sábado, 24 de janeiro de 2015

Revelados novos dados sobre o envenenamento de Alexandre Litvinenko


O funeral de Alexander Litvinenko, em 2006Fotografia © REUTERS


Telegraph revela hoje que a NSA intercetou comunicações entre suspeitos do envenenamento do espião russo e o chefe da operação, provando que se trata de uma execução organizada por Moscovo.


A NSA, serviços de informações e vigilância dos Estados Unidos, intercetou comunicações entre os suspeitos do envenenamento do antigo espião russo Alexandre Litvinenko e o alegado chefe da operação, em Moscovo, escreve hoje o Daily Telegraph.

De acordo com o jornal britânico os contactos telefónicos registaram-se pouco depois da morte do ex-espião russo e membro da oposição, Alexandre Litvinenko, que morreu em 2006, em Londres, vítima de envenenamento por polónio.

O Daily Telegraph não revela o conteúdo das conversas telefónicas intercetadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) mas cita "uma fonte familiar" da vítima que considera que a existência das comunicações constitui uma "prova central" de que se tratou de uma "execução" organizada por Moscovo.

Alexandre Litvinenko, 43 anos, dissidente e ex-membro dos serviços secretos russos (FSB) refugiado no Reino Unido foi hospitalizado com gravidade depois de ter bebido chá com Andrei Lougovoi, agente secreto russo, e o empresário Dmitri Kovtoun, num hotel de Londres.

Litvinenko acaba por sucumbir pouco depois, vítima de envenenamento por polónio, uma substância radioativa.

Os novos elementos captados pela NSA foram entregues às autoridades britânicas mas "não podem ser utilizados em tribunal", refere a mesma notícia do Daily Telegraph.

Segundo a edição de hoje do jornal, a viúva do antigo espião, Marina Litvinenko, pediu que as provas fossem entregues ao magistrado Robert Owen, instrutor do processo reaberto no ano passado, para que sejam apresentadas ao Tribunal Superior de Londres na terça-feira.

No passado mês de outubro, Marina Litvinenko, processou a NSA para que os serviços de informação e vigilância dos Estados Unidos permitissem a divulgação das "comunicações telefónicas de Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtoun, que se encontravam em Londres no período entre 15 de outubro e 01 de novembro de 2006".

Um alto responsável da NSA disse ao Daily Telegraph que não pode revelar "a existência ou não" dos nomes referidos pela viúva da vítima.

Ainda segundo a notícia que foi publicada hoje, Litvinenko foi morto por causa das investigações que tinha feito em vários pontos da Europa e que poderiam revelar as ligações entreVladimir Putin e "um dos criminosos mais perigosos do mundo".

Em julho do ano passado, o magistrado britânico Robert Owen afirmou que o papel do Estado russo tinha "uma importância central na investigação" do caso.

Na altura, Moscovo recusou participar no inquérito judicial britânico e não autorizou a extradição de Andrei Lougovoi, oprincipal suspeito segundo os investigadores britânicos.

O Reino Unido emitiu também um mandato de captura internacional contra o outro suspeito do crime, Dmitri Kovtoun, mas até ao momento a ação judicial não conheceu qualquer evolução.

Atualmente Lougovoi é membro do Parlamento de Moscovo e Dmitri Kovtoun continua a afirmar que é inocente.

A reabertura do inquérito, no dia 31 de julho de 2014, aconteceu na mesma altura em que os Estados Unidos e vários países europeus anunciaram as primeiras sanções contra a Rússia na sequência da guerra na Ucrânia

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