O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) garantiu que o seu partido "não se apoia na autoexclusão", considerando que, para "mudar o estado das coisas, é necessário estar na vida política do país".
Num texto colocado na página do MDM da rede social Facebook e citado pela agência Lusa, Daviz Simango explicou por que razão os eleitos pelo MDM, terceira força mais votada nas eleições gerais de 15 de outubro passado, tomaram posse dos respetivos cargos.
"Deixar de assumir os cargos seria virar as costas ao povo que votou nos membros do MDM, seria negar aos eleitores que tenham voz na Assembleia da República e nas Assembleias Provinciais. Tomamos posse em respeito dos votos que nos foram atribuídos - ainda que muito menos do que os votos de facto - e é com esses recursos que vamos lutar para que a soberania resida no povo", salientou.
A Lusa cita ainda Simango a dizer que "também não fugimos à luta da vida republicana e assistimos à cerimónia de tomada de posse para, frente a frente com os que usurpam o poder, vermos até onde vai esta vergonha. Que os compromissos assumidos sejam cumpridos e seremos as testemunhas que não se poderão calar", acrescentou Simango, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, realizadas na mesma data que as gerais.
Sem nunca referir a Frelimo, no poder, ou a Renamo, segunda força mais votada, Daviz Simango reafirma que deve ficar claro que o MDM continua a questionar os resultados eleitorais.
"Que fique claro que nunca concordamos com a maneira como as eleições gerais de outubro passado foram conduzidas (...) Longe de aceitarmos as injustiças, abusos, fraudes e violências cometidas durante o processo eleitoral, lutamos com a bandeira da coerência ao declararmos nossa posição de repúdio à situação e ao processar juridicamente todos os atos ilícitos cometidos durante as eleições", escreveu.
Moçambique realizou eleições gerais (assembleias provinciais, legislativas e presidenciais) a 15 de outubro, cujos resultados proclamados, e rejeitados pela oposição, deram a vitória à Frelimo e ao seu candidato presidencial Filipe Nyusi, colocando a Renamo e o seu líder, Afonso Dhlakama em segundo lugar e o MDM e o seu presidente, Daviz Simango em terceiro.
A concluir o texto, Simango adiantou: "a coragem não se mede pelo medo que se gera aos outros. Mas sim pelo compromisso em continuar avançando com as armas da luta diária das leis, da contestação e da conquista da estabilidade política e social, refletida na melhoria da qualidade de vida do nosso povo".
"É com essas armas que lutamos e lutaremos, implacavelmente. E é com essas armas que temos certeza de que Moçambique poderá caminhar para dias melhores, com progresso, desenvolvimento e, principalmente, paz", conclui.
Sem comentários:
Enviar um comentário
MTQ