel Kate Hama, o homem que monotorizava o telefone de Savimbi


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Lisboa -  Kate Hama, cujo nome de baptismo é Bartolomeu Alicerces Neto Hama é um antigo  oficial das extintas FALA  que esteve ao lado de malogrado, Jonas Savimbi até as últimas semanas de vida daquele. Ficou conhecido como o “homem dos telefones de Savimbi”, por ser o oficial  que durante vários anos cuidava das comunicações do líder fundador da UNITA.
Fonte: Club-k.net 
Nascido no Bailundo, província do Huambo, a 16 de Julho de 1963, o coronel Kate Hama,  é filho de Frederico Hama, um  falecido cirurgião que a data do “25 de Abril” era o delegado da UNITA, em Vila Flor. Foi através do seu pai que aderiu o movimento do “Galo Negro”  servindo o seu braço armado.

Ao longo da sua trajetória militar fez parte da emblemática  Brigada de ação técnica de explosivos (BATE) mas foi na área das comunicações militares  que mais se destacou seguindo-se a formações de superação feitas  na Finlândia, Inglaterra e  África do Sul.  Era o especialista de quebra de sistemas e descodificações e registos que em finais da década de oitenta  instalou  o primeiro sistema de internet, em Angola, na Jamba então bastião da UNITA.

Como especialista de comunicações,  o coronel Kate Hama, participou também na batalha do Kuito Kuanavale e Mavinga, nos finais dos anos 80.  Ele era o  Segundo comandante das comunicações das FALA junto dos “Boers”  nas operações destas duas   batalhas da qual operava  como chefe tático operações com as forças coligadas.  Era através de si, que se  dava luz verde aos aviões sul africanos estacionados  em território Namibiano PARA levantar voo em auxílios das forças rebeldes, em Angola.
 Ida a Luanda em 1992
Após aos acordos de paz de Bicesse que culminaram com a realização das primeiras eleições gerais em Angola, em 1992, o coronel Kate Hama foi  levado PARA trabalhar em Luanda, onde controlava   um “centro”  de comunicações da UNITA, instalados na sede do seu Secretariado Geral,  no bairro São Paulo. Era também  frequentemente chamado PARA prestar assistência a residência de Jonas Savimbi, no Miramar.

Desempenhou também papel crucial nas eleições de 1992. Fez parte do grupo que pela parte da UNITA  e que com auxilio de especialistas  estrangeiros tiveram acesso a dados sobre a manipulação das eleições por meios informáticos. Kate Hama  respondia a um então coronel, José Pontes “Regresso” que também trabalhava com os generais Isidro Perigrino “Wambu”
Regresso ao planalto central
Ainda em 1992, quando o país se arrastava PARA   um período   de incertezas ou de ameaças de instabilidade, o coronel  Bartolomeu Alicerces “Kate Hama”  foi  a figura que acompanhou o avião que transportou um grupo de líderes políticos da oposição - dentre os quais Mfulumpinga Landu Vitor e Simão Cacete – que deslocou a província do Huambo para convencer Jonas Savimbi a aceitar os resultados eleitorais. Dai, Kate Hama seguiu para Jamba.
A entrada PARA o circulo presidencial de Savimbi
Em 1993, o coronel Kate Hama, encontrava-se,  instalado no Huambo, quando esta cidade estava sob ocupação da UNITA, na sequencia do retorno a guerra. Na altura, era praticamente um desconhecido do convívio de Jonas Savimbi.

Certo dia, o então líder da UNITA, Jonas Savimbi estava a ter dificuldades de usar o seu telefone satélite PARA fazer uma chamada a Washington, a fim de falar com o seu  representante, Jardo Muekalia.

Savimbi, ordenou que procurassem por um técnico PARA concertar o seu telefone e é assim que alguém teve a ideia de procurar pelo especialista Bartolomeu Alicerces “Kate Hama”,  que estava em local incerto.

Quando Kate Hama  regressou a casa deparou-se com uma patrulha militar que o procurava e que o levou  até a residência do Presidente da UNITA. De acordo com relatos fiáveis, quando Savimbi foi avisado que o especialista tinha chegado foi a sala das comunicacoes do Palacio, olhou PARA ele  com um ar foribundo e disse “mas tu quem es afinal?, ja ouvi falar de ti, em trabalhos de poesia e prosa. Também o Kamy ja me falou... quero falar com o Jardo, o Morgado e o Adalberto. Vamos fazer o que? Dizem que voce é que o especialista”

Na presença de outros oficiais, da guarda presidencial, o coronel Kate Hama  garantiu  a Savimbi que resolveria o problema em15 minutos.  Pegou no telefone, abriu,  em menos do tempo previsto e discou PARA o numero de Jardo Muekalia, em Washington. Depois de ajudar a fazer  as outras chamadas, Savimbi aproximou-se a ele e disse “Você já não sai daqui”.

Desde então Kate Hama passou a trabalhar como assistente pessoal de Jonas Savimbi, tarefa, esta  que desempenhou até poucos dias antes da morte deste em 2002.  Ha informações suplementares indicando que era tambem ele que se movia nos carros pessoais de  Savimbi até á queima dos mesmos em 2000.

Sempre que Savimbi quisesse falar com alguém ao telefone, passava lhe primeiro o telefone PARA fazer avaliação do estadopsicoligico da pessoa que estivesse do outro lado da linha e so depois passava o aparelho ao Presidente.

A dada altura, quando o grupo restrito da direção da  UNITA, encontrava-se na zona do Moxico a fugir das FAA, o Presidente  Savimbi,  havia deixado de  falar ao  telefone ou aos rádios de comunicação  como medida preventiva de  detenção/identificação  da sua voz por meios electrónicos.   Era através de Kate Hama que ele se comunicava.  Savimbi  ficava do seu lado e dizia-lhe o que tinha que transmitir aos seus interlocutores. Falar ao telefone com Kate Hama era o mesmo que falar com o líder guerrilheiro.

Uma semana antes da morte de Jonas Savimbi,  o então  representante da UNITA em França, Isaías Samakuva  recebeu, de Angola,  um telefonema  do  coronel, Kate Hame informando  que o “mais velho”  orientava  que cessasse os contactosdiplomáticos com a ONU.  Na verdade,  Kate Hama e um outro coronel, Kassique Pena, ambos das comunicações da coluna presidencial, tinham sido  raptados a 2 de Fevereiro (data em que Savimbi ficou  sem contacto). Desta vez, o telefonema  estava a ser feito  a partir de Luanda na presença do  general Manuel Vieira Dias Junior,  Chefe da Casa de Seguranca  da Presidência da Republica.

Kate Hama, vive actualemnte  algures em Luanda onde frequenta o ultimo ano do curso de relações internacionais. É tambem escritor e autor de uma obra literária.

Apesar de ter sido já promovido a oficial general das Forças Armadas Angolanas na reserva,  o sujeito da história  ainda prefere que o tratem por “Coronel Kate Hama”, por ser  a  patente, que segundo  faz transparecer em meios  privados,    que o  “mais honra” e que lhe foi  conferida  por Jonas Savimbi, em meados dos  anos 90.

“Eu prefiro ficar com a minha promoção do doutor Savimbi que me dá valor. Sou sempre e PARA sempre o Coronel Kate Hama, Homem dos telefones do doutor Savimbi. Orgulha-me”,  diz Kate Hama, junto dos que lhe são próximos.

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