02/04/2014
«Massacre da RENAMO.»
Em 1987, quando estive em África com os consultores dos Negócios Estrangeiros PARA
os candidatos presidenciais republicanos, houve dois «massacres» atribuídos à RENAMO. Um foi em Homoine e outro em Manjacaze, ambos perto da costa sudeste, a menos de 320 km a norte de Maputo. Homoine foi o primeiro. Os relatos do que aconteceu em Homoine foram
os candidatos presidenciais republicanos, houve dois «massacres» atribuídos à RENAMO. Um foi em Homoine e outro em Manjacaze, ambos perto da costa sudeste, a menos de 320 km a norte de Maputo. Homoine foi o primeiro. Os relatos do que aconteceu em Homoine foram
divulgados com inconsistência lógicas e continham referências, mas a versão do Governo fez durante semanas um empolamento do caso na imprensa internacional. O Governo clamou que 300 a 600 soldados da RENAMO, atacaram Homoine, dirigindo-se primeiro ao hospital, onde fuzilaram os doentes. Em seguida, juntaram 386 civis e mataram-nos. Os atacantes escreveram nas paredes do edifício frases e temas pró-RENAMO. Depois, supostamente, enterraram todos os mortos numa vala comum. Nunca ficou bem esclarecido que os corpos fossem alguma vez identificados ou contados.
Existem vários problemas relacionados com este caso. Primeiro, as forças da RENAMO quase nunca viajam em grupos tão grandes como 300 a 600. Não têm botas ou uniformes novos. Segundo, seria difícil juntar 386 civis, a fim de os fuzilar. Os africanos desaparecem no mato ao primeiro som de um disparo. Do mesmo modo, vestir os uniformes do inimigo e cometer atrocidades é uma táctica de guerra em África que o tempo honrou. Além disso, apenas repórteres situacionistas tiveram de imediato acesso ao local. Todos os outros tiveram de esperar dez dias a duas semanas. No entanto, a imprensa internacional levantou um coro de gritos e protestos contra as atrocidades provocadas pela RENAMO.
Algumas semanas mais tarde, aconteceu supostamente um segundo «massacre» em Manjacaze. Fui convidada pelo Governo a ir ao local do massacre; acompanhada pelo ministro de Cultura, assim o fiz. À medida que o dia passava, a história do acontecimento sofria sempre alterações. Primeiro, havia 300 soldados da RENAMO, mais tarde 1000. Supostamente 101 civis tinham sido mortos, mas não se viam nenhuns vestígios na cidade — nem sangue, nem orifícios de balas nas casas, nenhuns corpos. O principal dano que vi tinha sido feito ao gerador de energia que tinha ido pelos ares e ao edifício da Administração que tinha sido pilhado. Perguntei onde ê que as pessoas tinham sido mortas e disseram-me, com um gesto vago, «fora da cidade». Os meus guias levaram-me ao hospital, onde duas camas tinham sido ligeiramente queimadas. Perguntei aos auxiliares se alguém tinha sido morto e disseram-me: «Bem, não, os doentes levaram consigo os mais doentes». Finalmente perguntei se havia quaisquer frases ou graffitiscomo tinha acontecido em Homoine. Os meus guias olharam PARAmim com ar admirado e trocaram impressões entre eles. Em seguida, 20 minutos mais tarde aproximadamente, ao dobrarmos uma esquina havia um muro com um grande sinal onde se lia: «Viva a RENAMO». Aproximei-me e, por alguma razão, passei o meu dedo pela pintura. PARA minha surpresa e choque, estava fresca. Pude apenas deduzir que, fosse o que fosse que tivesse acontecido em Manjacaze, o Governo tinha agarrado a oportunidade de fazer com que se parecesse com o incidente de Homoine, descendo mesmo ao ponto de se falar de ataque ao hospital. Inicialmente, porém, tinha esquecido o graffiti.
mim com ar admirado e trocaram impressões entre eles. Em seguida, 20 minutos mais tarde aproximadamente, ao dobrarmos uma esquina havia um muro com um grande sinal onde se lia: «Viva a RENAMO». Aproximei-me e, por alguma razão, passei o meu dedo pela pintura. PARA minha surpresa e choque, estava fresca. Pude apenas deduzir que, fosse o que fosse que tivesse acontecido em Manjacaze, o Governo tinha agarrado a oportunidade de fazer com que se parecesse com o incidente de Homoine, descendo mesmo ao ponto de se falar de ataque ao hospital. Inicialmente, porém, tinha esquecido o graffiti.
