segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Alegado narcotraficante detido no Quénia diz ter apoiado luta do ANC contra o “apartheid”

“Operação Nyali”
Vicky” Goswami, um dos quatro indivíduos detidos em Mombaça, no passado dia 9, por alegado envolvimento na exportação de narcóticos para os Estados Unidos, afirma ter apoiado a luta do ANC CONTRA o regime do “apartheid”, quando vivia na Zâmbia. Num trabalho de investigação publicado na edição de ontem do semanário sul-africano “SUNDAY TIMES”, Goswami é citado com tendo afirmado que contribuiu com valores monetários não especificados para a luta travada pelo Congresso Nacional Africano, mas recusou-se a divulgar os nomes das pessoas do ANC com quem colaborava, uma das quais chegou a ocupar um cargo ministerial.
Segundo a reportagem do “Sunday Times”, em 1983 “Vicky” Goswami reuniu-se em Lusaka com Irvin Khoza, ACTUAL presidente da equipa de futebol sul-africana Orlando Pirates e da Liga de Futebol da África do Sul
Quando se preparava para embarcar no Aeroporto Internacional de Lusaka, num voo com destino à África do Sul, Khoza foi detido pela Polícia zambiana na posse de “mandrax”. Ao comparecer perante um tribunal em Lusaka, Irvin Khoza declarou ter recebido o carregamento de “mandrax” de um representante do ANC no Quénia.


Posteriormente à detenção de Khoza, a Comissão Contra a Corrupção da Zâmbia passou a investigar as actividades de Vijay “Vicky” Goswami em território zambiano. Em Novembro de 1983, Vijay “Vicky” Goswami fugiu para a África do Sul, depois de ter sido alertado por um antigo ministro zambiano de que estava em vias de ser deportado para a Índia, seu país de origem.
Quando se encontrava radicado na África do Sul, Vijay “Vicky” Goswami movimentava-se em círculos influentes do Governo dirigido pelo ANC, tendo posado ao lado do presidente Nelson Mandela durante a FINALda Taça de Futebol das Nações Africanas, que se realizou no Estádio FBN de Joanesburgo, em 1996.
Goswami deixou a África do Sul com destino ao Dubai em 1997, onde seria detido em 21 de Junho desse ano na posse de “mandrax”, no valor de seis milhões. Foi condenado a prisão perpétua por um tribunal do Dubai, mas, em 15 de Outubro de 2012, foi posto em liberdade, após ter cumprido 16 anos atrás das GRADES. Passou então a viver no Quénia, até ser detido na cidade de portuária de Mombaça nos princípios deste mês, numa operação conjunta levada a cabo pela Polícia queniana e agentes da DEA, agência norte-americana de combate à droga. 
A imprensa indiana implicou o empresário moçambicano Mohamed Bachir Suleman na detenção de “VICKY” Goswami e de três outros alegados narcotraficantes, o que foi enfaticamente desmentido pelo porta-voz da Polícia moçambicana, Pedro Cossa.
CANALMOZ – 24.11.2014

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