“Após a compra de helicópteros Apache e de mais um lote de aviões de carga C-17, a política de compras seletivas será substituída pela elaboração conjunta de sistemas de armamentos de elevada sofisticação tecnológica em vez de modernização de armas antigas, como por exemplo, os projécteis de luta antitanque Javelin”, considera o professor catedrático do Centro de Pesquisas Políticas, Bharat Karnad.
Infelizmente, tais expectativas otimistas não são partilhadas por analistas militares russos. O redactor-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional), Igor Korotchenko, afirma que os EUA não irão admitir o acesso da Índia ao mercado de suas tecnologias modernas na área de armamentos:
“A política da Índia consiste em organizar a produção nacional ao abrigo de contratos de licenciamento. Mas é evidente que os EUA não irão proporcionar tal possibilidade à Índia. Podem conceder licenças para as armas que não interessam a Nova Deli”.
É verdade que, nos últimos 4 anos, a Organização de Pesquisas e Projetos Militares (Defence Research Development Organisation (DRDO) tem gasto em vão múltiplos esforços para obter um consenso da companhia norte-americana Raytheon quanto à projeção conjunta do sistema de defesa contra mísseis balísticos. Mas os EUA preferem não revelar seus segredos tecnológicos.
No que respeita aos foguetes Javelin, elogiados por Washington, a sua vantagem perante os análogos israelenses tem sido muito duvidosa. Os foguetes de luta antitanque Spike, fabricados pela empresa israelense Rafael, já foram testados na Índia, tendo merecido um alto apreço de militares indianos. Alguns peritos duvidam que os EUA possam fornecer à Índia a última versão dos Javelin.
Entretanto, a Índia e os EUA haviam acordado uma projeção conjunta dos sistemas de detecção de explosivos e do sistema de comando e comunicações C41 (Command, Control, Communications, Computers and Intelligence). Todavia, uma decisão definitiva sobre estes projetos ainda não tomada, adianta Igor Korotchenko:
“A Índia se mostra interessada em outros projetos, de porte maior. Por exemplo, alguns acordos russo-indianos prevêem a projeção de um caça de 5ª geração. Ou a produção sob a licença russa de carros de combate T-90S ou de caças Su-30MKI. Os EUA não admitirão seu empenho em tais projetos, oferecendo uns de escala muito menor e insignificante”.
No entanto, a escolha de parceiros na área de produção e fornecimento de armas tem sido feita por políticos, assinala o perito:
“No caso da Índia, a aquisição de armas tem mais a ver com a diversificação de riscos no processo de compra. A questão da qualidade está no segundo plano. De qualquer maneira, a Índia terá de lidar com vários exportadores”.
O mercado indiano tem sido importante para os EUA. O setor militar norte-americano está vivendo os tempos difíceis. Os contratos de venda em larga escala podem ajudar a superar o período da crise. Por isso, Washington envidará os esforços máximos para afastar do mercado seus concorrentes da Europa, Israel e da Rússia.
Moscou, por sua vez, “não se dá por vencida”. No decurso das manobras russo-indianas Indra 2014, os militares da Índia tiveram a possibilidade de experimentar várias armas modernas russas - lança-granadas, novas metralhadoras Kalashnikov (AKM) e fuzis de precisão SVD.
Neste contexto, a delegação indiana prometeu “informar o comando das tropas sobre a necessidade de comprar armas e equipamentos militares russos para a infantaria motorizada”.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_05/EUA-querem-afastar-R-ssia-do-mercado-indiano-8569/
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