O cessar-fogo que está a vigorar em Muxúngue a pedido do Presidente da República, pode ser interrompido a qualquer momento se as forças da RENAMO encontrarem soldados governamentais em posições escondidas no mato a constituir perigo para a segurança do seu Líder e delas próprias. A segurança e a tranquilidade no país dependem do comportamento das Forças de Intervenção Rápida, principalmente em Muxúngue, distrito da Gorongosa onde está a base de Sathungira que o Presidente da RENAMO tomou actualmente por morada permanente. Afonso Dhlakama escolheu Sathungira como local estratégico para desencadear uma acção de pressão contra os abusos de poder que caracterizam o partido da maçaroca e seu governo, usando a força militar sempre que isso se mostre necessário. Depois de 20 anos a suportar violações constantes aos acordos de Roma que deveriam pôr fim à Guerra em Moçambique, mas quase nem chegaram a ser uma trégua completa devido às constantes investidas político militares por parte do governo frelimizado, o Presidente da RENAMO disse durante a conferência de imprensa por ele concedida na passada Quinta-Feira, nas matas da Gorongosa que o problema são as violações constantes ao Acordo Geral de Paz. Assumindo uma atitude didáctica, e falando como um professor a seus alunos, o Presidente explicou que o Acordo de Roma era para parar com a guerra e isto acontece quando as partes negoceiam os pontos chegam a uma mútua satisfação, e ambos se comprometem a depôr as armas, porque os ganhos recíprocos foram encontrados. Mas se um lado volta a por na água tudo o que foi considerado como ganho de ambos, volta a fazer o mesmo que fez com que houvesse a guerra. Qual seria a resposta se os senhores que estão aqui estivessem nessa situação? Manter-se-iam passivos a levar surra porque querem ser os melhores diplomatas do mundo? Caracterizando os tempos após os entendimento de Roma, o Líder falou de 20 anos de sacrifício em que todos os dias fomos amarrados, batidos, roubados, chamboqueados, massacrados e atacados militarmente. Nas cidades e distritos a perdermos filhos, irmãos, tios, Por isso ele apelidou estas duas décadas "de anos da Democracia entre aspas." O General que esteve à cabeça do movimento de guerrilha que trouxe a Democracia ao país e que hoje lidera o Partido nascido dos 16 anos da luta pela Democracia Multipartidária em Moçambique sublinhou que durante este tempo nunca um ex-guerrilheiro da RENAMO violou o acordo mesmo que fosse para responder as provocações, mas esta realidade agora vai mudar. A ordem agora é de que quem leva uma bofetada e sente dor, deve devolve-la para que quem lha deu sinta dor também. Afonso Dhlakama considerou incrível o silêncio de todos perante as violações por parte dos comunistas hoje no Governo. Chegavam a ser espectaculares! Todos aqueles que nos vinham atacar não o faziam secretamente, mas sim abertamente. Parecia direito deles. Era como se tivessem um outro Deus deles!
E sublinhou que foi o primeiro a ensinar ao mundo que um ser humano pode ter paciência e manter a Paz. Mesmo a levar surra. Afirmou que esta parte é muito importante, porque hoje todo o Mundo está preocupado com o combate de Muxúngue. Já se fala em opinião pública, mas quando éramos massacrados, mais de 350 membros da RENAMO mortos em Montepuez, não houve opinião pública. A RENAMO está cansada, de ser violentada, sem responder. Já é o suficiente para todo o mundo acreditar que Dhlakama quer a Paz. Estou chocado por ouvir falar agora da opinião pública. Onde esta a opinião publica? Quando fomos atacados em Nampula no dia 8 de Outubro, mulheres foram batidas, mortas e tudo. Felizmente porque Deus está connosco, ninguém da RENAMO morreu. Morreram eles, e eu não ouvi nenhum diplomata, nem jornalista, nem país a criticar o ataque. Onde está a opinião pública? Quer dizer que a opinião pública é só quando a RENAMO também responde a violência. Isto não é bom. Sou filho de pessoa. Também sou moçambicano. Deus também conta comigo neste País. A gota de água para toda a actual crise política em que Moçambique se encontra, foram os combates entre a FIR e os guerrilheiros da RENAMO. Por isso, o Presidente deu a sua versão sobre os factos. Segundo disse, os desmobilizados da RENAMO, como acontece com os desmobilizados da FRELIMO têm-se reunido com seus chefes fazendo jus ao seu passado que os tornou Históricos, porque vieram da guerra. Ambos lutaram e agora já são civis. As vezes encontram-se em associações, conversações, para verem como é o futuro deles. A FRELIMO se habituou durante os 20 anos a atacar os colegas sempre que estivessem reunidos, e desta vez fez o mesmo e com maior gravidade porque houvera mortes e prisões. A reacção também foi diferente. Os desmobilizados exigiram que Dhlakama lhes deixasse ripostar o ataque e o fizeram com as proporções que foram mediatizadas. Para Dhlakama, o à-vontade com que as atrocidades contra os seus membros são feitas é comparável a festas, a agressões sobre escravos e a campanhas de xenofobia, para depois sublinhar que todas as adversidades que se criavam a partir de tais massacres, eram por si suportadas. Dhlakama, comentou o facto de a FRELIMO não ter dinheiro para fazer o exército apartidário do país, mas conseguir formar o exército da FIR (Forca de Intervenção Rápida) que considerou como uma força partidária da Maçaroca. Também enfatizou que esta constitui um exército particular de uma força política e actua com armamento pesado e caro, tem os melhores fardamentos e vencimentos altos.
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