O representante do Departamento de Estado dos Estados Unidosque estava connosco em Manjacaze ficou tão céptico quanto eu no que se refere a qualquer «massacre» que tivesse ocorrido. Tinha visitado Homoine — quando finalmente lhe deram autorização PARA lá ir — duas semanas após o acontecimento. Disse-me que tinha, igualmente, sérias reservas sobre a versão que tinha sido veiculada sobre aquele acontecimento. Sem qualquer sombra de dúvida, enviou os relatórios PARA Washington, mas parece que tiveram pouco ou nenhum efeito. Entreguei o meu relatório sobre os «massacres» à secretaria africana do Departamento de Estado, mas nem sequer um vislumbre de interesse chegou aos meus ouvidos.
lá ir — duas semanas após o acontecimento. Disse-me que tinha, igualmente, sérias reservas sobre a versão que tinha sido veiculada sobre aquele acontecimento. Sem qualquer sombra de dúvida, enviou os relatórios PARA Washington, mas parece que tiveram pouco ou nenhum efeito. Entreguei o meu relatório sobre os «massacres» à secretaria africana do Departamento de Estado, mas nem sequer um vislumbre de interesse chegou aos meus ouvidos.
Até agora, estes dois «massacres» foram incidentes que permaneceram isolados. Não houve ne nhum, antes da visita da delegação dos Negócios Estrangeiros e, desde então, também nenhum outro foi referido. Tudo leva a crer que foram orquestrados pela FRELIMO PARA benefício da delegação.
benefício da delegação.
«Ataque da FRELIMO»»
Mais recentemente, em 1989, na minha viagem através de Moçambique e no meu caminho PARA a Gorongosa, tinha o hábito de todas as noites escutar as notícias na rádio. Às 8 horas costumávamos reunir em volta da fogueira e sintonizávamos a «Voz da América» da BBC. Uma noite ouvimos um relato de que a FRELIMO tinha capturado cinco bases da RENAMO, tinha morto mais ou menos 300 guerrilheiros e libertado cerca de 400 civis. Tal era descrito como uma ofensiva degrande porte e de êxito para as forças da FRELIMO. Tentámos fazer uma ideia onde é que o ataque tinha ocorrido e, à medida que a rádio referia nomes locais, compreendemos que estávamos sentados no meio da alegada zona de batalha e que tínhamos caminhado por ela todo o dia. Tinha sido uma história completamente fabricada. Fiquei horrorizada, mas os meus guias da RENAMO limitaram-se a rir e disseram que a FRELIMO publica histórias como essa a todo tempo. Tais relatos constituem um triste testemunho de como um governo decadente está disposto a distorcer a verdade para permanecer no poder.
a Gorongosa, tinha o hábito de todas as noites escutar as notícias na rádio. Às 8 horas costumávamos reunir em volta da fogueira e sintonizávamos a «Voz da América» da BBC. Uma noite ouvimos um relato de que a FRELIMO tinha capturado cinco bases da RENAMO, tinha morto mais ou menos 300 guerrilheiros e libertado cerca de 400 civis. Tal era descrito como uma ofensiva degrande porte e de êxito para as forças da FRELIMO. Tentámos fazer uma ideia onde é que o ataque tinha ocorrido e, à medida que a rádio referia nomes locais, compreendemos que estávamos sentados no meio da alegada zona de batalha e que tínhamos caminhado por ela todo o dia. Tinha sido uma história completamente fabricada. Fiquei horrorizada, mas os meus guias da RENAMO limitaram-se a rir e disseram que a FRELIMO publica histórias como essa a todo tempo. Tais relatos constituem um triste testemunho de como um governo decadente está disposto a distorcer a verdade para permanecer no poder.
RENAMO – EM DEFESA DA DEMOCRACIA EM MOÇAMBIQUE, de Sibyl W. Cline, págs 47/50
(Na foto a autora com Robert Callen MacKenzie e soldados da Unita em Angola)
comments
1
umBhalane said in reply to Amisse Americo Jamal...
Com o devido respeito,
as machambas colectivas, as aldeias comunais (campos de concentração),
estão PARA o chibalo,
o chibalo,
assim como os "gulags" da Sibéria (URSS),
estão PARA o Tarrafal (Cabo Verde, colónia/província ultramarina).
o Tarrafal (Cabo Verde, colónia/província ultramarina).
São os 2 maus, mas um é muito pior, muito pior.
É BOM ACORDAR DE VEZ.
Fungulani pyadidi maso muwone – abram bem os olhos PARAverem (bem).
verem (bem).
É PRECISO REFLECTIR.
VAMOS REFLECTIR AINDA MAIS MELHOR.
O INIMIGO JÁ ESTÁ CONCRETAMENTE BEM DEFINIDO, E VERIFICADO.
