terça-feira, 9 de setembro de 2014

Filipe Nyusi e a mudança na continuidade

Eusébio A. P. Gwembe
Filipe Nyusi e a mudança na continuidade

Quando Filipe Nyusi foi escolhido para ser candidato da Frelimo, gerou-se o pânico de alguns cépticos que o julgavam fraco. Hoje aqui o temos como realidade que se afirma soberana, dentro da sua nobre missão de, através da mais alta magistratura da nação, trabalhar pelo bem comum e sobretudo contribuir para o desenvolvimento material e espiritual dos moçambicanos. Didáctico nas suas intervenções e no modo de lidar com o seu auditório, Nyusi não ataca os oponentes nem se coloca no lugar de vítima. Pelo contrário, esforça-se em apresentar o seu manifesto eleitoral, também o manifesto do seu partido, a Frelimo.
Reconhece que dirigir a nação moçambicana é uma missão. Tal, não sendo nova como ideal, é-o como processo. Por isso, valoriza as conquistas até aqui conseguidas. Na verdade, embora num âmbito mais restrito, Nyusi carrega uma árdua tarefa de melhorar o legado de Guebuza, como a gestão transparente dos sete milhões, a oferta de emprego aos nativos das áreas de exploação dos recursos naturais para minimizar conflitos ao mesmo tempo que não exclui os outros moçambicanos de longe, a progressão de carreiras profissionais, a criação do estado providência, a melhoria das pensões, a eliminação da fome, a criação de melhores condições habitacionais para as populações, os transportes, entre mil e um desafios que o aguardam.

Não quero recorrer ao exemplo do Egipto ou da Líbia para explicar que tipo de mudança quer a nossa oposição. Não é mudança, mas sim ruptura. Uma pergunta que não cala, embora nas circunstâncias actuais esteja fora da hipótese é, o que a oposição pode fazer se ganhar eleições? Várias são as respostas mas destas, uma não pode aparecer, nomeadamente a que queira sugerir que a vida dos moçambicanos vai melhorar de dia para noite. A Frelimo tem dito que é pelo trabalho que se podem superar os vários problemas que nos apoquentam. Penso que a oposição, no lugar de servir ao povo, para quem hoje chora com lágrimas de crocodilo, correria primeiro, aos cofres públicos, os esvaziaria e depois diria que foi a obra do executivo cessante. O povo iaconcordar, pura e simplesmente e este argumento enganoso serviria para justificar qualquer tipo de fracasso futuro. Foi isto que se viu nos poucos e pequenos feudos onde a oposição tentou governar. A Renamo já teve cinco e o MDM tem quatro. É o perigo da mudança na descontinuidade.

É verdade que no tempo da euforia, a seguir à vitória, a vontade de trabalhar é visível e algo parece ter mudado, mas, passados quatro meses, o lixo volta ao seu local habitual, a água seca das torneiras, o comércio informal galga os passeios, a fuga ao fisco aumenta, as receitas municipais baixa não porque o povo deixou de pagar imposto mas porque parte do seu suor está sendo desviada para bolsos particulares. Medidas populistas e insustentáveis vão surgindo para enganar os incautos. Tenho em mente que os obreiros da nação e da pacificação moçambicana, passaram ao país, aqui sofreram e aqui morreram, para engrandecer a sua pátria e dar lustre aos moçambicanos valorizando-lhes a vida, a terra e a honra. Simplesmente, a forma de governação na continuidade que a Frelimo trouxe e até hoje a executa, tem qualquer coisa que transcende o mero raciocínio dum partido político: não é fruto apenas da inteligência, porque leva consigo a essência do próprio ser moçambicano.

O país avançou muito em vários campos sociais, depois de dilacerado por uma guerra de 16 anos, aliás, 18. Apesar das dificuldades, a continuidade trouxe a pura ideia da democratização, baseada, sem dúvida, nos mais humanitários sentimentos de moçambicanidade. Não foi preciso destruir o socialismo para abraçarmos a economia de mercado. A nossa educação é das mais baratas do mundo, em razão de a Frelimo ter dado maior atenção a este sector não obstante ser de lá que saem os mais revoltosos críticos do regime. Aliás, já em 1928, algum colonialista que não vou citar o nome dizia que o próprio regime colonial, ao privilegiar formar os nativos a ambição destes punha em causa o próprio regime uma vez que já não queriam ser meros auxiliares. É o que vemos neste momento. As propostas da Educação dos adversários da Frelimo, são vazios de sentido ao pretender fazer valer a ideia de participação dos bancos na educação. Nenhum banco oferece dinheiro e tal seria fuga do Estado ao seu papel social. Se para simples negócio o banco exige toda aquela documentação, o que seria exigido para alguém que quer estudar! Uma educação completamente paga e cara a exemplo do que acontece nos países que nos rodeiam, o que, em última instância, seria forma de criar elites.

