Porém, quem quis utilizou a maravilhosa ideia de tolerância e de igualdade de direitos nos seus próprios interesses. Tentando tornar-se exemplo de tolerância, a Europa, sua principal defensora, renunciou a muitos dos valores morais a favor de conceitos deturpados como “tolerância total”. Por exemplo, já é difícil chamar cristãos aos europeus, ou até mesmo crentes. Eles há muito que se afastaram nesse sentido, afirma Leonid Savin, redator-chefe da edição de informação e análise Geopolitika:
"A primeira etapa foram os resultados da Guerra dos Trinta Anos e a criação do mundo post-Westfall, quando foi decidido que os dirigentes dos Estados deviam realizar a política não se baseando em valores religiosos, mas laicos. E a segunda etapa foi, claro, a organização do pós-guerra, quando foi dado início ao projeto da União Europeia. Ele foi apoiado de todas as formas pelos Estados Unidos. A identidade nacional começou a corroer-se e, para fazer uma espécie de “cadinho” dos povos europeus, inicialmente a França e a Alemanha fizeram cedências e, depois, os restantes países. Fecharam os olhos a numerosas diferenças culturais, e isso reflete-se, nomeadamente, na política de imigração”.
Além de na Europa serem cada vez menos os crentes em geral, e os cristãos em particular, os que ainda frequentam os templos e as igrejas passaram a olhar para a sua fé de forma muito mais simplista, assinala Alexei Iudin, candidato em ciências históricas:
“A religião está saindo da Europa. O número de vocações para o sacerdócio baixou bruscamente, os seminários estão vazios, há poucas pessoas nos templos. A própria vida religiosa transforma-se em uma espécie de reunião social: vieram, encontraram-se, conversaram e dispersaram. Até nas igrejas eles não se comportam como pessoas religiosas. Por isso, surge, antes de tudo, a perda dos próprios valores. Ou seja, se você manifesta tolerância, você se baseia em certas convicções, mas, hoje, parece que essas convicções se tornam cada vez mais amorfas”.
Por outro lado, torna-se cada vez mais evidente a influência de outras religiões na Europa. O lugar do Cristianismo é ocupado, nomeadamente, pelo Islã, diminui o número de templos e aumenta o de mesquitas. Aos países da UE chegam pessoas de todos os cantos da Terra, que trazem consigo os seus conceitos de cultura e religião, assinala Leonid Savin:
"Há dois tipos de imigrantes: os imigrantes, cuja segunda e terceira gerações vivem na Europa, que já se adaptaram. E a nova onda que traz os seus valores. E eles esbarram na forma de pensar dos europeus. Os governos não são capazes de elaborar uma política aceitável para regular as relações, o que provoca conflitos. Penso que aqui é preciso mais a experiência da Rússia e do Brasil, para ajudar a Europa a resolver este problema”.
Liberais em tudo, nomeadamente na política de imigração, os europeus já começaram tomar consciência de que a fé cristã enfraquecida cede as suas posições ao Islã conservador. Os muçulmanos não estão prontos a renunciar às suas bases culturais e religiosas, ao contrário dos europeus. Semelhante desequilíbrio atiça conflitos no continente. A Europa não esperava que a tolerância se transformasse em conflitos, nomeadamente com base na religião.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_11_21/Europa-tolerante-nao-ha-religiao-nao-ha-problema-1631/
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