"O povo deve lembrar-se sempre do seu inimigo"
Ife tensene tinadzmanga FIRlimo
NÓS todos vamos correr com a FIRlimo.
Na luta do povo ninguém se cansa.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).
A LUTA É CONTÍNUA
2
Amisse Americo Jamal said...
"Renamo e sinonimo de sofrimento em Mocambique"
So pode dizer quem vive do suor do povo que acredito que seja o caso deste senhor.
De toda forma, ate 1992 so podia fazer, em media 15 km com guia de marcha. ate la havia campos pra aplicacao do chamboco da frelimo que tornou homens impotentes, tantos, no lugar da palmatoria colonial.
A operacao producao da frelimo (AEG)foi interrompida,
As machambas colectivas que muita fome causaram versao frelimista do trabalho, chibalo portugues;
O "Unidade, Trabalho e Vigilancia" embora alguem tentou reabilitar com "Decisao Tomada, Decisao Cumprida" agora na gaveta, foi "esmagada".
O SNASP foi forcada a mudar de direccao.
o uso de raizes como detergente enquando este machatlimone@yahoo.com usava sabao no predio, como se calhar secretario da frelimo, o privilegiado, terminou.
Lamentavelmente o tal ainda nao reparou que nao e normal a multiplicacao ANONIMOS E ANONIMATOS em debates publicos numa "democracia"? e sinal de FOBIAS.
"O opressor nao seria muito forte, se nao houvesse cumplices entre proprios oprimidos"
"O vadio perde-se, o escravo liberta-se"
3
Antonio said...
Os discursos Políticos e todos os artigos de comunicação social elaborados por pessoas que apresentam algum preconceito de tendência política, sempre são embuidos de de cheiros que podem ferir algumas sensibilidades. Tenho dificuldades em encontra as coisas estranas sobre o Massacre de Homoíne dado queu estava lá. Sou um verdadeiro sobrevivente daquele macabre acontecimento. Se todas as dúvidas que são levantadas sobre este Massacre estão relacionadas com o número de pessoas Mortas, aí me absteno a comentar com profundidade mas somente posso deizer que foram centenas de pessoas. Se a discussão for sobre quem é que fez o Masacre, aí fico com algum sentimento de legitimidade PARAdiscutir o assunto dado que, tenho alguns factos que podem apoiar as minhas posições. PARA mim, o Massacre de Homoíne foi feito pela RENAMO ou, pelo menos não fou feito pela FRELIMO. O meu facto é qte tenho parentes de Segundo grau que foram raptados neste Massacre e permaneceram nas bases da RENAMO desde 1986 tendo voltado para casa depois do Sessar fogo de 1992. Movido por estes discurso, já provoquei conversas com os meus referidos parentes e estes em nenhum momento mostraram uma possibilidade de terem sido raptados pela Própria FRELIMO e depois entregues as Bases da RENAMO... Só este facto para mim é muito forte do que qualquer outro.
discutir o assunto dado que, tenho alguns factos que podem apoiar as minhas posições. PARA mim, o Massacre de Homoíne foi feito pela RENAMO ou, pelo menos não fou feito pela FRELIMO. O meu facto é qte tenho parentes de Segundo grau que foram raptados neste Massacre e permaneceram nas bases da RENAMO desde 1986 tendo voltado para casa depois do Sessar fogo de 1992. Movido por estes discurso, já provoquei conversas com os meus referidos parentes e estes em nenhum momento mostraram uma possibilidade de terem sido raptados pela Própria FRELIMO e depois entregues as Bases da RENAMO... Só este facto para mim é muito forte do que qualquer outro.
Falar de fardamento e botas novas... Não sei se é relevante. A pouco tempo todos nós vimos o Presidente da RENAMO, o Afonso Dlakama a se recencear nas Matas de Gorongosa escoltado por um aparato de soldados alguns com fardamento novo. Acredito que tenha conseguido nos assaltos que fazem aos soldados Governamentais ou da FRELIMO, como queiram tratar.
Por isso, consider isto tudo como vonversa de fantoches apaixonados pelas suas cores Políticas e que ignoram todo um sentimento das pessoas que foram pelo menos vítimas do Massacre de Homoíne.
Sobre o Massacre de Manjacaze, não tenho material PARAcomentar.
comentar.
Não falei mais nada!!!!!
4
Ex-guerrilheiro said...
A foto da senhora é com soldados da UNITA.
5
Matolinha said...
Fiquei com algumas dúvidas.
Por exemplo:
"Por favor deixem-nos viver em paz."
Ou,
"Por favor deixem-nos matar em paz."