Hoje, em Moçambique, estudar numa faculdade não é luxo. Claro que o exame de admissão para o ensino público continua sendo obstáculo que deve ser removido, mas, ao menos, encontramos pobres no banco universitário, algo que deve ser valorizado, continuado e melhorado. Mas lá, não obstante ser uma educação cara, a qualidade do ensino também é baixa e até discutível. Aqui, no nosso caso, quem fala de que a qualidade do ensino é má formou-se aqui mesmo, na sua totalidade. E, por fazer este tipo de crítica, considera-se qualitativamente melhor que os demais. Curioso, não? Volto a dizer: não foi preciso destruir o passado para abraçarmos o presente, mas apenas oferecer aos outros aquilo que eles não tinham e que com eles repartiríamos: a nossa democracia. A Frelimo trouxe para Moçambique, noutro tempo inóspita, a independência, a paz, às gentes flageladas pelas pragas da ignorância, deu educação e saúde e com estas três conquistas, estava preparada uma quarta certeza: a abundancia/prosperidade. E penso que com Filipe Nyusi ao leme, a prosperidade está garantida aos moçambicanos. Disse!
— em Restaurante Tropical Namialo. Ver mais


  • Tu e 4 outras pessoas gostam disto.
  • Josina Malique E disse bem!

  • Tony Ciprix " As propostas da Educação dos adversários da Frelimo, são vazios de sentido ao pretender fazer valer a ideia de participação dos bancos na educação. Nenhum banco oferece dinheiro e tal seria fuga do Estado ao seu papel social". Nao ouvi esta Eusébio A. P. Gwembe. Quem foi esse candidato que assim afirmou para eu fazer campanha contra ele com os estudantes. Um projecto neoliberal dessa magnitude, eh um atentado contra o direito a educacao

  • Eusébio A. P. Gwembe Tony, é projecto original do MDM, usado para angariar fundos nos paises nórdicos. Vou colocar algumas citacoes logo que tiver PC.

  • Tony Ciprix Puxa vida, nós a lutarmos por uma educação pública e gratuita com uma qualidade social e esses tipos a prometerem privatizarem mais a educação, como solução para os pobres. Já não basta a privatização do ensino público com os cursos pós-laborais?

  • Tony Ciprix Eusébio A. P. Gwembe, mande-me o texto todo para o debatermos. O meu Xara Antonio A. S. Kawaria está por dentro disso?

  • Eusébio A. P. Gwembe Antonio sabe e bem, já discutimos não em profundidade disso a ponto de ele ter dito que não se podia divulgar todo o projecto ate que estivessem no poder. O mesmo acontece em relacao a saude. Esse que deixaram ao consumo do publico não é o verdadeiro manifesto do galo.

  • Josina Malique Ponha-o aqui para que o escalpelizemos. ha hipocrisia ou desonestidade institucionalizada.

  • Tony Ciprix Traga aqui o projecto senao fica uma acusacao sem fundamentos.

  • Eusébio A. P. Gwembe Daqui há pouco, logo que chegar em Monapo, o trago na versao dos doadores... Hehebehehe, alias, o candidato derrotado por Nacala já avançou algumas ideias nesse sentido, ontem, quando falava da educacao.

  • Elvino Dias Escreves bem grande Eusébio A. P. Gwembe, e de forma suave sem ofender; isso eh virtude. Ha dias o Egidio Vaz escreveu um artigo que julguei bastante educativo, em torno das recentes declaracoes de S. Excia Joaquim Chissano. Dizia ele, que em Mocambique, somos aproximadamente 24 milhoes de habitantes; sera qe de entre esses milhoes, os unicos que tem ideias para o bem comum sao a Frelimo? para mim eh uma autentica falacia e um insulto aos municipes dos municipios liderados pela oposicao dizer que o seu nivel de vida degradadou. Sou de Quelimane, e conheco mais de qe ninguem o evoluir daquela cidade, que so tornou-se cidade com a entrada do Araujo no Poder, dantes nao passava de um bairro, cheia de ratos, ao ponto de o entao presidente lancar campanha de compra de ratos. O mesmo sucedeu na Beira, no tempo de chivavice antes de entrar o Daviz. Oque o Nyssy ja fez de relevo em Mocambique que mereca tanto destaque. Por mim o Daviz pelo menos ja ganhou premios internacionais de boa gestao de coisa publica. NB: nao estou contra o seu candidato e muito menos dos da oposicao, mas temos que ser honestos no nosso escrever.

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