sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Barack Obama joga “grande cartada” na reaproximação com Cuba


Hoje, 16:27
EUA, Cuba, Barack Obama, política, entrevista, opinião
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A notícia da reaproximação dos EUA com Cuba “pegou todo o mundo de surpresa”, comenta o professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Geraldo Zahran, em uma entrevista à emissora Sputnik.

Segundo ele, esta é uma “grande cartada”. Já outra “grande cartada”, que Barack Obamapode estar guardando ainda, é a eventual reativação das relações diplomáticas com o Irã em 2015.
Porém, a iniciativa do presidente estadunidense enfrenta certa resistência entre a oposição, que aumentou depois das eleições legislativas de novembro. Agora, afirma o professor Zahran, “ele tem dois anos de governo, ainda com oposição tanto no Congresso, como no Senado”. Talvez seja por isso que ele começou a prestar atenção a direções “incomuns” dapolítica externa norte-americana:
“Assinou acordos climáticos com a China, assinou acordos comerciais também com a China e com a Índia, e essa é mais uma grande cartada, uma grande mudança da diplomacia dos EUA, a reaproximação com Cuba. Tudo indica que os próximos dois anos serão interessantes pelo menos na política externa norte-americana” .
O cientista político acredita que a reabertura das embaixadas vai demorar um pouco mais, primeiro “vão entrar no processo longo de reativação de conversas para a reabertura das embaixadas e outras medidas”. Já a nomeação de embaixador é tramitada pelo Senado, e neste assunto Obama também irá encontrar oposição. Logo depois do anúncio da decisão presidencial, surgiram críticas duras da parte dos republicanos. Por exemplo, o senador John McCain, famoso pelo seu apoio ao governo de Yatsenyuk na Ucrânia, disse no seu Twitter: “Com o plano do presidente Obama sobre Cuba, não estou surpreendido que nossos inimigos ganhem força e nossos amigos fiquem desmoralizados”.
O lobby cubano nos EUA também é contra a reaproximação, até dizendo que o presidente “participa da ditadura”, diz o professor Zahran. Mas, comenta ele, Obama está fazendo uma “boa aposta, uma aposta necessária”. Essa aposta, diz, já tem o apoio dos setores empresariais, que têm em Cuba interesses financeiros.
Segundo o especialista, Obama “discute influência com a Rússia, com Putin”, oferecendo os EUA como uma alternativa a países tradicionalmente parceiros da Rússia.
De modo que Cuba não é o único país. “O próximo da lista deve ser a reaproximação com o Irã”, afirma Geraldo Zahran.

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