A outra é a seguinte:
"Tudo tem causa. Neste caso a RENAMO e que e o causador de tudo."
Pergunto eu:
Será que se lembra da história toda, ou só se estará a querer lembrar da parte que mais lhe convém?
Se só estiver a funcionar em regime de "memória selectiva" então haverá pouco a fazer, se o mal for o desconhecimento puro e simples da História, recomendo-lhe que comece por ler muitos dos escritos do Senhor Francisco Moises. Verá que ajuda.
Sem a colaboração do povo, a Renamo não teria sequer nascido, ou teria sido já totalmente esquartejada.
Matolinha.
P.S. Tapar os seus próprios olhos não fará com que os outros deixem de ver. É uma reacção infantil essa, a sua.
6
MACUA DE MOÇAMBIQUE said...
Não era PARA difundir, mas aqui vou colocar um (de vários)email recebido há pouco de quem mora na zona da Serra da Gorongosa(omitindo o local exacto):
difundir, mas aqui vou colocar um (de vários)email recebido há pouco de quem mora na zona da Serra da Gorongosa(omitindo o local exacto):
"Boa tarde amigo, aqui em ..... nesses últimos dois dias esta calmo mas atentos porque a qualquer momento podemos fugir de novo as matas PARA se esconder das FADM, antes de ontem(1.3.2014) passaram a pe carregando comida PARAabastecer o posto de casa banana e na volta vieram de carros quando chegaram na nossa zona começaram a disparar as armas ao ar com medo de emboscadas, lembrando que algumas pessoas perderam suas casas e comida porque as FADM queimaram alegando que somos cúmplices dos homens da Renamo e é nesta acção que ficamos quase 5 dias a dormir nas matas e outros vizinhos capturados com eles estao
se esconder das FADM, antes de ontem(1.3.2014) passaram a pe carregando comida PARAabastecer o posto de casa banana e na volta vieram de carros quando chegaram na nossa zona começaram a disparar as armas ao ar com medo de emboscadas, lembrando que algumas pessoas perderam suas casas e comida porque as FADM queimaram alegando que somos cúmplices dos homens da Renamo e é nesta acção que ficamos quase 5 dias a dormir nas matas e outros vizinhos capturados com eles estao
desaparecidos ate então.
Espero que as autoridades internacionais possam intervir rápido porque nos como civis estamos a sofrer com essa guerra sem causa."
Como pode verificar foram as "FADM (que)queimaram alegando que somos cúmplices dos homens da Renamo"
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
PS: Como em todas as ditaduras, só falta concretizar a penalização e a escuta oficiais dos telemóveis e os emails da net, o que já foi deliberado em Conselho de Ministros de Moçambique.
7
machatlimone@yahoo.com said...
It is sad to see people like these reminding us of diversion strategy. What is the purpose of this article? Discrediting the Mozambican Government and promote RENAMO? Is there a doubt Renamo is a rebel movement created to massacre? If it was against communism, what is it against today?
I always believed there was an external hand behind Renamo. Some funy creatures in the USA are hypnotizing Dlakama making him believe he is right while he is dancing to the tune of the extremist.
Por favor deixem-nos viver em paz. Nao vejo valor nenhum deste artigo senao reabir feridas. O articulista quer nos dar entender que o governo massacrou o seu proprio povo so PARA"desacreditar a Renamo"? Renamo e sinonimo de sofrimento em Mocambique. E sinonimo de destruicoes. Agora vamos supor que sim, o que o articulista diz seja verdade. Porque motivo o governo faria isso? Se a rebeldia desumana da Renamo nao existisse, haveria necessidade disso? Tudo tem causa. Neste caso a RENAMO e que e o causador de tudo. Um bando de gente sem humanismo apenas suas ambicoes pessoais. Os Simones Macuianas ate tem medo de ir a terra natal ate que tal seja garantido pelos tais observadores internacionais. A Renamo vive no e do casaco dos agentes externos. A Renamo tem medo do povo.
"desacreditar a Renamo"? Renamo e sinonimo de sofrimento em Mocambique. E sinonimo de destruicoes. Agora vamos supor que sim, o que o articulista diz seja verdade. Porque motivo o governo faria isso? Se a rebeldia desumana da Renamo nao existisse, haveria necessidade disso? Tudo tem causa. Neste caso a RENAMO e que e o causador de tudo. Um bando de gente sem humanismo apenas suas ambicoes pessoais. Os Simones Macuianas ate tem medo de ir a terra natal ate que tal seja garantido pelos tais observadores internacionais. A Renamo vive no e do casaco dos agentes externos. A Renamo tem medo do povo.