quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Frelimo rejeita proposta de Governo de gestão da Renamo

Resultados dos exames a bebida que matou 73 pessoas em Tete anunciados esta sexta-feira

O produto supostamente envenenado foi consumido por mais de 130 pessoas.
VOA Português
Em Moçambique as autoridades devem revelar esta sexta-feira, 16, os resultados dos exames de laboratório à bebida que na semana passada provocou 73 mortos e lesões em mais de 40 pessoas que estão a ser tratadas.
Amostras da mistura de sorgo, milho e açúcar, localmente chamada pombe, também são analisadas por técnicos sul-africanos e portugueses. 
O produto supostamente envenenado foi consumido por mais de 130 pessoas.
A maioria voltava de um funeral na localidade de Chitima, na província central de Tete.
Uma criança de dois anos e a mulher que produziu a bebida estavam entre os mortos, que consumiram a mistura na qual se suspeita ter sido colocado veneno de crocodilo.
Em conversa com a VOA, o representante interino da Organização Mundial da Saúde, em Moçambique, Ambrósio Disadidi disse desconhecer o resultado dos exames e actualizou a situação em que as autoridades ainda procuram por eventuais vítimas.

Porta-voz do partido governamental rejeita cenário de crise constitucional.
Alvaro Ludgero Andrade
A Frelimo não aceita a proposta de Governo de gestão feita pelo presidente da Renamo e diz repudiar a postura de violência e intimidação do partido de Afonso Dhlakama. A afirmação é do porta-voz do partido governamental que recusa ainda a ideia de que pode haver uma crise constitucional pelo facto de os deputados da Renamo não terem assumido as suas cadeiras na Assembleia da República.
Frelimo rejeita proposta de Governo de gestão feita pela Renamo -2:56
O Conselho Político Nacional da Renamo está reunido em Caia, na província de Sofala, para decidir a estratégia a seguir após a posse do Presidente da República, do novo Governo e dos governadores provinciais.
Na agenda dos trabalhos está a proposta de um Governo de gestão feita por Afonso Dhlakama.
Entretanto, segundo disse Ezequiel Gusse, porta-voz da reunião, a Renamo vai tentar envolver diplomatas estrangeiros em Maputo e organizações internacionais para impor a sua proposta de Governo de gestão em Moçambique ou nas províncias autónomas no centro e norte do país.
A Frelimo disse rejeitar liminarmente a proposta de Afonso Dhlakama. Damião José, porta-voz do partido governamental disse à VOA que o país está a funcionar e não sujeitar-se aos interesses da Renamo.
“Não aceitamos esta proposta, porque o Presidente, o Governo e os governadores já foram empossados e o país e as instituições funcionam normalmente”, assegurou José.
O porta-voz da Frelimo afirmou não temer a guerra porque os moçambicanos querem a paz e acredita que com diálogo tudo será resolvido.
Entretanto, juristas disseram à VOA que a recusa dos deputados da Renamo em assumir os sues lugares no Parlamento e sobretudo nas Assembleias Provinciais pode abrir uma crise constitucional que só poderá ser ultrapassada com uma eventual intervenção do novo Chefe de Estado.
Damião José, entretanto, garante que “não haverá crise constitucional, apesar de os candidatos da Renamo estarem a desrespeitar aqueles que votaram neles”.

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