O estadista zimbabweano, Robert Mugabe, assumiu hoje a presidência rotativa da União Africana (UA), sucedendo o seu homólogo da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz.
Mugabe, 90 anos, o presidente mais antigo de África, apertou a mão de Abel Aziz um acto que foi testemunhado pelos líderes presentes na 24ª Cimeira da União Africana, actualmente em curso na cidade de Adis Abeba, capital etíope, no qual Moçambique participa através do ministro dos negócios estrangeiros e cooperação, Oldemiro Baloi, em representação do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Refira-se que desde o ano passado Mugabe assumia o cargo de vice-presidente da UA.
Actualmente, Mugabe é uma das figuras mais controversas no continente e do período pós-colonial.
Depois da sua ascensão ao poder, em 1980, Mugabe conquistou a simpatia das capitais ocidentais, pregando uma mensagem de reconciliação racial e nacional.
Contudo, o brilho de Mugabe desvaneceu-se rapidamente após a introdução do programa de reforma agrária no Zimbabwe que tinha como objectivo redistribuir a terra na posse de uma minoria branca pela maioria negra sem terra.
Apesar disso, Mugabe, que completa 91 anos em Fevereiro próximo, continua a ser admirado em grande parte de África. Aliás, não é por acaso que, no ano passado, Mugabe também assumiu a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC).
Aditi Lalbahadur, analista do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais, descreve a nomeação de Mugabe como presidente AU como 'um endosso por parte dos dirigentes de África'.
Comentando sobre o papel que Mugabe poderá jogar em seu novo cargo, Earnest Mudzengi, analista político independente com sede em Harare, capital zimbabweana, disse que o novo presidente da UA não deverá fazer algo diferente dos seus antecessores.
'Os problemas que afectam o continente são complexos e Mugabe só será exposto a eles e não se pode esperar muitas alterações', disse Mudzengi.
'Não é um sinal muito encorajador', disse em tom de desabafo um diplomata africano, falando na condição de anonimato. 'O estilo de Mugabe pertence a uma geração passada, aquela que faz o poder de refém, e este já não é o credo da UA'.
(RM/AIM)
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Publicado em Mundo
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