A aeronave malaia caiu na região de Donetsk. Todas as 298 pessoas, que se encontravam a bordo do avião, foram mortas. Cada vez mais peritos inclinam-se à opinião de que o Boeing teria sido abatido por um caça ucraniano e de que a horrorosa provocação teria sido organizada para endurecer sanções econômicas contra Moscou e reforçar apoio aos golpistas de Kiev.
Segunda-feira, em 8 de setembro, um novo grupo de peritos para estudar circunstâncias do desastre chegará da Malásia à Ucrânia. O segundo grupo, composto de 50 pessoas, partirá para Kiev mais tarde. O ministro da Defesa da Malásia, Hishammuddin Hussein, pretende, em suas palavras, visitar nos próximos dois dias a Ucrânia, Rússia e Holanda para discutir todas as questões ligadas à investigação do incidente.
“Nenhum culpado da tragédia deve escapar à justiça e à pena merecida”, disse Hishammuddin Hussein. O ministro não mencionou as possíveis causas da catástrofe, mas na imprensa malaia são referidas cada vez com maior insistência as versões de que o avião teria sido abatido por Kiev casual ou premeditadamente. A variante “premeditada” ganha com cada dia mais partidários.
Tais investigações, geralmente, duram de um a dois anos: a publicação das conclusões definitivas da comissão sobre o voo MH17 está prevista para julho de 2015. É preocupante, porém, que não há quaisquer dados sobre a etapa intermediária do inquérito, como se alguém está peneirando fatos ou encobrindo provas, considera Alfred Malinovsky, um dos principais peritos russos na investigação de catástrofes e incidentes aéreos e vice-presidente da União da Aviação Civil da Rússia.
Também suspeita muito a rapidez com que a mídia ocidental, sobretudo dos Estados Unidos e da Inglaterra, acusou diretamente da tragédia a Rússia e não os rebeldes. A investigação ainda não começou, mas já no dia seguinte Washington e Londres lançaram culpas sobre Moscou de que o avião malaio teria sido abatido por ela ou com sua conivência, afirma Yanis Yuksha, conhecido advogado e professor russo.
A parte ucraniana fazia os possíveis para que ninguém pudesse aproximar-se do local da catástrofe, atirando por cima da região da queda e destruindo premeditadamente as provas. Só as pessoas desequilibradas psiquicamente podem acreditar em que os próprios rebeldes de Donetsk teriam atirado contra o local da queda que foi protegido por eles mesmos, destaca Yanis Yuksha.
Por outro lado, alguns peritos duvidam que a investigação de especialistas holandeses e britânicos pode ser objetiva. Os governos dos dois países são tão convencidos da versão antirrussa da tragédia, que será difícil acreditar nas suas conclusões sobre o incidente, diz um politólogo, Serguei Mikheev:
“Os resultados da investigação não confirmam a versão apresentada desde o início pelo Ocidente e apoiada por Kiev: a de que o avião teria sido abatido pela Rússia ou por rebeldes. Se a investigação confirmasse mesmo indiretamente essa versão, seria eclodido uma vozearia incessante. Mas em vez disso essa história quase foi metida na gaveta após ter desempenhado seu papel, contribuindo para declarar sanções contra a Rússia. Há pessoas interessadas em que os fatos indesejáveis não sejam divulgados”.
Na opinião de Serguei Mikheev, é provável que aquilo que será declarado em 9 de setembro não tenha nada a ver com a tragédia.
Peritos ocidentais também duvidam que nos próximos tempo o mundo conhecerá a verdade sobre as causas da catástrofe da aeronave da Malaysia Airlines.
De fato, há 10-15 anos, os dados de investigações não foram publicados na Europa antes de seu fim. Hoje, a prática mudou completamente, diz David Learmount, um dos principais peritos na segurança aérea do prestigioso recurso eletrônico britânico Flight Global:
“Tanto que no local da tragédia não foi garantida plena segurança, posso predizer quase com 100% da probabilidade a atitude para com os resultados da investigação. Qualquer pessoa que não gostar da conclusão ou de uma parte dela poderá dizer que a conclusão de investigadores não é justa. Qualquer pessoa poderá afirmar que provas materiais foram deslocadas, apreendidas e danificadas e, por isso, o relatório não pode merecer crédito”.
A Rússia já exigia reiteradamente que a parte ucraniana divulgasse rodos os dados do controle aéreo no dia da catástrofe e as conversas de controladores aéreos com todos os aviões na região. Mas Kiev se recusa a fazê-lo.
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