Hoje às 14:26
O antigo cantor britânico Gary Glitter, popular nos anos 1970, foi condenado, esta sexta-feira, a 16 anos de prisão por seis delitos sexuais contra três raparigas menores.
FACUNDO ARRIZABALAGA/EPA
Glitter, 70 anos, cujo verdadeiro nome é Paul Gadd, foi condenado por um crime de tentativa de violação, quatro crimes de agressão sexual e um crime de relações sexuais com uma menor, cometidos entre 1975 e 1980.
"O senhor provocou-lhes danos reais e duradouros e fê-lo apenas para obter uma gratificação sexual completamente inadequada", disse o juiz Alistair McCreath, do tribunal londrino de Southwark.
Fãs do cantor assistiram à leitura da sentença na galeria pública do tribunal.
Glitter estava no ponto mais alto da sua carreira quando atacou as menores e, segundo a acusação, escolheu raparigas que o admiravam.
Durante o julgamento, o procurador John Price descreveu um dos incidentes em que Glitter, embriagado, tentou forçar uma rapariga de menos de 10 anos a ter relações sexuais com ele.
A vítima apresentou queixa 20 anos depois do incidente, quando, em 1999, Glitter se deu como culpado da posse de mais de 4.000 imagens de pornografia infantil.
Depois desse processo, o cantor viveu algum tempo no Cambodja, de onde foi expulso em 2002 por acusações de pedofilia.
Seguiu-se, em 2006, uma condenação no Vietname pelo abuso sexual de duas meninas de seis anos. Ao fim de dois anos e nove meses de prisão, regressou ao Reino Unido.
Em 2012, Gary Glitter foi a primeira pessoa detida no âmbito da chamada "Operação Yewtree", uma investigação policial a abusos de menores perpetrados ao longo de décadas pelo ex-apresentador da BBC Jimmy Savile, que morreu em 2011.
A investigação policial começou após a transmissão, em outubro, de um documentário na estação ITV com testemunhos de alegadas vítimas, que desencadeou centenas de novas queixas.
O escândalo afetou também a BBC devido à suspeita de que terá ignorado sinais destes abusos, alguns dos quais poderão ter acontecido nas instalações da estação pública, para a qual Savile trabalhou durante muitos anos na televisão e rádio.
Além de Glitter, outras figuras públicas foram detidas no âmbito da operação, entre as quais o animador Freddie Starr e o ex-produtor da BBC Wilfred De'Ath.
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