quarta-feira, 17 de setembro de 2014

AGENTES DA PRM ESPANCADOS EM MUEDA



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Dois agentes da Polícia da moçambicana (PRM) foram espancados e mantidos reféns no último domingo por um grupo de aldeões de Nanhamba, distrito de Mueda, na província nortenha de Cabo Delgado, em conexão com a apreensão de 52 sacos de cannabis sativa, vulgo soruma, em várias residências daquela região.
Este produto foi apreendido pelos membros da PRM afectos ao posto administrativo de Ngapa.
Além da pancadaria, os aldeões que condicionavam a libertação dos agentes à devolução da soruma, também se apoderaram da arma de fogo de um dos agentes da PRM.
O jornal Notícias escreve na sua edição de hoje que após os tumultos, alguns elementos da população continuavam refugiados nas matas temendo represálias pelo sucedido.
Segundo o matutino, a população teria tomado tal atitude pelo facto de a operação da PRM ter sido violenta, tendo culminado com o ferimento de várias pessoas, incluindo crianças.

O porta-voz da PRM em Cabo Delgado, Abdul Chaguro, confirmou o sucedido, mas ressalvou que a situação já voltou à normalidade e que a arma e os agentes já foram recuperados.
De facto houve um tiroteio na aldeia de Nanhamba, que foi provocado por três cidadãos daquela aldeia que se dedicavam ao cultivo e tráfico de estupefacientes. Aconteceu que no dia que a Polícia se fez à aldeia conseguiu apreender 52 sacos de soruma, cerca de uma tonelada desta droga e, dois dias depois, os elementos da população emboscaram os colegas que se faziam transportar de uma motorizada, disse.
Chaguro acrescentou que dada gravidade dos ferimentos, os dois membros da PRM foram evacuados para o hospital provincial de Pemba.
O colega que permaneceu refém durante várias horas teve que ser transferido de Pemba para o hospital central de Nampula (norte do país) porque ele sofreu muito e neste momento encontra-se sob cuidados intensivos.
Ele disse que os elementos acusados de ser os mentores da confusão estão à monte, mas a corporação já está no seu encalço.
Serão capturados e responsabilizados por tudo quanto protagonizaram e neste momento estamos a trabalhar com os líderes locais para tranquilizar a população que não se trata de perseguição de pessoas que não têm nada a ver com a situação de soruma, disse.
Refira-se que um número significativo da população da zona baixa do planalto de Mueda dedica-se ao cultivo de soruma, uma cultura que consideram de rendimento dado o mercado que o produto possui em vários cantos do país e não só. Por isso, qualquer interdição de quem quer que seja do cultivo da soruma é vista como uma afronta.
ht/sg
(AIM – 17.09.2014

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